Noite de Promessa

Abandono porque não se era feliz, como se tudo fosse visto em pensamento desde lá quando a primeira vez. Como fosse direito dever não merecer compreendido, mais do que a vez que valeu como outro tanto de pensamentos e palavras de mal dizer, dessas assim com um sorriso do tipo que sim, que era só por isso e por isso não assim, que não fique assim sozinho. Esperaria que fosse necessário que se escutassem diferente para esperar que fosse dever mesmo esperar. Mas há desta noite de promessa, e o resto só serão das tantas que começam daqui o que por palavra direta antes quisesse que fosse.

 

Bem, de começo era assim, não se sabe quanto, mas era mais de muito e a vida seguia do jeito que tinha que seguir. Havia antes algum desgaste, sim, na relação que também houve da vida. Reconsertos os laços mantinham até que veio um dia e por sabia-se lá o quê também se pôs depois de por tudo posto pelo fim. Era em época não imaginável que viriam tantas das outras noites, como esta, de mesmo não se querer acreditar nos meses que, a partir do momento que o tempo também gastou todo perfume da coberta das lembranças, passaram. Músicas no plano fundo de se permitir só tudo tanto quanto fosse necessário que se fosse apenas manter-se vivêz como fuga despropositária. Olhares perdentes pra tudo o que passou através da janela aberta enquanto, como agora, a cadeira range e as teclas exacerbam idéias dos pensamentos que se derramam nas pontas dos dedos. Nessas noites como saldo de ilusões. E mesmo que depois sobrasse, ainda que se deixasse aqui para desviver, ainda sim não se estaria em ser toda culpa. A vida difere nas menções de que se atua por um propósito, e que isto que se tenha a escrever tenha a mesma valia do que se queria esquecer, para que outro amor um dia, um dia retome, uma outra, uma terceira pessoa. Sabendo que tudo será, aos poucos como envelhecer, esquecido.

 

Como todas as histórias banais, contada nem se dá de semelhos quaisquer. No fim, relato do que escalpe de lete. Pois em dor todos são, umas cópias e nem tanto. Assim certa vez, antes disso, quando era de vez foi que ela primeiro respondeu. Foi quando começou. Deixe ver, esperava não esperava, mas aceitou vir. Foi assim um tempo, vez em mais palavras internas. Paixão. Quem explica paixão? Viagem de embebida conversa. Quem explica paixão? Assim foi. Depois, a saber, que depois de sem resposta porque era certo que também amava. Mundo sem conexo, como iria saber? É. Teve outra vez. Isso foi há, fez parte de outra escolha. Bom é escolher errado, mas só depois. Nessa última noite veio pra de manhã ir. Sobrar sempre sobra, não dá pra exigir mais que isso. Não dá pra exigir paixão com isso depois. Desaparece no repente do esquecimento porque a vida é assim, de repetir lembranças. A vida se vive na medida que a esquecidão livra. E quem que memória não tenha que entenda como quiser.

 

Enquanto todos esses meses passavam, e antes que cometesse qualquer coisa, precisava. Por isso, no caminho que grilava, os pensamentos se perdiam nas pedras do calçamento enquanto lá ia. E nisso o caminho não tardava que já estava lá, e lá a música era alegre, as pernas de fora e os olhos pintados que pertenciam aos muitos corpos das muitas mulheres que se mexiam conforme o ritmo e que faziam do ambiente um lugar bonito e de gente bonita e arrumada e perfumada se alegravam em ficar de encaros. Pro cigarro na soleira pra só olhar também. Era recém deixado e podia mais que isso, e tinha arrumado para qualquer uma que desabotoasse a camisa branca pelos botões de um a um, e passasse suas delicadas mãos que cheiravam colônia e cigarro durante a madrugada sedentas por um amor que é indável, num desespero que era também outra lembrança de felicidade que se lembraria na manhã e que arrependeria, como foi visto arrepender. Deveria vestir o traje mais simples ao capricho da roupa limpa e perfumada de trazer presse cômodo sexo. Antes que metesse, precisava. A conversa, a conversa também foi um capricho, e, no balcão, assim antes encostado pra outro chope, ela veio fácil com fiados e um jeito torpe, risos e outros detalhes distantes. Pediria ela também um outro, ainda. Precisaríamos toda noite. Até nesse lugar só por uma noite o vestido dessa seria ao chão. E até por essa os perfumes agora são só memórias e o único gemer são os das teclas na madrugada.

 

Nada não fosse fácil, com isso tem dessas vezes que a vida perturba, fosse como fosse pesadelo que se acaba dormindo. O despropósito de se querer o inquerível, do que já se há findo e nem nada há mais fazê-lo. Do que se queria vivido por novo instante possível, de mais zelo e atenção e cuidado de importância que só mesmo a falta e essa distância faria perceber que, se foi erro antes, era de se acreditar que poderia ser novo recomeço depois. Pois a vida oscila assim bem constante, a vida se revive nos tropeços e se reescreve na latência de cada novo endereço em que se recebe o calor de outra dama que arrefece ocasião precisa. E de novo em outra cama desperdiça o amor atuando quaisquer carícias e errando substituir quem se diz que ama em verdade pela falta e pelo necessimento de um afago desesperado, vão e sem sentimento, assim, bem pior que a ficar em própria solidão.

 

Não existiriam maneiras mais artificiais de outras ocasiões que sair por aí atrás de saias quando o que se queria era só um conforto. Poderia se dizer que cada desperdício desses reserva a ante-espera de mais encontros causais, quando por certo é não esperar que reserva acontecimentos para se lembrar. Se preparar é garantir que nada aconteça.

 

E mesmo sempre se vê coisas e se faz pela primeira vez. Pode que seja o mesmo caminho de todo dia, de já a já pela primeira vez. Vai-se de guardar coisas que não se repetem e que sempre deixam quietas umas quimeras de sensações que menos dia serão outras outras vezes. Um já-visto de uma que falha e não distingue novo de conhecido, que é como o passado acontecendo de novo diante do momento. Esforça-se em dizer o já dito, tão forte como onda triste. Que também quebra e retorna ao estado presente de coisas que se gravam novas nesse rolo de recordes. E nem se fala mais do que se fita fundo.

 

E assim sobra pouco por merecer que se haja que seja o mesmo. Uma dedicação constante que, de resto, deixado como a última esperança num canto de difícil desfazmento, ficou por tempo ali, um pouco esquecido, enquanto outros urgentes foram se consumindo. De outros textos também foram consortes os desfazeres todo o mal quando em baixo nível, assim, assim como fosse depressão. Amor próprio é no fim do pensamento, emoção. Lágrimas se inevitam. Mas bem, do resto deixado à subitêz desses fogos, arranque inerte em que foi se acumulando esse fardo atravanque de vida, há de se contar que houve uma outra vez com ela, com aquela, a uma. Mas também outro artifício, no pronto do impossível-contínuo por comoção. Quem dera fossem enfim e os ademais ficassem fora, e o escrever um postergar pra menos urgência nessas horas de se fazer e se agregar ao que se envolve como resto em um papel cheio de palavras que só poluem o ar. Dera fosse não é, então, como relato primeiro, o presente é extremado de sensações de mais a corroer em si pelo que se deixou pelo mesmo.

 

Ela nunca se satisfez com nada mesmo. Tinha até parado de tanta brevidade de outros propósitos que deixou de se querer pelo não mais de se querer. Que enfim era visto deixar acontecer qualquer coisa que qualquer coisa aconteceu mesmo, contínua e vaga. A gota de vinho da última vez que escorreu pelo canto da boca de batom depois de um momento que se fez rir foi só um detalhe que se perdeu no beijo que durou cerca de um instante e que foi perdido no esquecer forçoso e sem razão, também. A tentar pelo corpo que era enleado pelo lençol em um curvilíneo iluminado pela luz das seis, em um movimento de respiração tão suave e tão digno da observação que se fazia do sofá contíguo e que se misturava à vigília e aos pássaros cantando a manhã quanto uma cena dessas que se jamais esquece. Só que desperta era tão longe que nunca mais retornou. Fez questão de não voltar porque aqui sentia o prazer que não era desculpado, foi para longe. Fez questão de nunca mais saber também. Hoje em abstrato, é pensada e é só o que se ainda tem.

 

Tanto por voltasse a falar que foi toda lucidêz. E era no começo em noite de chuva que ela veio. Amores o que de ser. Lá na manhã para rememória que, só tão breve, legítima. Pois foi aí quem que rememoria. No silêncio da meia luz, lá chegou. Frio de seu calor, encharcada na secura de espírito, noite breve. Bem vestida de seu perfume que ainda enebria. Chorou. A vida um torpe de vinho, devagar como amante. Assim, dividiu solidão a sós. Foi um de silêncio furor. De contar aléns, um de se perder em olhar nada, um de se não falar nada. Que mais do adormecer que nos lembra do incompletamento? Quase cedo, luz que garoa, essa de pegou e partiu. Não é de se saber se tudo se mescla? Todo resto serão sonhos em sonhos. Não, não temporal. Por isso diz-se de escrever. Quando fagulham simples presenças ou fogos distantes. Tudo começa de um começo. É diverso também conhecido. Estranhos. No contato se esperar o melhor de se fazer o melhor, de parecer. Que no fundo começa da incerteza de começar. Do certo duvida-se se se perde antes de jogar. Nem bem, nem menos. É devagar como o desespero de não ser assim, pois sobra só o resto da vida. O quanto se desrelacione isso de noite de amor, o instante já assim faz pensar. Caem-se teatros como se despem roupas. Quedas de auge. Assim.

 

A estátua na rua que ainda visita o quarto lá de longe viu que foi pleno. De onde o tempo foi. Lembrância a cada canto, como fotos, como tudo ainda como quando ainda era partindo. Lugar pronde não mais se faz futuro, nem mesmo que nem tivesse sido. Imóveis também estatuáticos luminos em luz blume do rádio no declínio em meio indireto no merecimento da própria noite. O vento que vem da janela é o mesmo que não sopra mais. Saudade por data de tempo pós o térito aparecido no atropelo da multidão solitária que empurra esse quarto vazio e sem eco para lembranças cada e cada mais distantes. Até a chuva choca o vidro violento. Aos pés descalços em laço, quatro leves fervores além coberta que finou revoluções de horas em brins cadentes nos milagres de esquecimentos pelo imprecisar do nada além descoberto, secretos sorrisos que sorriam, pretensos despreocupantes pelo despudor inconhecido. Retomado a toda lembrança. Ficam vapores que, ou fato voltam, ou são os únicos que agregam ao ar do mundo a vontade de voltar, mesmo que frágil e desconfiada. Em brante, em brasa. Em chuva que o vidro guarda pelo amor do caso, no ruído que embala pés que não acordam numa fotografia respirante na brevíssima manhã de domingo. Pois um caso sem perfume se esquece como lembrança de um sono sem sonho.

 

Há também outra lembrança, a de seu rosto com a luz de bem cedinho, que iluminava com a série de feixes azuis que atravessavam oblíquos seus olhos todo o quarto enquanto ela olhava pela mesma janela a rua que começava e se movimentar. Olhos bem tristes. Em seu pensamento mesmo não gostaria mais? Ainda tanto. Mas o que de errado? Foi por longo o tempo que continuou indistraída, cerrada, só por vez olhando a mesma aliança em sua mão e voltando a se perder em memórias. Mas foi só quando as luzes que mantinham regularidade seguiram outras tantas, tantas direções, tão rápidas e desencontradas e que iluminaram todo resto em um movimento que acompanhou o prisma daquela gota que brotou dos seus olhos, é que sentiu a fulminância de se sentir uma estranha depois de tudo golpear seu peito pouco antes do choro se tornar compulsivo. Mas ainda nada era dito e o único ruído era o dos soluços. O que durou até que suas duas mãos tapassem o rosto e ficassem assim, agora pelo resto do tempo. A recomposição tardaria e nem mesmo seria completa, dos seus olhos escorreu tanta tinta negra maquiada que seu rosto nunca mais seria o mesmo.

Naquele momento era como se a luz daquela manhã nublada fosse tudo. Desde muito, nem lembrava quanto, tudo vivia penumbra, fosse aos poucos as cortinas que se cerram, e, de fora além-janela, apenas o som dos automóveis continuou nas suas crescentes de som e de silenciamento pelos paralelos lisos de pedra, que ouvindo bem desavisado até lembravam o mar, se não os motores. Houvesse algum arrebate e tudo seria salvo. Não houve, e nisso foram e foram calendários, que pouco na mesma medida que os olhos sensibilizavam-se ao costume de sem luz os sentimentos ouviam somente os mesmos paralelos de costume, que eram por posição estado na certeza de solidez muito semelhado, e uma espécie de limo foi se grudando onde antes transpareciam apenas boas reciprocidades e juras de sempre. Ou parte, que era só outra.

 

Um pouco mais desse sentimento que se derrama nas palavras de dizer o quanto alegre era peito em pensamento, à velha maneira de escrever assim só para dizer de amor, tanto nas vezes beijava apaixonada como nas vezes que se afastava deixando confusão. Só que, diferente da vez que se evitou falar do que entristece, sem os versos que permitem esperar do futuro, é o querer que nem se apresse. O quanto evitado da presença para evitar justamente o momento desgraçado. Embora deixando vida, e, mesmo que levasse, ainda quereria solidão, agora se sabe. Disse que ama primeiro e com isso não poderia, por estranho que pareça, fazer tristeza em lado, de maneira que se ama e se deixa que se esqueça. Um beijo é até nenhuma outra nunca vez.

 

O que comociona depois das nuvens, que em brilhêz de um opaco vento de depois de chuva abre o céu, é o que surge depois dessa e de qualquer uma janela. Deposta noite que não passa, uma perdência consciente doutros afazementos, é mais que se o podia esperar pra noite. É mais que o que se podia esperar pra vida. Em sequência das horas nas mesmas horas de dias diferentes, a ameaça de se viver conforme fosse inconsequência um aval para felicidade, quando nunca nem o é. Nem seria se diante de qual vontade fosse querer controle, ainda que revestido de regras. Nessa noite de escrever há comoção e o diabo é sentir tudo isso.

 

Naquela manhã bem cedo quando ela foi, cada canto nem se imaginava. Lá, observando a correria do mundo, inserço de certa forma. Chovia e era bonito e era confortável. Valeu pelo acúmulo, quanto tempo já. Diferente nem saberia ser desreticente. É, é um teatro que poucos veem de dentro. São frames. Assim são todos, noites são só fronteiras. Noites que não se explicam, tantas não imagináveis. A vida toda na noite de todo mundo. Traga quem não, que mostre. Invisível, coletiva, madura e experiente como uma puta velha que ensina amar. Mas só por dia pra poder se dar conta. Mais que isso são exigências. Surgindo e surgindo de muita ideia. Vai-se de ser assim, é, pode ser. Mais uma dose, mais uma noite em que vai-se desesperando em intermitências de ideias. Acúmulos, pode só ser. Pode ser a única coisa da vida que faça não dormir. Inspiração, ainda vá que trabalhe. Bem como pode só mais uma dose de sono. Preciso. Conforto. Solidão é isso, na pele que quando perdedor. Traga quem não que mostre. Dose e fumaça, até onde? A arte de se ir indo na direção dessas intermitências, paralelismos. Só solidão permite. Qualquer coisa pode surgir, qualquer pessoa pode. Basta um não-sei-o-quê de assim, um pouco de sem-juízo. Não se precisa interlocutar, se precisa desse não-etc. Pega-se e vai escrevendo só depois. De um tipo é diferente, ainda que sem a locução que se esperava de escrevendo em cinzas. Que se retoma, pois, depois, em dizer de mundo. Se não soubesse a condição nem não teria. Inconcreto de finitudes plenas e pensas em lastros caminhos. Um momento parado diante do alto, perceber que lás distantes existem diferentes, um horizonte movimento de mudanças lentas e próprias, tão afastado que, relacionado a se ver, acontece cego. Inescolhe que sejam objetivas as bases de perceber, de reconhecer sem diálogo a vista. Aurora-se.

 

Os aparte muito distos memuários, nada além-papel que já depois de se em se nada, e fundo, só foram só e pensamentos. Fosse foco, tardaria em angústia. Apelo de desordem como arco. E arco mesmo? Fragmentos-laço de melhorias que eram ao longo de muito interposto desimportantes. Aproximação de ser tudo o que de outras coisas observáveis, volta e meia na véspera, às vezes saias-linhas outras escolhas aleataram moras de interior sempre insistinte, e geras de outro canto para além de outros sobressaltos, de sem história, de sem recuperação que desimovimentasse frágeis buscas exteriores depois da beira disforme de tentativa de vida. Nem não é tranquilo que nem tene. Embora, morrendo como conformes lembranças, espíritos dos seus, também. Sensações que de mais a mais cheguem de expostas de fora, drama desescrito, desértico, pouco visual e incompleto. Cansado de par ou artífices, salvo engano.

 

Esperava que saísse e que levasse a luz que agora é tudo. E isso é tudo, isso é o que nesse cômodo vazio, nesse espaço que ficou esquecido, onde tinha jurado depois de muito, sobrou bagunça, poeira, e os retratos cobertos. Onde havia algo real sobrou só um não eco de lembrança verdadeira. Ainda que nem saiba recontar solitário depois de tempo, depois de verdades postas, tem a espera que não se pode perder. Então se escreve. Como vai é só um sussurro sem resposta.

 

Sobrasse só esse momento e sobrariam todos os outros, como um construído de vazios desimportantes em um acúmulo de tempo que se fez inevitável até se tornar frio. Feito. Mantenância de sorrisos sempre iguais se fizeram como oposto, que nem se queriam. Se perde equilíbrio quando se perde viver preocupado com acertos. O mesmo erro será a ponte entre o sossego dos truques jogados ao próprio favor e os deslizes de algumas verdades desencenadas. Infeliz são estas que, in-se-evitadas, acumulam. E assim a bagunça ficando pelo chão. Contudo, o tempo se limita a passar ao cúmulo de passar. São diferenças entre dias, mas que terminam com a mesma ideia de antes. E o que retorna também é um favor. Mais que um observar do mundo são os períodos tão longos como o que já devem ter sido também uma nova idéia qualquer que em outro tempo bem antes iluminou outra vida por instantes, ou que foram hiatos do viver-vontade longe disso tudo e mais perto da banalidade que é ser feliz de verdade, que não é como agora nessa noite de lembrança que se escreve. Antes se morria por qualquer coisa como amor, quando não muito. Hoje o verbo parece desvelado, e frágil, e insígnie numa tela inalcançável e irreal, numa espera imprecisa e absurda, num fulgor de escrever incessante e interrogável: mas que é mesmo? Os lugares estão aí, uma cidade que se perde sem abruptidões e resguarda o baque dos momentos raros guardados para outros lugares em outras companhias só leva o que se muda de uma crença a uma vontade vaidosa de viajar. Por que se acredita, por que se foge? Mas o que, impreocupável por hora, seria só vontade nessa tarde da noite.

 

O que se perde no deeprendimento do sempre sabido de palavras: coagente de situação numa representação-tipo, como todas. Série sensiderada no, além de disponível de termo, incasto modelo de mundo junto representado. Não são as sensibilações do se poder irreconhecíveis recontadas, mas leeritância em vincular ao que se posto em inter-face ao que se está justo fazer sujeita ao seu seio consito em pulsância-plenivalente-chegante-ôfega os desenlives que aclescem (e note: perante) obsceno, refinênte, dessócigo, clonflinte e relinte, posto por assim, assim mesmo. Cada lugar será despido de palavras em um silêncio completo, à luz de uma só, e ela à janela suada. Uma música de lembrança inalcançável. Momento de lucidez despreocupada, lassa, inebriada de um perfume torpe, um hálito quente sussurrado de monossílabos em bem se estar por não se ir embora nunca mais, mesmo que mais seja só a noite pregando outra peça. As que ficaram pelo chão foram outras, do teatro que há acabado, ob-enceno de vontades maiores reveladas pelo vinho. Sobra desconfiante do futuro. Ou desafiante.

 

Além, há toda véspera de amanhã, de dia dessequente, sem entendimento, razão, a razão de não se ser. Mas é só quando a vida reflete a vida em um espelho solitário que se mede o que compensa dos até então atos. Isso é de forma um estranhamento, pois se esquece que em momentos o passado em junto volta mesmo, como viço. Quem sabe seja assim mesmo e, então, que não seja quando a culpa que se ame do mesmo modo deixe que se ame sem desculpa que se deixe de amar que se deixe de amar. Que se deixe de amar.

 

Surginte, depois, são só as inesperadas. De resto, como já era de sabente, faz quando o leito é só. Alguma coisa na maneira que atrai, pois tantas que se voltam olhar, cada uma em sua maneira também. Cada peito que se aperta amargando bocas por um quem que invale. São palavras o que mais traem, depois. Saber manter semblante cerrado enquanto houver segredo o continuar. Afoites são imperdoados. Perde-se nesses assins que tinham se dito. Acreditar é que se fragiliza depois de tudo. Quem lê que ria e que morra nesse conhaque e nesse cigarro também. Porque no fim amor é igual em faz e recebido só em canção. Aqui fim é perfume impregnado nos retalhos de uma consciência. De quando acordar o dia tarde na quase noite. Quando amamos o que de ser, de novo. O que dizer, de novo? Sabia-se que vidas seguiriam, depois. E bem da verdade, não quem quebre silêncios com esperas, ainda que o adorar seja outra quebra, de promessa mais difícil de manter. Braços abertos nesse impensamento-vigília enquanto aninhos profundos em abraço dorme. Quimera ser lembrança breve a toda fé. Ser qualquer lembrança em torpes corpos. Mas não foi de usurpança o fomento da insaciação, ainda que nem saiba. Pelo refúgio. Pode que ache diferente e sempre será mútuo. Ainda que mantenha quietude até palavra que dissesse, seja como for. Mesmo que de tudo de novo, novo é o dia. E que o que sobre seje assim também. Qualquer do que se represcreva nos olhos de uma mulher para simular insentimento. Pois, de toda simulação, uma tem verdade. De todo amargor reste uma incerteza. E dera que tudo seja mentira mesmo. E dera que o ressentimento também seja prometido.

 

Assim, por dessentir, a nudez da memória que se reabilita quando novos olhos terão por ser tocados durante qualquer noite que se deixar disso de escrever com medo para ao lado de qualquer desconhecida contar de todas as outras coisas que são tudo o que se tem pra contar sobre tanta coisa que desanda por falar e que se segue como certa que vai aos poucos desfazer véus de estranheza que já por tempo o toque de olhos assim antes começara a despir para enfim ser a parada sem fim de antes. Aos poucos o risco se torna maior e essa distância, entre as quais o toque de suavidade é tudo, é o que se pretende quebrar com uma conversa no pós-ato, doce e segura. Enlaces de mãos enquanto olhares continuam perdidos no vazio. Raras falácias em plenos momentos e pulmões, numa ocasião paralela de um dependimento casual, local, presente. Apreciação ao valor figurado, lá de onde se é permissivo. Médio por tese, portanto. Um mundo. Parte do detalhe do não-conhecido em rumo certo pelo desinente, agregando ao suposto outro ponto a ponto. Das melhores por sobre o contínuo acumulado de cinzas e copos e popéias, o cúmulo deforma a comportamento de passar de uma estância-momento clarídeo ao difuso. Perde-se em evidência àtitude de se perder. A deixa, a intensão, nem sães. Própria pelo processo até o desinviduamento, da mesa à cama sem acalme. Pudera, o caso. Qual definência pelo oportunismo possuente, repetição pura e simples de ato tensionado, justapoente no efeito causante. Usos e expanções regidos pela conhecida sequência, desde o deixar-se sem volta em rito. Inpir-se. Coerção de contato pelo todo modo como o tato busca um esparrasmo impensável, num jarro de afinidade em contracto retribuinte. O que resta depois é que é puro, ainda que não seja bem o amor.

 

De breves outras, então. Não tantas como se poderia, mas cada uma que deixa seu bocado de aproximação. Encontros em noites de mais valer por serem novos contatos, novos momentos, temporais. Tinha uma de olhos âmbares e voz delicadíssima, que saiu por esta porta querendo voltar. Nada que não deixasse, não mais se esteve como foi tudo arrumado no começo, uma emoção também nova. Todo aquele romance e aquela paixão que se acredita nova. Era divertida e ria por qualquer bobagem. Era instante e o convite que veio de sua voz ao banho que já enevoava com o calor que ardia de sua espinha era mais do que se poderia resistir, ainda nem quisesse. Outro se deixar. Isso é o demais já conhecido pra se ser detalhado. Ademais, por breve, nem sobrou muito além de outra expectativa de mentir de novo e continuar vazio depois do gozo.

 

Outra veio no meio, riu de forçar um beijo e se exacerbou. Fez de certo em errado. Não teve culpa, mas a levou por ser afoite. Tinha olhar anímico insponível, era si por natureza. Nem sofreu indiferença, ainda que não entendesse. Quem sabe ainda queira este que fez certo em errado também. Cruza ainda vezes o caminho e não entende por certo como se deixou nua e agora nem recebe sequer olhar. Deveras esta seja a que, ainda, espere.

 

No fim de todas bom é quando sobra das palavras ditas texto bom que depois ache. Não quando estiver cheio. Ou vazio. Ou parar de chover. Aqui e ali por não erro, extravasora droga subjetiva. No fim, no fim felicidade mesmo são bastidores de dias sempre iguais. E ambientes. É simples incrível. Nunca mais o mesmo depois. O escrevido fica assim, partido de idéias minúcias, fluxais. Dá-se de reinventar qual frase. E é copia e é nunca igual. Crítica. Assim, lugar só. Vai-se de esparramar tudo lascado. Verdade, verdade mesmo o texto vem outro e é machadado. Escalpe. Diverte. Pode o caso de vir tudo assim direto sem nada sem fôlego até o trago de silêncio maneira de disfarce suspiro. É, hora em silêncio passa, vontade em assim é íntima. E esse perfume?

 

Cá se, novamente sem se ver claramente o passar interno, é o desejo de mudar, o desejo de continuar sem ao menos almejo de ver passar. Por enquanto, o desejo que arde é o mesmo que pode esperar pela vida toda.

 

Um não de ventura querer, retomado no conto que foi se perdendo até aqui. Assim, como quem perde antes algo de importâncias, sobra o qualquer pensante e sentinte por tempo. Sem qual panhia. Dores elos de excelência no viver por escolha. Fazem-se dias e noites e dias, e de um novo perfume que se volta no esquecimento em qualquer rua que é caminho. Traz o breve esperanço de que mude o que está assim há tempo, há tanto, mesmo que falte muita coisa, contudo. Longos refazementos de vida que se embrulha numa feliz propositante comum. Vai-se desperdiçando por alto preço os instantes raros de futuras rememórias boas. Tudo pelo caminho. Desde que a chegada seja referência escrutável para o fim de cada dia, o que venha se impor de impossível desde sempre, sempre será o que se repete, então. Cá de relembrante os hás pouco, de poer por palavra quartejada em destroços. Maneira de bem reler a quaisqueres que a vençam por se deixar ir indo até onde. Entendimento, não tudo.

 

Assim, outra uma foi há, entre, pouco. Em silêncio de longa e longa distante de irreconhecimento no pronto, quem mesmo acena? Bela jovem de maneira no escrever. Apaixonou num repente tênue, incerto. Mas no que fez muito para que ela também sentisse. Dizia se esconder de palavras que mais pareciam transluz, dizia amar outrem. Havia sim, um outro qualquer de tênue, também depois de saber, por este. Lá ia deixar, também, de ser diferente? Parte de um princípio como o de não se ter um. Inacredita até prova maior, uma viagem ou no outro presente que chegou e bateu à porta. Pegue e venha diria se soubesse, se tornasse coragem seu maior medo. Que fosse lugar comum. O que se faz tarde no agora. Do aceno manifesto surgido de mensagens nas vezes de quando o viro de outra madrugada se fez por não dormir em escrever, fosse aquele sexo que dera. O gozo de uma idéia em partilha por linhas surgintes na termitência do curso em resposta ao si mesmo. Latente, como no pausado ruído das teclas que por vezes se exasperam no espaço com a marcação de música. Daquele parar no pensamento, um fazer brotar idéia de idéia. Do raiar do dia ainda longe o boa noite. O nível da bebida baixo, o acumulado nas cinzas do amor confim na esperança para o resto dos dias. Que há dizer que vai assim todo resto já é sabente. Isso foi vida e nessa vigília o descúmulo de descanso tornou a visão diferente. Era tudo. Mesmo era descreditável, mas solidões se completavam a sós em sis. Como escoro de produção escrita pelas mensagens-instantes, ou do depois silencioso abraço, tanto faz. Da surgição da felicidade mais simples em um espasmo do peito. O mesmo espasmo fulminante que de tristeza se faz este, agora, em que se lembra de outros dias, dos assuntos de ir e vir em deixar por ser desse jeito. Foi-se de vínculo o acúmulo, o contado seria pouco para. Outro, do princípio básico do descanso se fez de memória nem mais, mas quem precisa? Carpava o diem e ria no silêncio vizinhante. Era livre. De mora só o ante-dia antecipado, qual por não espera tarde em muito no tomara. Na releitura, um parecer de surpreendimento consigo. O álcool, que se concentre no imediato e era de se saber. Que se perdoe o tanto. No apanhado, há tanta nova tristeza no mundo novo que se assemelha em sempre que se pode dizer até mesma sob disfarce. Os crimes é que sempre serão iguais na comoção. Isso sim, depois que for sabível. E que não se puna nada quando o nada feito. Aindas são bastante bem perdoáveis nesses casos clementes. Repetível feito sonho, nesse amanhecer é que vidas são a si recontos de vida. Que seja destes, e unicamente destes que lembre. Pois, que se entenda como algo mais passado que possível, e, assim, o fim de toda produção escrita. Um peito que sente feliz abandona intermitências madrugantes para arquetipar a vida pelo outrem, o lar em que se espera. Este preteritante se realiza em instantes fugazes, vai-se de deixar até aqui por esperar pelo inrepetível. Foi esta outra quem deixou também sua quimera que nem se realizou de vez, que foi só um tempo de encontros e conversas que faziam bem. Ela escrevia tão bem e isso também apaixona. Foram muitas as trocas de momentos e mensagens, se dizia até ser justa ela quem seria a finalmente certa. Bela, mesmo. Quem sabe a mais. Possuia uma arrogância que era um conforto. E era a mais fria também. Jogou o mesmo jogo, supriu sua necessidade pelo tempo que quis e depois foi embora. Uma mulher incrível. Ofereceu seu lar, seu amor mais profundo, fez escorrer seu suor frio e cadente como se fosse transpirar quem lavasse sua alma. É de se imaginar que tenha visto no fundo dos olhos uma distância que nunca seria alcançada e foi por isso que partiu. E que vá sem culpa, o crime por não ser dela. Àquela distância de olhos que não se pode esconder dia menos cresceria e seria o fim de qualquer forma. Foi antes de sentir esse arrependimento.

 

Véus e desvelos. Em fase de desloque, ou mesmo desfoque, no espaço de pouco a pouco, de vestida a nem como fosse ritual que mesmo não se vive, por exposto enquanto acontece em lentamente. Infrige-se dizer qualquer coisa quando só o fundo de dois olhares comunicam respectivo. A cena do provoque tema a ordem na inroupagem, toda paz se desordena nessa postura feminina de demonstre não oscilantemente nato. Aprendido nem seria nunca. Ressoa um doce ar arrefeito que rarefe de sons ao inalo sem de sem volta. Deixa de livre ao clauso da melancolia de outro lugar, que não fosse esse. Ambientado em presente exílio de desaponte efeito sem fim, sem fim, enfim maiores sombras que dançam contrastes para oferecido conforto vulnerável ao fim do caos, ao fim do caos, em fim do caso. Tira de ver a forma nesse mínimo instante ainda desexplorado, o ponto em que, sem de sem volta, é certo o desfecho pelo já desabrecente. Só nem as sombras, todo o resto é como que dança no reflexo da pele que vai surgindo deslumbrante como um segredo que pouco se sabe e surpreende. Simples olhar alude a luz que inverte a luz que se amplia à lupa do encarar, mais do mesmo facear que mais que ver imagina, passagem breve que é muito tudo. Reverenciável seria se o afobo não se envolvesse na cumplicidade mútua de transferir ao desmomento o próximo, a aproximação que geme outro nível de relacione através do contato profundo no clima que experimenta. Há mínimos instantes também.

 

Com uma voz que sussurrava seus sentidos de toques estranhava o silêncio da resposta. Tivesse dito e tudo seria o novo feito em fato. Mas tinha escolhido ser só momentos e fantasias, e aproveitou cada segundo ocultando sua face ao dia. Às banalidades de estares repetíveis fez-se não fazer-se. Ela tudo foram só boas durações. Mantém sua superioridade merecida para quem sabe qualquer outro aproveite. E faz bem.

 

De volte, pois, a uma, a outra, a mesma que foi quem primeiro precisou, e que foi quem se mudou e finalmente se levou em desvolte para nunca mais. Quando por si, de dormir com um aperto no peito mesmo, todos estes tempos que antecedem a dor que nunca cessa. Lembrança, e lembrança, e lembrança. Solidão depois de fim, como quem dorme para nunca mais. Pois no horizonte não estava mais esperando pelo sorriso de alguma nuvem no instante em que se inundou também de lembranças. Nem mesmo via que tudo era mais distante e essa linha descompletava seus sonhos, mesmo não se permitindo sonhar. Assim, triste, viu aos poucos que as águas que caíram agora levam velejar felicidade para nunca mais. Os ventos que um dia regressem a verão ainda esperando, como em um mar proibido de sonhar na incomplitude de outro presente. A verão que percebeu de repente que era o próprio mar, que era quem se proibia velejar.

 

Que de todo o que se sobressaia a todas tantas palavras na renúncia do descoberto seja o novo, o velho, o mesmo que se reformule a cada noite destas. Pois o dia de amanhã não seria o último, nem que queira. O alvitre que se pensa é o descobrir em paredes de vidro com palavras impessoais tentando esconderijo. Fugaz. Fragor. Brilhos em superfícies opacas inusitantes. O entendimento é só parte do apanhado que se faz da vida quando mesmo se busque entender o prosseguimento. Não é belo, não é fácil, nem mesmo se parece verdade. Não faz sentido algum e nem pretende tal. Surge e essa é só somente. Surge de lá de algum inócuo ambiente que se manifesta em tempo todo e impere palavras quando há alguma frágil tensão de adentrá-las. Isto é escrever e que ninguém se engane diferente.

 

Enquanto lá fora, de deixar isso tudo por assim deixar, sem mais tantas e tantas. Cansaço e desequilíbrio. De quem ver achar que fosse meio. Pelo arquétipo que fala, a vida imprevibiliza sua melhor noite quando se deixa de pensar e vai-se indo sem direção, de peito aberto. Onde lugares se deixarem por tão. Que de raras se façam todas, que de inesquecíveis se esqueçam nas manhãs. Enquanto lá fora. Dera quem até por cá encontre poeira, que seja pelo momento, perdoe. Que se valha o pelo não dito mais que tantas aglomerações do léxico de fundo cinza de uma tempestade que se dispersa em meio à madrugada. Sobra o encharco frio esperando o raiar do dia em que a pena seja suficiente. O quanto não for, que seja ausência pelo até. Quando menos o que se precisa é tempo depois de tempo. Subviventes. De ser pouco a afiadêz do que se tecla pela mesma tempestade do sentir que migrou de uma só vez pro pensar. E que do coração se faça casa abandonada, mesmo cercada e protegida de nem ouses e dores. Assim, tudo aqui nesse silêncio bagunçando e fluído da paragem sem fim do que se ele tornou seja só desesperança. Um despendimento da vivêz que se assemelha ao fim da festa que acabou há muito, muito tempo. Nesse ambiente deslembrado, sentado à soleira sem coragem de arrumar o espalhado pelo chão. Há a mesma música pra mesma noite escura, toda noite. Paisagem no vento quando se conversa com a madrugada. Que conste que ainda restam algumas que não celebram o que permanece como que assim sem mais porquês. Coisas de outra hora em outros lá fora. Que dessa época se preste para qualquer coisa, depois. De ser o mesmo de sempre restar, pelo um menos, o sempre igual: isso é estar ao lado de, isto é viver a qual margem. E que nenhuma se engane quando, lá pela manhã que em fim conseguir amanhecer, encontrar ordem. Será aparência precisa.

 

No final meio afástido, muitas lusões sob escolhidas vigílias recorrentes, uma celebração do silêncio na desatenção mais comum de detalhadas, que sinestesem mal, que fazem sôfrego-solo os recontarses sis. Por escolha e por escolhido. Uma doença que se deixa enfermar pelo mantenemento forçoso de espera. Como não, fosse eliminar todo lembrete. E desespero.

 

Que é váz e passágil. De em fato excluso modo viável, ponto em que se chega por ser sem combinado de ser um impulso: pegado e ido. Louvo de salmo que por ora nada exalta o aconselho pausado e individual, alto de se ver. E do alto poesia desexiste quando o abandono é o aquietamentado para voos menos altos. Muita coisa deixa de ser assim quando também não se quer só. Alta desnecessidade entrecortada em proteção e tranquilidade. A paisagem ao sol da esquecidade que se vive num socorro quase a si. Alto para qualquer cidade que haja tanto o que se ver que se passe despercebida por olhos que mal vivem, ou que de fato iluminem e reflitam a tida irremediável passagem da vida.

 

Quem que se despere até aqui que se acalme pelo que nem parece. São caminhos que vão seguindo sem paragem, dentro desse pensar escolhido, inachado, insano. Uma fuga. De aviso: essa a comum, no ático os momentos que se repetirão e que nem tenham a ser contestados. Serão as noites em que se preza boa conversa e nada além.

 

Poderia ser o presente, há a tantos que são que são. Há tanto de se recontar. Só que como encontros, passam. O que de se querer o que se podia ser o mais querido. Aquela noite, aquela rua de aquele distante mundo que de na era época possível, sonho correndo sua recém-vida. Não poderia saber que seria inimiga pela indefêz de ser cuidável até muito, e isso: medo.

 

Mas é só quando se remoem motivos é que se tenta, como se possível palavrar toda lembrança. Caminho pelas lágrimas mais sinceras no torno de jazes sentimentos que em época foram também cúmplices. Assim, de sem tempo nem destino, pela vontade que ela teve de ser covarde pra viver como agora ela vive, ela é livre. Sabe, o pior da melhor amiga que não mais é, é ficar os anos nos diários escritos. Apodrecendo como flores em jazigos, onde só nasceu a dana do orgulho. Saber que em qualquer lixo se hospite e se decomponha aquele disforme pedaço de vida que já conteve a vida menina. E que sua alma ainda corra órfã por caminhos de lembranças possíveis, enquanto agora a paz se mutue em esquecimentos distantes. Para quem nega sentir, mas ainda sente, embriaguês ao ouvido por não mentir mais para sempre, nem mais na vida que segue. Dera fosse última a vez que neste único aposento de fracas luzes fizesse a confissão. Só são as ladeiras de pensamentos ruins. Só é fuga dessa noite, dessa vida que nem é mais possível. As dores do sonho inascido, de pequena vida correndo pelo jardim, tão pequena. Tão linda tarde quente de domingo. Sincera deste para quem não chore reminiscência por distração ou covardia, mas pela má escolha. Compulsivo choro de agora ser tão tarde. Caminhando alguns caminhos da memória escura que se perdeu, mesmo quando era presente, pelo querer forçoso de esquecer. Pois ela sempre quem mais volte e mate aos poucos também. Sempre. Para quem se distraia com o que quiser na vida que não se desperdice mais grave vidêz do tempo, nem não minta, nem nunca mais nada. Que nem cruze o mesmo caminho. Mais que enganos é a inascida que presenteasse.

 

E que, também em nublo, reencena-se como que em certa consciência que aos poucos, enquanto o corpo dói na lembrança, havia-se de ser só um sonho ruim. E aos poucos, também enquanto do que se fazia como acontecido, clareava a mente que ainda se rodeava enquanto recobramento. Mas tão quase nenhuma que a escuridão se confundia com se estar mesmo escuro ou se estar sonhando em se estar cego sem saber do motivo de estar-se. Uma dormência. O corpo latejava com um calor pulsante, mesmo que nem se podia sentir toda a dor antes de saber. Havia um silêncio que era maior que qualquer ausência de ruídos, era um rito que foi se ficando vez mais envolvente. Antes de esquecer. Quando próximo, o que se podia ver eram ferragens, e não havia mais o vidro além daquele que tinha se encrustado ao rosto em estilhaços, que se via de fora. Abrir os olhos nesse devaneio era difícil, de dor aguda, mas que aos poucos já ladeava já menos. Foi algum tempo até ser percebido que a posição não era a do horizonte, nem nenhum ângulo conhecido que, como descer rápido, friava o estômago constante. O movimento, vão. Amor? Cerravam-se os olhos, conquanto se querer perceber do acontecido. Ela antes reservava em si uma luz diferente, em oportunidade ao ouvido que contaria de um segredo. Quando voltou a dançar, depois disso, tão mais alegre e radiante que antes. E isso agora também doía. Em outra tentativa de se mexer, nada. Corria sangue, o braço estava depois de onde sempre esteve. Havia galhos, mato, algo perfumava o ambiente com o orvalho de uma neblina. Algo perfurava. Havia tanto ferro retorcido quanto o sentia o paladar. Gorfava-se, em tempos. Aos poucos a dor e a tosse iam e vinham, de um lado ao outro, como dança. E esquecia-se, e se acordava em suores. Podia se ter só acabado de  um sonho. E de novo, em esforço de se ter memórias possíveis, o segredo pois devido esse. De maneira que agora podia só imaginar, imaginar agora impossível. Mas o silêncio não perdoava a madrugada, nem eviteve o grave depois do movimento que quebrou os ossos, com uma força que se desconhecia na direção passageira. E antes não tivesse feito. Ouviu-se, do mais distante, um grito longo, surdo e seco, surgido das mais entranhas, surgido do inferno se o inferno mesmo existe. Da posição em que agora estava, do resto, seus olhos bem abertos, inertes em fitando. Tudo eram ferros embebidos em sangue ladeado de dois olhos azuis em posição fetal, arregalados, encarando tristes o assassino, aquele querido que duas vidas com o choque destruía. Nem que fosse culpado. Uma noite em que se disse não como choque. O que se passou de então foi só o eco do pesadelo. Um não de se saber se dormia ou definia. Podia escolha que não se fez. As mesmas lembranças de se ir vinham, vez mais fortes, vez mais. Deu-se de desistir pelo indesculpável.

 

Pode se quantos anos ainda fossem, em dia menos dia da pior maneira possível pode que todo tempo perdido fosse mesmo em vão. Desacalma como esses assuntos de remoer. Bem, desse tempo perdido, tempo descontínuo. Lembrar cada coisa vívida com amargor do presente do não mais, do nunca mais. Tipo de lembrança volta a ter brilho quando distancia depois de tudo. Até que isso, assim. Que não despere desperdício. Dor, sabe. Detalhes de coisa simples, fortaleza dos detalhes do dia que adia esmero sincero. E que agora não o bastante. Agora silêncio. Contra isso de tentar esquecer tudo isso, nada mais a se fazer. No fim sós todos são. E as lágrimas sempre continuam, caem como chuva.

 

Como se há dias chovesse por todas as horas de luz, e pelas que não, que tiram o sono. Assim porque todo o tempo seduzem a ficar olhando e lembrando e pensando quem longe e há muito escondido no coração pulsante, pingando enquanto pingos muitos. As águas que correm são cristais que se formam no chão e espelham a luz que morre na sarjeta. Mas deixam seu passar de recordações, de solidão e silêncio, regido às mesmas notas de harmonias pelo ar, pingando enquanto pingos muitos. A luz que passa pelo nublado de sem sombra no luzeiro é todo lugar pouco iluminado. Ainda que se teime em parecer saudade, é só a chuva cinza o tempo inteiro. Um corpo quente a distância aos poucos a água resfria na dor de ser humano, e de sofrer a intempérie da solidão. Contínua, a chuva ainda cai.

 

Enquanto a rua da janela continua deserta companhia, sim, a noite de promessa. Há reflexos no calçamento molhado enquanto houver música, enquanto pulsarem gotas. Enquanto o coração aguentar, em tempo. Distâncias proporcionais ao sonho que se sonha. Ainda que dor seja presente, e que medo futuro e passado pareçam proteção. Porém, os erros nunca serão os únicos erros. Entre duas pessoas irremediavelmente há distância de se intranspor, tão física como o sentir do amor. Como o torpor do conhaque, ou do frio. Se promessas existem são para serem quebradas. Ainda mais as próprias. Há uma vida que se acumula com isso tudo. E o pior, há esta como única. Verdades, correspondências, inconstâncias, erros, dores, lembranças. Buscas, únicas de constante com isso tudo. Os próprios erros se repetem por tantos e tantos anos: e meras serão as palavras atiçadas ao acaso que, de tempos em tempos, trarão um pouco de maldade aos corações abertos à lealdade o pouco caso. É tão certo, pois, que serão inverdades. Aqui só acaba a vida que teima em se confundir nelas.

 

Ela por suas paixões arrependidas, em fugas discretas de rápidos encontros aos que rápidos, discretos e fugitivos assim fossem. Uma vida recém-nova enquanto diferente. Mudanças do que era ela, agora, o que ela não de fato fosse. Ela estava deitada no chão da sala, a música soava leve como sua nova. Seus pensamentos iam e vinham na confusão pela paixão do que tinha feito, sem ter onde ir que realmente quisesse ficar, sem ter com quem realmente quisesse. Ainda queria ser amada, a vida toda. Lembrava tudo como algo distante, um bosque em tarde quente de inverno, com suas árvores secas e tristes. Ainda chorava, dia e dia menos intensamente. Foi a presença que conhecia por toda sua vida, uma vida que parecia definida que ela amou. E ela foi feliz. A música se cessava, mas continuava soando na sala como lembrança onde os primeiros pingos da chuva do mesmo domingo também caíram. O dia cinza, como ela. Seus olhos brincaram olhando para as nuvens que tinham as muitas cores de diferentes cinzas de matizes sutis que não se misturavam, que eram sutis como a esperança que surgiu em seu coração e que, de tão breve em oposição no horizonte, fazia dali o que aos poucos se tornou uma só nuvem de um cinza cada vez mais cinza, sem matiz nem mistura, sem definição. Profundo. Seus olhos pararam de brincar, toda a esperança que tinha escoou de seu coração que ficou só, que ficou pêsame. Somente à janela fazendo companhia para a chuva, de novo chorou. Uma dor ventral, uma dor última, a última vez que chorou. Não mais amava nada, nem mesmo nada. Nem mesmo enquanto fosse pouco o tempo antes disso, seu último tempo de vida que não parecia mais definida, nem teria mais felicidade como antes e a eminente separação alegrava e entristecia. Viveria de ali por paixões rápidas, com aqueles que assim também seriam. Não queria ter medo, não queria ninguém com medo. Nunca teria que chorar por ninguém.

 

Composto variado sem reação, involuntário, imperiado, imperdoável. Sob inocência cruel de fala mansinha, imensa desencadeação falaciosa, envolvimento que, sutil, convence a sobrar escuro pleno o dia, com nada que o céu nublado com cores vivas, sob versão da culpa. Isole de si-martírio, próprio, que de tão não súntuo nem se saberia. De não disposição, desejo de desejo disfarce. Desejo é desejo de falta de. No que, porém, era repetível atenuante no semprível previsível. Desde que fosse assim, voltaria como quem volta sentindo. Experiência por experiência, tudo seria lembrança, e de tudo ficaria sentimento. Viveria-se tempo disso até que se precisasse mais. Daí por mais. Um perfume da lembrança a qualquer momento. Os entrecortes do resto da vida seriam só tal busca, e isso fosse fácil. Difícil é viver menos depois. Sabe, só é espírito, só é modo. De não saber e deixar passar, que seje. A vida que leva é vez no quando, e quando hoje são risos fora de hora, ainda que. Hoje desses. A mesma janela, o mesmo ilumina toda noite. Saudade na imbrevidade de contato. É tudo. Tempo, tempo. História teria de monte se memória teria. Quão mais, mais de sempre precisar. Pra não falar da solidão, de novo. E de novo pode justificar? Um ruído, quem sabe. Desimportante como, quem se importa? Conversas entre si e si mesmo são assim mesmo. Durante algum de saber mais. Que adentro do mundo, o contato de noitário. Simples, de dizer como reencontrado. No finalmente. Palavras não-diretas, fluências de só entender entendido. Inspiração. Diferença. Poderia ver luz, e iluminar com isso. Dias bons recorreriam. Diria se melhor viver. Rápido como susto. Amor de mulher que se resolvida em si, assim. Verdade, verdade mesmo nada igual. E, é tão além que nem se saberia que o amor é prescrito.

 

Que de tempo vai tornar, decerto como única que vai tornar a vida. Longe onde tínhamos deixado, saudade? Que de tanto tempo só, vontade que se perde quando retorna. Lembrança é detalhe. E onde estará? Não se pense tão tanto menos de escrever. Parante em porta por espera, como o último. O último que queria ver, só que. O silêncio é traiçoeiro, o silêncio é inimigo, o silêncio revela distância desistente. Dizia palavra e salvava. O silêncio se faz fidelidade amiga, e protege. Que deixe quando estiver assim. Só a fagulha reminesce sentinte sobrante sorrinte que em tempo não sorria. Revive tanta coisa por dia inteiro que de cor queria falado, mesmo todos os meses tivessem sido nada. Para em qual porta mais de, treme como se fosse diante do medo de ligar. Noções de recomeço os planos frustram. Por mais por persistinte. Quando menos, longe em fortaleza de papel que se desfaz. Que se acredita no só instante que amores são mais forte que cidades, são mais fortes que más escolhas.

 

Há reticências nessa noite em que se tarda, e tarda prometer. Nessa chuva enquanto noite. Sem ou companhia, o jeito. No mundo que pacienta, o mundo que se cria, não o mundo assim. Ou um tipo de correspondência inusitante, sem ligação. Assim receberia, numa acolhida também inconstante. Mas nem presente suficiente para. Então, que deixe por hora, por qualquer coisa assim de escrever mediato. Assim, breve é entrega, ou o que bastante for. Ninguém ensina que depois do espírito ter sofrido a dor nunca será o bastante? E a cura não mais parte da própria vida. Desde um quando que também não se lembra. Que nem presente suficiente seria. Tudo é tudo em profundeza de sentimento. Tudo.

 

E é tão assim que já chega. Quem sabe ao quarto, ao mesmo retorne. Esperar, até lá o absurdo maior. E é assim que horas passarão, igual a estes escritos que escassaram por dever de escassar, quando e enquanto a vida pede descanso. Os pingos aindam ecoam no aposento de seus detalhes. Descrição de se tentar, então, duas luzes fracas que ainda iluminam. Realidade, pois, como a última de vez. Sempre anunciam rápido tudo, na verdade, muito rápido. Dá de se dizer que se vive mais, por isso? Prolongar de desejo. Relatividades não se acham. Muito e muito pelo contrário. As urgências consomem tempo e as distâncias nem se falam. Todos tendem a querer felicidade, mas esquecem. Não coeso como o mundo. Tudo parece tão distante quando o corpo sofre da vida. Enquanto amontoam-se os instantes sem retorno, ainda que o estar solitário de pensar possível, de viver imaginário tenha uma facilidade incrível. E se possa escrever deste, mesmo que longe deste, o mundo real deste que segue sem que as palavras que sejam as que deveras entregue um outro romance qualquer. Pois os amores são para ser das lembranças só a fonte. Antes mal, mesmo de dessobras, um lugar mesmo no mundo. Mesmas pela primeira vez. Vidas não, vidas não podem recorrer, nem que queiram.

Leo de Laures
Enviado por Leo de Laures em 16/12/2010
Código do texto: T2675944
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