A historia de um lápiz
Oi me chamo lápis e a muito tempo venho escondendo meu sentimento.
Não me acho diferente na realidade sou bem comum, preferi aceitar de uma vez que existe milhões de outros iguais a mim.
Não gosto de me iludir por isso prefiro apenas aceitar que igual até posso ser mas a grande diferença está no que eu sinto, no que eu penso e no que eu sou.
Mas como ia dizendo a muito tempo escondo um sentimento que agora só faz crescer me agoniando me fazendo pensar em porque tenho tanto azar, pois com tantas lapiseiras por ai com todas as suas formas e cores fui me apaixonar logo por uma caneta.
De inicio senti raiva, porque tínhamos que ser tão diferentes?
Como eu iria lidar com um amor impossível desses?
As vezes observo as pessoas, nenhuma é como a outra e isso não impede que se amem, uns são tão brancos e outros não escuros, uns tem a forma fininha e outros tão arredondadas com bolinhas no rosto de cores diferentes e fiapos no topo da cabeça as vezes tão lisos e outras tão enrolados e com todas as diferenças eles sempre conseguem ser amados.
Mas porque logo comigo tem que ser diferente ?
Eu tento esquecê-la mas é tão complicado, pois todos os dias sobre a mesa somos colocados, como posso suportar ?
Só o fato de saber que ela está perto faz com que todas as minhas lascas trinquem.
Todo mês Julia recebe a prova e nesse momento eu crio esperanças e delas vivo até o ultimo instante, nessa historia da minha vida são nos momentos mas tristes que eu pude experimentar da alegria.
Quando a prova chega somos colocados lado a lado, as vezes separados pela sempre inconveniente borracha ,mas estamos ali juntos eu escrevo, desenho e rabisco e nesse momento neste exato momento em que eu estou completamente presente é que ela chega vai se aproximando devagar as vezes indecisa de por onde começar.
Ela é tão rápida mas em minha mente faço questão de aproveitar cada momento e em câmera lenta, eu a sinto sobre mim fazendo meus contornos misturando em mim sua cor e seu cheiro marcando de maneira surpreendente este momento passageiro.
Neste instante sei que somos um só, estou nela e ela em mim como eu queria que esse momento não tivesse fim, sinto que ela percebe que sente como eu fico mas ela como sempre insiste em não demonstra nem amor, nem rancor apenas faz o que deve, acompanha meus traços sem pensar, sem se deixar levar, continua sem reconhecer que o que eu sinto é pra valer.
É quando somos um só que vejo que minha existência encontrou seu caminho, seu motivo.
Mais como um eterno sofredor sou retirado do êxtase criado pelo meu próprio amor, condenado a ser apagado dela e de suas lembranças sendo a força retirado, da prova fui apagado, mas uma vez a borracha tirou de mim a única coisa que poderia amenizar meu fardo.
Não sei se lápis rezam não sei se lápis teen um Deus mas se teen que esse Deus atenda um desejo meu, a única coisa que peço é que ela me queira como seu.
Todos os dias imagino como seria se ela aceirasse e entendesse a grandeza do sentimento que via, que por ela eu sentia.
O tempo foi passando e ela continuou não me notando, as provas iam e vinham e ela ignorava até o que eu estava pesando.
Com o tempo fui tendo medo de desaparecer e não alcançar meu sonho, dia após dia nunca deixo de observar, vejo pouco a pouco a tinta dela acabar, meu tamanho já não é o mesmo e logo, logo um nada vou virar , mas eu não podia ao menos ser um nada que soube o que foi amar?
Os dias passam lentamente quanto sobre a mesa estamos presentes juntos mas separados eu a amando e ela me tratando com descaso.