O algoz da liberdade

Teve seu justo fim, sua sentença aplicada a rigor de seu decadente sorriso.

Desfalecido com a própria situação, perplexo pelas tocantes lamúrias, desceu do cume de sua própria hegemonia sorridente para o então falecido sorriso. Quais circunstâncias acarretariam em tal situação, a de mortificação desse sorrir? Seu passado vem nos dizer que esse sorriso provinha de uma situação, de um dito estado por bem dizer. Na solidão de seu insólito destino, um luminoso torpor de esperança preenchera seu desespero, fazendo nascer um cintilante e ardente sorriso. Solidão então sanada e acuada pela presença de uma, uma que era por si só a manipuladora daquele sorriso, como também sua fonte. Esta fez florescer suas esperanças e inspirações, num ímpeto ato apenas.

Crente no próprio destino, insensato como todo que cai da escuridão para a luz sem o mínimo resguardo, acabou por se perder, sendo dominado e execrado pela tal. Sua insolitude perante tais atos terminariam no falecimento do sorrir, na consequencia da esperança infundada. Um decadente sorrir de amargues foi o resultado da desventura de crer nela apenas.

Cercou-se por uma única alternativa para sorrir, e esta o fez não ter mais expressões. Para a uma, fazê-lo odiá-la seria pouco, era necessário remover quais querem emoções possíveis. Um sorriso que jamais existirá novamente. Em sua decadência, todas suas flores de inspiração e esperança murcharam, seu lindo campo de felicidade desaparecera, dando lugar ao simples nada.

Preso por esse sorrir, pelo sorriso da tal, esse são os grilhões de sua alma. E como ato final, tornou-se então o Algoz de sua própria liberdade.

Leo Zapparoli
Enviado por Leo Zapparoli em 01/12/2010
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