CASAR NUNCA MAIS.
Fazia uma tarde de verão, com temperatura elevada. Laura, recostada em sua cadeira de balanço, lia absorta seu livro, aproveitando o frescor proporcionado por duas frondosas arvores, que derramavam suas sombras, para dentro da varanda. Parava de ler vez ou outra, para apreciar a beleza das trepadeiras floridas, que se enrolavam dengosas, por sobre as vigas da varanda.
Laura, adorava aquele casulo acolhedor. Ali sentia-se, protegida, abrigada, em paz.
Viúva, fazia tanto tempo, que a proximidade de outras pessoas a incomodava.
Aprendeu a viver só. Sem sentir-se solitária.
Adorava seu jardim, amava sua horta, e a companhia de seus bichos, era tudo, de que ela precisava para viver sua vida.
Casara-se aos vinte anos, com o amor de sua vida, durou pouco seu idílio, em um acidente seu amado partiu para nunca mais, nessa vida.
Com ótima condição financeira, Laura, não precisava ir em busca do sustento, isso colaborou para que ela, fosse ficando cada dia mais reclusa.
Sua casa, era a mesma do dia em que se casou, um ninho de amor, onde, em cada canto, as lembranças de um tempo feliz, eram percebidas.
Fotos e mais fotos, estavam espalhadas por toda mobília. Flores frescas, colhidas naquela manhã, perfumavam seu quarto, e estavam ao lado de um porta retrato, onde se via, a foto de um belo jovem a sorrir.
Na sala de estar, descansando sobre uma poltrona, um cesto com finos bordados, aguardavam, para que as hábeis mãos de Laura, dessem continuidade ao trabalho iniciado.
No chão deitado calmamente sobre o tapete, um belo cão preto dormia.
No parapeito da janela, um gato branco, apreciava a paisagem lá de fora, descansando sem pressa.
Esse era o mundo solitário e calmo de Laura. Seu amor partiu, mas tudo o mais ficou, intacto, como se ele ali ainda estivesse.
No armário do quarto, as roupas, caprichosamente arrumadas, cheiravam à lavanda, os sapatos brilhavam pela graxa recém passada, tudo que era dele, ali permanecia, como se ele estivesse para regressar de uma viagem.
Mas, às compras Laura tinha que ir, e era somente para isso, que deixava o seu ninho.
No mercadinho da vila bucólica que morava, todos a conheciam, e a chamavam de viúva solitária.
Ela, bem sabia desse apelido, mas pouco se importava, era feliz vivendo sua vida calma, cheia de lembranças doces, de nada sentia falta, a não ser do seu amor, que se foi. Por nada esperava, a não ser encontra-lo um dia, em outra dimensão.
A felicidade que havia experimentado nessa vida, construida sob um sonho de amor verdadeiro, lhe dava alimento para viver o resto dos seus dias.
A ela pouco importava, o que os outros falassem ou pensassem. Sabia-se feliz, em paz, repleta de boas lembranças.
Sentia-se viva, e vivia, cercada de afazeres que lhe davam imenso prazer.
Gostava a terra, prepara-la para receber a semente, era uma de suas tarefas preferidas.
E a alegria que lhe invadia a alma, ao ver os primeiros brotinhos tenros, vencendo a escuridão abafada da terra, e ganhando como por milagre a luz do sol, era algo fantástico, para sua alma de hábitos simples.
Suas roseiras, enchiam-se de botões, gordos e perfumados, eles se abriam para o sol, e dividiam seu jardim, com os cravos vermelhos, as palmas brancas, as margaridas singelas, e as dálias de todas as cores.
Ela, sempre ficava a admirar a convivência pacífica das flores, que não temiam, que a proximidade entre elas, compromete-se o brilho, que cada uma possuia.
Adorava o amanhacer, despertava feliz, agradecida pela vida que tinha, e seu primeiro olhar, era para o porta retrato de seu querido amor, que repousava por sobre sua mesa de cabeceira.
Era bom ir à cozinha e encontrar seus amigos de quatro patas, a festa com que era recebida por eles, fazia seu coração desmanchar de alegria.
Sempre ficava indecisa, se começaria o dia, cuidando do jardim, que ficava em frente a grande varanda da casa, ou do quintal, com sua horta cheirosa e apetitosa, ao fundo da residência.
A varanda era outro canto amado por Laura, era lá que ela, cultivava os vasos de orquídeas. E, onde toda tarde se sentava para ler seus livros, outra paixão de sua vida.
Diante de vida tão rica em ocupações, que repletavam sua alma de satisfação, ela se perguntava: o por que, das pessoas acharem que sua vida era vazia e solitária ?
Certa vez, dona Ernestina, moradora da vila, ao encontra-la, voltando das compras, não aguentou e perguntou-lhe: Laura, você ainda é jovem, até quando pretende viver essa viuvez ? Você não pensa em casar-se novamente ?
Laura, prontamente responde: CASAR NUNCA MAIS.
(esse conto nasceu, inspirado na imagem, que vi colocada em um poetrix de nome "Solidão" escrito, pela querida Rejane Chica)
Fazia uma tarde de verão, com temperatura elevada. Laura, recostada em sua cadeira de balanço, lia absorta seu livro, aproveitando o frescor proporcionado por duas frondosas arvores, que derramavam suas sombras, para dentro da varanda. Parava de ler vez ou outra, para apreciar a beleza das trepadeiras floridas, que se enrolavam dengosas, por sobre as vigas da varanda.
Laura, adorava aquele casulo acolhedor. Ali sentia-se, protegida, abrigada, em paz.
Viúva, fazia tanto tempo, que a proximidade de outras pessoas a incomodava.
Aprendeu a viver só. Sem sentir-se solitária.
Adorava seu jardim, amava sua horta, e a companhia de seus bichos, era tudo, de que ela precisava para viver sua vida.
Casara-se aos vinte anos, com o amor de sua vida, durou pouco seu idílio, em um acidente seu amado partiu para nunca mais, nessa vida.
Com ótima condição financeira, Laura, não precisava ir em busca do sustento, isso colaborou para que ela, fosse ficando cada dia mais reclusa.
Sua casa, era a mesma do dia em que se casou, um ninho de amor, onde, em cada canto, as lembranças de um tempo feliz, eram percebidas.
Fotos e mais fotos, estavam espalhadas por toda mobília. Flores frescas, colhidas naquela manhã, perfumavam seu quarto, e estavam ao lado de um porta retrato, onde se via, a foto de um belo jovem a sorrir.
Na sala de estar, descansando sobre uma poltrona, um cesto com finos bordados, aguardavam, para que as hábeis mãos de Laura, dessem continuidade ao trabalho iniciado.
No chão deitado calmamente sobre o tapete, um belo cão preto dormia.
No parapeito da janela, um gato branco, apreciava a paisagem lá de fora, descansando sem pressa.
Esse era o mundo solitário e calmo de Laura. Seu amor partiu, mas tudo o mais ficou, intacto, como se ele ali ainda estivesse.
No armário do quarto, as roupas, caprichosamente arrumadas, cheiravam à lavanda, os sapatos brilhavam pela graxa recém passada, tudo que era dele, ali permanecia, como se ele estivesse para regressar de uma viagem.
Mas, às compras Laura tinha que ir, e era somente para isso, que deixava o seu ninho.
No mercadinho da vila bucólica que morava, todos a conheciam, e a chamavam de viúva solitária.
Ela, bem sabia desse apelido, mas pouco se importava, era feliz vivendo sua vida calma, cheia de lembranças doces, de nada sentia falta, a não ser do seu amor, que se foi. Por nada esperava, a não ser encontra-lo um dia, em outra dimensão.
A felicidade que havia experimentado nessa vida, construida sob um sonho de amor verdadeiro, lhe dava alimento para viver o resto dos seus dias.
A ela pouco importava, o que os outros falassem ou pensassem. Sabia-se feliz, em paz, repleta de boas lembranças.
Sentia-se viva, e vivia, cercada de afazeres que lhe davam imenso prazer.
Gostava a terra, prepara-la para receber a semente, era uma de suas tarefas preferidas.
E a alegria que lhe invadia a alma, ao ver os primeiros brotinhos tenros, vencendo a escuridão abafada da terra, e ganhando como por milagre a luz do sol, era algo fantástico, para sua alma de hábitos simples.
Suas roseiras, enchiam-se de botões, gordos e perfumados, eles se abriam para o sol, e dividiam seu jardim, com os cravos vermelhos, as palmas brancas, as margaridas singelas, e as dálias de todas as cores.
Ela, sempre ficava a admirar a convivência pacífica das flores, que não temiam, que a proximidade entre elas, compromete-se o brilho, que cada uma possuia.
Adorava o amanhacer, despertava feliz, agradecida pela vida que tinha, e seu primeiro olhar, era para o porta retrato de seu querido amor, que repousava por sobre sua mesa de cabeceira.
Era bom ir à cozinha e encontrar seus amigos de quatro patas, a festa com que era recebida por eles, fazia seu coração desmanchar de alegria.
Sempre ficava indecisa, se começaria o dia, cuidando do jardim, que ficava em frente a grande varanda da casa, ou do quintal, com sua horta cheirosa e apetitosa, ao fundo da residência.
A varanda era outro canto amado por Laura, era lá que ela, cultivava os vasos de orquídeas. E, onde toda tarde se sentava para ler seus livros, outra paixão de sua vida.
Diante de vida tão rica em ocupações, que repletavam sua alma de satisfação, ela se perguntava: o por que, das pessoas acharem que sua vida era vazia e solitária ?
Certa vez, dona Ernestina, moradora da vila, ao encontra-la, voltando das compras, não aguentou e perguntou-lhe: Laura, você ainda é jovem, até quando pretende viver essa viuvez ? Você não pensa em casar-se novamente ?
Laura, prontamente responde: CASAR NUNCA MAIS.
(esse conto nasceu, inspirado na imagem, que vi colocada em um poetrix de nome "Solidão" escrito, pela querida Rejane Chica)