Doce Ilusão
Os pequenos raios de sol que entraram pela abertura da porta logo se foram, junto com aquele homem que ela amava tanto. A casa ficou em silêncio. Ana estava sozinha, sozinha com seus pensamentos e suas lembranças. Já fazia quatro meses que tinham se casado e ele ainda mantinha distância do corpo dela, com exceção das quintas feira.
Conforme o contrato de casamento ele tinha que manter relações com ela pelo menos duas vezes no mês. Era quando as coisas mudavam. Aquele homem estúpido se transformava num cavalheiro, um homem apaixonado e beijava-lhe a boca como quem tem sede diante de um copo de água gelada.
Naquelas noites ela podia sentir-se mulher e podia tocar nele também, amá-lo, beijar seus lábios e deixar-se sentir prazer. Devia ser por isto que ainda estava naquela casa, na esperança de que aquelas poucas horas durassem para sempre.