Sentimentos em Copacabana
A brisa bate em meu rosto, uma tristeza inunda minha alma, porque há tempos eu estou esperando alguém que viria do longínquo, após o equinócio da primavera.
A orla de água gélida, tal qual o meu coração de pedra basáltica, trazia sentimentos confusos, e ao mesmo tempo, simples e fáceis de serem resolvidos.
Porém como os caranguejinhos que se escondem nos cascalhos triturados pelo tempo e pela água e com medo das águas enfurecidas que vêm e que vão:
Escondo meus escritos com medo de serem revelados, principalmente, para aquela que meu coração palpita há tantos anos.
Nem sei por que sofro assim? Daqui a outros quarenta anos estarei com oitenta anos, e talvez, a vida seja mais colorida do que agora, porém a ampulheta estará quase vazia e o meu tempo por esta terra esgotado.
Então, olhando o firmamento iluminado vem a questão que não quer calar:
-Por que eu faço isso comigo?
Mas antes da costa mais famosa do Rio de Janeiro sucumbir, o amor não me pregará mais peças, acho até que darei boas risadas destes últimos quarenta anos.
Integrarei-me a glória do universo e a felicidade desabará como vagalhão desenfreado, e finalmente estarei tão junto de Deus que poderei ouvir as próprias batidas do meu coração impulsionando o esplendor de toda a natureza.
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