A SOLIDÃO EM UMA ESTAÇÃO FÉRREA

Aquela pequena estação férrea encravada no pé da montanha, naquela tarde, parecia solitária não fosse aquela bela moça amuada em suas introspectivas sentando os seus pensamentos naquele banco de madeira rígida como o que acabara de sentar.

Lampejos açoitavam a sua mente de momentos cruciantes recentes.

Lembrava ainda os momentos vibrante de seu olhar pairando sobre o visor de seu Celular,quando a sua emoção se transformou maior em saber que era ele.Logo a seguir os seus momentos foram aquebrantados por aquela voz um tanto embargante vindo do outro lado,argumentando da necessidade de um encontro urgente o qual sem saber seria determinante em sua vida.

Naquele momento as suas emoções fragmentaram prognosticando o que estava por vir não seria de bom grado pelo tom daquela voz.

Já estava naquele hotel a quatro dias.Da sua janela a paisagem montanhosa ornavam aquele lugarejo com pouco mais de três mil habitantes.A memória lhe trazia de volta a vez primeira em que em um site de relacionamento, os seus olhos pousaram sobre aquela figura doce pura e de uma delicadeza ímpar.

Recordava ainda que a sua vontade fora mais forte do que a razão e em um ímpeto já estava ali naquele quarto de hotel deste vilarejo a quatro dias para conhece-lo.O que aliás,foram os mais radiantes de sua vida,não fosse o seu encontro tenebroso e de uma fala que não compactuava com aquela voz doce que conhecera ate então bem antes.

Foi inacreditável e impactante.Chegou como sempre amável,um pouco constrangido,uma voz um tanto embargada pela emoção e ao invés dos lábios,tocou apenas o seu rosto de leve.Quando ele começou a pronunciar as primeiras palavras,foi como uma chibata em suas emoções e nas esperanças e nas expectativas que desabaram e ruíram dentro do seu eu.Suas palavras foram cortantes.

Foi quando ele pronunciou:

-Não sei por onde iniciar! Mesmo em frangalhos tenho que lhe falar.Sei que errei criando expectativas ilusórias entre nós.Mas na verdade o meu histórico familiar não permite que eu prossiga esta asneira que venho praticando com você.A sua beleza e a delicadeza falou bem mais alto do que o meu coração.Tenho que usar de minha sinceridade para com você sabedor do agravante.Não somente com você mas comigo mesmo.Não quero e não poderia de forma alguma criar expectativas e tão pouco falsas ilusões entre nós.Não posso mais construir um caos em um dos lados da moeda.Os da minha família e de você.Na verdade eu tenho uma família constituída já alguns anos.Me perdoe pela leviandade.Fui arrebatado pela sua beleza e pela minha minhas insensatez.O alicerçamento de minha família bradou mais alto do que nós.

Feito isto cheios de emoção,tremulo, colocou as duas mãos nas faces dela,beijou-a e mais uma vez pediu mil escusas.Saiu sem pronunciar uma palavra sequer e depois daquele momento debandou-se por aquela porta do quarto daquele hotel. Suas pernas tremulavam e da mesma forma não as obedecia.Cai em escombros e estarrecida naquele silêncio sepulcral sob um sofá que estava ao lado.

Agora, la estava ela solitária em um pequeno banco de uma estação férrea, perdida em seus pensamentos e no meio daquelas montanhas misturada as lágrimas,quando foi sacudida para a realidade por um apito de um trem.Não somente cortaram as suas emoções daquele lugar bucólico mas como também de uma dor irreparável.Embarcou suas desilusões naquele trem,que cortaria não somente as montanhas, mas um coração arrebatado cheio de saudades misturadas as mágoas.

Aquela viajem parecia interminável,porem, os seus sonhos acabara naquela pequena estação férrea encravada nas montanhas.