AMOR QUASE PLATÔNICO
Eles haviam se encontrado via internet...
Eram recantistas, como costumam dizer.
Ele havia feito um comentário em um poema
dela, ela não havia gostado muito e deletou,
Achou-o invasivo demais...ficou meio envergonhada
com o que ele escreveu...achou melhor deletar, e es-
queceu. Passaram-se os dias, outros poemas, outros
comentários, e ele voltou, comentou outro poema dela
e ela se lembrou de sua fotografia, foi até sua página, e
fez um comentário, disse que se lembrava dele e se des-
culpava por ter deletado seu comentário, explicava a
razão. Ele retornou, e assim foram fazendo contato...
Ela então comentou com ele sobre uma questão: A fideli-
dade da alma...e ele resolveu responder por email...enviou
a ela uma resposta assim, fora do Recanto...
Ela respondeu, o tema era interessante...e foram se comu-
nicando...via internet..
Mas ele então passou a dizer a ela que a achava bonita,
etc e tal...e disse que gostaria de vê-la pela webcam
Ela disse que não tinha...e que não podia comprar...
Ele se ofereceu para dar uma a ela de presente...Ela achou
estranho...e negou, agradeceu...(não se aceita presentes
de estranhos..assim sua mãe ensinara) Então ele pediu para
conversarem pelo MSN , ela concordou, tudo bem...
Começaram a se corresponder assim: Ele escrevia de lá e
ela dali...Mas ele começou a assediá-la... a conversa tomou
um rumo diferente ali no MSN...ele dizia que queria vê-la
namorar com ela...e ela começava a entender as intenções
dele; ela estava também interessada nele...mas sabia que
não era possível, eles tinham famílias...filhos...era uma
questão de fidelidade também...
Então ela dizia para ele ter juízo...parar com aquilo...e ele
não parava e ela não o deixava...
Ela tinha por ele uma atração muito grande e vice-versa...
E aquele amor tinha que ser amizade...não podia haver
contato físico...não podia...
E o que ele escrevia era tão lindo...tão romântico...
E ele era tão forte...tão masculino...
E o que ela escrevia era tão doce...tão terno..
E ela era tão suave...tão feminina!
Então ele continuou...cada vez com mais intensidade...
E ela se asssustou...não havia possibilidade..
Ela então se defendeu...e o magoou
E ele se afastou...se deletou...
E aquele amor quase platônico
acabou!