1 Conto de Fadas e 2 The End's

Houve uma garota, onde durante muito tempo em seu conto de fadas, ela viveu as fantasias de uma princesa, onde em seus sonhos, ela ainda acreditava naquele que se mostrava o seu príncipe encantado, aquele que sempre lhe jurou amor eterno e que fora capaz de enfrentar tempestades e dragões por ela. Juntos viveram muitos momentos marcantes, onde sobre as estrelas, sempre planejavam e até enxergavam juntos um futuro feliz. Ele sempre a tratou como a princesa que era, a respeitando e sabendo esperar o momento de serem felizes juntos e estava disposto a enfrentar qualquer coisa para isso.

Mas como em todo conto de fadas, houve um vilão que apesar de andar na contramão de tudo o que ela esperava de um príncipe, a sua forma ele soube chamar a sua atenção. Apesar de suas atitudes frias, a princesa sempre o enxergou como um alguém que precisava de ajuda e por isso, sempre caia em seus jogos e apesar de em algum momento ter deixado de acreditar em sua bondade, em meio a um momento de sinceridade, um beijo aconteceu, algo que a assustou por parecer significar mais do que deveria e então, ela o deixou… Ele sentiu aquilo, pois sabia que havia algo mais e por isso, sempre tentou separá-la do príncipe e por mais que isso parecesse maldade, ao deitar a cabeça em seu travesseiro, ele não aceitava perde-la, pois ela o enxergava e mesmo que isso o assustasse também, ela não lhe saía da cabeça.

Confusa, ela então cantou e ao redor de seu castelo era possível ouvir o seu canto, voz forte e intensa que atravessou o horizonte em busca de respostas para os seus sentimentos. O canto chamou a atenção do vilão, que invadiu o castelo e apareceu na janela do quarto e sem juras eternas, sendo apenas o que já se espera dele, tomou-a em seus braços. Ela ao olhar em seus olhos, relembrou o beijo que se fez presente em seus sonhos ainda confusos e assim, não foi capaz de lhe oferecer resistência alguma, vivendo assim, uma experiência única em sua vida, onde pela primeira vez, não fora tratada como apenas uma princesa, mas também como uma mulher e aquilo a deixou em êxtase. Antes que o dia tivesse amanhecido, o vilão a observou nua e jogada em seus braços, tão linda e tão entregue… Ela o encantava, mas o fazia querer mudar e isso o assustava. No dia seguinte ao acordar, ela o procurou sobre os lençóis e logo percebeu que ele já não estava mais lá, dias se passaram e ele não mais voltou. Ela viu tal atitude como vingança por ter partido após aquele beijo… Desamparada, ela então aceitou a proposta do príncipe, que lhe jurou amor eterno e juntos se casaram e foram felizes para sempre.

(será?)

The End

Após o the end, durante um tempo, o príncipe fez jus as suas promessas, mas só até ter certeza de que não haveria mais algum vilão por perto, onde deixou de ser o que fez parecer que seria, ou o que deveria ser. A princesa então passou a se perguntar, como que um alguém que se propõe a matar dragões por ela, simplesmente pudesse mudar assim da água para o vinho, no caso, do vinho para a água, foi então que ela percebeu que ele não matou o dragão por ela e sim, por ele mesmo e em meio a isso, ela voltou a cantar a procura do vilão, que logo no primeiro canto apareceu e ela então, passou a desejá-lo exatamente pelo o que ele se mostrava, sem mais o intuito de querer mudá-lo e assim, juntos fugiram, onde ela optou por ser mulher e não mais uma princesa apenas e só o vilão era capaz de fazer isso por ela. E assim, viveram felizes e prazerosos para sempre.

(será?) – (risos)

The End

Agradeço a Parabolika pela brilhante interação:

The en(DuO)

Então os meses se passaram. A princesa - ora mulher - e o vilão se amaram das mais diversas maneiras, realizando todas as suas intenções e todas as suas fantasias. Lapidaram-se na arte do amor, valorizando /cada segundo de realidade/mortandade humana de ambos e cada curto momento de êxtase carnal. Mas, um dia, enquanto o vilão a tinha nos braços, observou que o encanto daquela mulher abandonada em seu corpo era, unicamente, 'não ser dele'.

Aquilo soou como uma sirene que o despertador ecoa no quarto quando temos que enfrentar o dia-a-dia. E o vilão caiu em si.

Aquela ex-princesa, tão mulher, parecia tão comum; tão "dele"; tão "sem encanto".

Assim, resolveu buscar outra princesa para roubar de outro príncipe-pateta. Ela acordou e estava só. Não havia bilhete ou rosa, sequer um perfume para lembrá-la de que ele - o vilão - havia passado por sua vida. Foi até a janela e cantou uma outra canção, desta vez de tristeza profunda, pois sabia que o vilão não voltaria e tinha consciência que outro príncipe não lhe socorreria, pois príncipes querem princesas e vilões querem mulheres. Mas ela já não tinha certeza do que queria ser.

(The End)

-

Agradeço a amiga Callipe pela brilhante interação, sempre um prazer

Todo príncipe carrega escondido seu vilão

Todo vilão disfarça seu príncipe e jura até o fim que não

A certeza da posse é o que abre a caixa lacrada

A certeza da posse é o que perde a pessoa amada

Princesas não querem tempestades enfrentadas

Princesas não querem tolas lutas por nada

Princesas nem existem

E se existirem por ventura

De uma terceira espécie sairão à procura

O querem nu em pêlo como um centauro

Sem carinhos tão suaves

Sem diminutivos e entraves

Sem sapatos engraxados

Sem dedos apontados

Sem pecados

Princesas não querem honrosos medalhões

Querem tão somente o homem que escondem relutantes todos os príncipes e vilões

Quanto aos finais felizes?...

Jamais existirão

Porque finais felizes são pura ilusão...

The End?

...Nãaaaaaaaaao!

Callíope