O Eterno Apaixonado - CAPITULO II

CAPITULO II

CONTO DE FADAS MODERNO

Passei minha vida sendo eu mesmo, e sempre conquistei amizades, a maioria feminina. Isso era o agravante, sempre estava rodeado por meninas bonitas, e como saber qual está me pretendendo namorar? Essa questão me assombrava. Eu sempre esperava que a mais bonita fosse a minha pretendente, mas de fato nunca soube se ela queria ou não. Nessa idade, nós queremos viver o amor perfeito, e eu também. Procurava em meninas a perfeição de um filme romântico, onde nada possa atrapalhar, ou tudo queira atrapalhar.

Sempre fui tímido, e para isso, criei um alter-ego que era brincalhão, amigo e descontraído. Pura farsa. Posso afirmar isso, não sabia paquerar.

Em certo caso, no começo do ano letivo, no intervalo da escola Charles de Gaulle, meus amigos e eu, neste caso homens, fomos conversar em uma escada. Lá havia uma menina, negra, pequena com corpo lindo, e eu logo me apaixonei.

Esses meus amigos era tão tímidos quanto eu. Para ter uma noção, eu era o menos tímido da turma. Nós inventávamos apelidos para as meninas que não sabíamos o nome, assim podíamos identificá-las. E nós tínhamos muita imaginação. Os apelidos variavam muito. Tinha a Sorriso, a Capricho, a Estilinho, a Nenê e por ai vai. Para ela, demos o apelido de Deusa de Ébano, por causa da sua cor. Não tínhamos coragem de perguntar os nomes, nem sei se era esse o nosso objetivo, preferíamos observar de longe.

Neste ano, eu estava na 7ª série e a Deusa de Ébano, que citei, estava na 6ª. Ela atravessou essa minha fase sem eu nem ter escutado sua voz, às vezes me olhava, às vezes eu a olhava. Mas conversar nunca. Isso continuou o ano inteiro e eu só a observar.

Mas durante esse período nada aconteceu na minha vida, mais enfim, nos reencontramos novamente, “minha” Deusa de Ébano e eu. Ela havia mudado de horário e mudou-se para o mesmo que eu, isso foi formidável, mas nem tanto. Eu estava namorando, e por coincidência ou por azar, ela, no intervalo, sentava com suas amigas do meu lado. E eu com a minha namorada. Como era difícil isso, não parecia ser normal, deduzi que ela não gostava de mim.

Assim acabam os contos de fadas modernos...

Wellingtom Braga
Enviado por Wellingtom Braga em 10/11/2010
Reeditado em 10/11/2010
Código do texto: T2607784
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