Permita-me

Foi ao sair de casa para fazer uma pequena caminhada que costumo fazer para um lugar não muito distante de minha casa para pensar um pouco no que fazer com minha vida, que te vi.

Foi no período de inverno, com as gotas d’água caindo da bela chuva num silencioso amanhecer que ao caminhar sempre para um lago perto da vizinhança - onde na primavera desabrocham belas flores que de tão bonitas, não deveriam ter simples nome – que chegando perto de onde sempre ficava debaixo de um velho carvalho que crescera ali - que nem eu sabia o quanto tempo fazia que estivesse naquele local- que te vi pela primeira vez. Com certa curiosidade de saber quem era me escondi entre outras árvores menores que tinham por ali, pois não queria chamar sua atenção.

E lá estava, naquela manhã, segurando um guarda-chuva preto igual a seu belo cabelo longo, sedoso e bem cuidado modelado em belos cachos olhando para aquele belo lago que tinha dentro daquele pequeno bosque. Vestida de um estilo que até então nenhuma garota tinha me provocado tanta excitação. Quem era? De onde veio? Onde morava? Estava louco pra saber de onde saíra um anjo de cabelos negros que de tanta beleza, só faltava um par de asas para ser um. Só não queria que possuísse isso, pois poderia ir para longe e eu ficaria sem saber quem era.

Tinha um coração que deixava o meu derretido só de um simples olhar. Ela que caminha sozinha e até então não sabia seu nome. Ela que ao caminhar parecia voar bem alto, bem longe, ao olhar para aquele lago, como se sonhasse com um mundo distante daquele em que eu vivo. Às vezes, seu olhar demonstrava que estava tentando sair de um jogo infantil, mas cruel.

De tanto vê-la andar sozinha, não conhecia amigo qualquer para saber o seu nome. Aquilo me deixava louco. Queria ter o poder de ler mentes, para poder navegar nesse oceano de pensamentos, para saber se sabia que existo e se sabe que estou amando-a. E também pra dizer que queria o seu coração, para ser meu campo de girassóis.

Tinha receio de chegar perto dela pelo zombado dos homens mergulhados nas profundezas de vergonhas que me faz sentir ira. Gostava do seu jeito, com uma face angelical de criança que tem toda a vida pela frente.

Queria que ouvisse as palavras gentis que tenho para dizer para que ficasse junto de mim para um sonho mais ousado, antes de sua fuga da luz do paraíso. Será isso que chamam de amor por uma pessoa? Antes, de conhecê-la, matava esse sentimento com o meu próprio coração, infectado por amarguras, dores que pessoas me fizeram sofrer sem o menor consentimento.

Por favor, permita-me ter a honra de saber quem você é, garota dos sonhos escondidos num coração desconhecido. Permita juntar esse meu coração devastado por palavras que me feriram mais do que uma simples adaga que se pode defender, - mas apenas quando se percebe que vai ser perfurado - marcando assim, com uma cicatriz que faz lembrar tudo... Deixe-me deitar minha cabeça em seu coração florido com belas imagens e atos de carinho. Deixe-me procurar junto com você, esse mundo que tanto procura, olhando para o lago que também amo pensar e olhar para ele, para que eu possa ser feliz novamente.

Wellison Pontes
Enviado por Wellison Pontes em 08/11/2010
Reeditado em 30/12/2010
Código do texto: T2604030
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