Enquanto o céu for o nosso limite - Décimo Quinto Capítulo
Pablo, enfim, inicia uma história que, aos poucos, faz com que Rosa literalmente desmorone tanto em sua postura quanto em sentimentos. Ela agora chora abundantemente e, conforme as palavras de Pablo são ditas, mais seu coração entristece-se ao mesmo tempo em que se enche de alegria.
Pablo sofria de uma grave doença cardíaca. Era algo genético - heranças que não pedimos, mas que herdamos – e que sentenciava-o a um fim muito breve. Passou sua vida inteira até então, apenas dedicado ao trabalho. Claro que havia tentado achar a pessoa certa para casar e, enfim, formar uma família. Mas, conforme o tempo foi passando, havia se convencido de que aquela felicidade não era para ele. Mulher alguma havia feito o seu coração bater tão forte, quanto com Rosa. Pouco antes de viajar rumo à Pousada, Pablo decidira-se por viver a pouca vida que lhe restava em harmonia com a natureza e com ele mesmo. Seu histórico de saúde apenas teria uma solução: um transplante. Àquela altura, mesmo com todos os recursos financeiros disponíveis acumulados em todos os anos de dedicação total ao trabalho, nada mais poderia ser feito e as probabilidades de encontrar um doador, estavam ficando cada vez mais reduzidas.
Então, tomou a decisão mais difícil de sua vida: isolou-se na Pousada, onde estava hospedado há dois meses antes da chegada de Rosa, para esperar o seu fim.
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