Enquanto o céu for o nosso limite - Décimo Quarto Capítulo
Enfim, o silêncio é quebrado com um elogio de Pablo após um sorriso longo e encantador.
A conversa inicia-se ligeiramente formal. Ambos estão desconcertados pelo encontro único após longos meses de separação. E Rosa vai ficando cada vez mais incomodada com aquela situação. Nem mesmo a conversa trivial sobre assuntos do dia-a-dia tiraram-na da dúvida que embora ela tentasse infiltrar nos olhos de Pablo, não conseguia achar resposta. Apenas sentia que ele estava mudado de uma forma profunda, mas estranhamente calma. Enfim, um silêncio que marca a pausa. Ela sabe que o assunto inevitavelmente será encaminhado para os dias na Pousada. Ela se ajeita na cadeira e toma uma postura mais ereta, pouco confortável, como se estivesse pronta para qualquer situação e estava certa de que saberia a resposta adequada de forma a dar fim àquele constrangimento.
Pablo começa a falar desculpando-se pela ausência longa sem notícias e contando-lhe como foi fácil achá-la seguindo apenas seus instintos e algumas informações trocadas nos poucos momentos em que estiveram próximos.
Rosa ouve com atenção, mas o que ela deseja mesmo é saber o motivo pelo qual havia sido rejeitada. Sim, era dessa forma que ela sentia-se. Nenhuma situação seria forte o suficiente para justificar a ausência dele após aquela noite maravilhosa, sem sequer uma despedida.
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