Enquanto o céu for o nosso limite - Décimo Terceiro Capítulo
Olha para o relógio: 19 horas. Ainda teria tempo suficiente se quisesse ir.
E ela quer. De súbito, levanta-se da cama e, resoluta, procura uma roupa no armário. “Afinal, é melhor ir e acabar logo com isso”, diz Rosa em voz alta, como se quisesse se convencer.
Arruma-se com um certo esmero e deposita gotas delicadas de perfume em seu pescoço. Olha-se no espelho e sorri. Estava muito bem.
Pega sua bolsa e segue para o elevador. Conforme os números diminuem e o térreo fica cada vez mais próximo, seu coração bate descompassadamente e inutilmente ela tenta se controlar.
A boca seca denuncia seu estado de espírito. Não tinha dúvidas de que Pablo ainda mexia muito com ela. Mas, o que ele fez havia deixado marcas profundas nela.
Enfim sai do elevador e segue rumo ao Bar. Um lugar aconchegante que Rosa raramente frequentava mesmo sendo ao lado de seu prédio.
Lá, procura por Pablo e de longe o vê. Reconheceria aqueles cabelos grisalhos em qualquer lugar. Enfim, toca o ombro de Pablo, com uma mistura de sentimentos que a deixa com uma ligeira vertigem..
Ficam algum tempo olhando-se e Rosa tenta relembrar a muito custo daquilo que ensaiou para falar porém, nem com muito esforço consegue.
Apenas olha para o fundo dos olhos de Pablo e parece-lhe que nada ao seu redor produz som...seus ouvidos ficam momentâneamente ensudercidos...
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