Enquanto o céu for o nosso limite - Décimo Capítulo
Dois meses haviam se passado desde que Rosa voltara de seu período de férias. A rotina do trabalho e as providências do dia-a-dia, consumiam grande parte de seu tempo. Ela resolvera-se por voltar a estudar. Finalmente começou a fazer alguns cursos que adiara por tanto tempo.
Em sua mesa, olhava pela janela. Seu olhar fitava o horizonte e em sua cabeça ela fazia um “balanço” pessoal. Havia tirado férias, é fato. Mas, ainda sentia-se cansada, desanimada. Não sabia explicar o motivo, mas sentia-se incompleta. E relembrou de suas férias na Pousada e do tanto que aquilo tinha lhe feito bem. Sorriu ao lembrar de sua amiga Margarida. Parecia-lhe que novamente sentia seu toque sedoso por entre os dedos.
Lembrou-se de Pablo. Tudo o que vivera com ele, havia deixado marcas profundas em seu ser. Ela aspirava o ar tentando sentir novamente o perfume dele. Tudo desenrolara-se tão rapidamente, que ela não saberia explicar como deixara-se envolver por tamanha avalanche de sentimentos. O jantar, o beijo, a entrega...tudo havia sido perfeito e deixado no ar uma promessa de porvir. Mas, as palavras naquele curto bilhete, fizeram com que ela acordasse do “conto de fadas”:
“Menina flor...
Precisei ausentar-me com urgência.
Desculpe não poder despedir-me. Receio que tu tenhas ido embora quando eu puder regressar.
Esteja certa de que encontrarei teu perfume novamente e hei de amar-te renovado.
Beijos.
Pablo.”
Não entendia muito bem o quê as entrelinhas escondiam. Só conseguia apegar-se ao fato de que ele tinha ido embora sem sequer despedir-se e na semana seguinte, não havia aparecido. Ela viera embora sem mais nenhuma notícia dele.
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