Enquanto o céu for o nosso limite - Nono Capítulo
O dia amanhece e banha com raios multicores o quarto de Rosa. Ela desperta preguiçosa, ajeitando-se na cama. De repente, a memória é invadida por algumas cenas e ela, instintivamente, puxa o lençol para si aspirando o perfume que ficou impregnado.
Tudo aconteceu de forma tão natural que ela não saberia explicar. A noite fora maravilhosa. A conversa durante o jantar foi marcada por uma intimidade latente que Rosa jamais sentira por outra pessoa. E depois, a companhia até a porta do quarto...o beijo suave nos lábios...e, por fim, a entrega total. Não lembrava de haver sentido tão fortes emoções com outro homem. Apesar de ter namorado Carlos durante três anos, já tinha ficado com outros homens, mas nada se comparava àquele sentimento. Era estranho e ao mesmo tempo, embriagante. Ele fora tão delicado fazendo com que ela se sentisse especial, única. E agora, ela acordada fitava o infinito, lembrando-se de cada toque, de cada gesto, de todas as palavras ditas. Era como se revivesse tudo e um sorriso maroto estampava sua fronte.
Levantou-se, vestiu seu robe e foi para janela admirar o dia. O Sol acariciou deliciosamente seu rosto e ela fechou os olhos, dexando-se ficar por algum tempo.
De súbito, é arrancada de seus pensamentos quando ouve alguém bater à porta. Ela se ajeita rapidamente e vai abrir. Um funcionário da Pousada a cumprimenta e lhe dá um envelope. Ela agradece, fecha a porta e senta-se na cama reconhecendo aquelas letras que endereçavam o envelope à ela. Não tinha dúvidas, era a mesma letra do seu admirador secreto.
Não sabia explicar, mas sentia seu coração apertado segurando aquela missiva.
Abriu e conforme seus olhos percorriam o recado breve, porém direto, seus olhos marejaram e ela foi ficando cada vez mais confusa...
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