Nas cordas de um Violão

Era uma tarde agitada na minha casa em Nova York. Eu já tinha me decidido, não queria continuar, morando nesta cidade enorme cheia de movimento de pessoas, queria mudanças, algo novo, mas nada muito radical detestava exagero e a idéia de morar com a minha mãe em Forks me pareceu interessante, então uni o útil ao agradável. Graças a Deus era o meu ultimo dia de aula no ano. Em poucas horas estaria de férias e já em outro lugar, um lugar novo, fascinante, o mais chuvoso do mundo, eu adorava a idéia de ir para um lugar assim. Tem uma leve diferença, porque em Nova York faz geralmente é frio. Forks Era uma cidade do interior do estado de Washington a chuva lá era constante, então poderia demorar um pouco para me acostumar.

O desejo de mudar de cidade, de rotina, me fez providenciar logo a coisas, liguei para o papai e pedi pra que comprasse logo a minha passagem, arrumei as minhas malas, antes de ir para a escola, queria deixar tudo pronto e arrumei meu quarto, mas acabou ficando do mesmo jeito. Vesti minha roupa calcei meu tênis, desci. Passei na cozinha comi algo. Subi escovei meus dentes, vesti meu casaco peguei minha bolsa e fui a caminho da escola. Ainda bem que não era muito longe, pois eu detestava caminhar, caminhei um pouco apressada, já estava em cima da hora. No caminho observei um casal de idosos “apaixonados” em um banco na praça, imaginei: "se fosse outra pessoa, diria: Ah! Que lindo!... mas eu não diria isso, aliás acho isso um cumulo da absurdo, como pode uma pessoa viver praticamente a vida inteira ao lado de outra, presa a ela?" Sinceramente, isso não era o meu forte, acho nunca me apaixonei por homem nenhum, por não haver um “homem” de verdade neste minúsculo planeta chamado terra. Eu realmente não tinha “vocação” para relacionamentos, isso em todos os sentidos, não tinha muitos amigos, não gostava de conversar com ninguém, era reservada para mim e para meu pai, ah tem também o Derek Charles, o meu melhor amigo. Esse conheci na 5° série, desde então nos tornamos super amigos, considero o motivo dessa amizade pelo fato dos idiotas “populares” da escola tirarem sarro com sua cara, eu o entendia completamente, passava pelo mesmo, mas era com as idiotas “populares”, agradeço a Deus todos os dias por ser diferentes de todos, e encontrar alguém parecido, mesmo que de longe, comigo. Mas enfim, ele sim eu dividia “quase todos” os acontecimentos em minha vida, e quando lhe contei que mudaria de cidade foi meio difícil para ele, mas me apoio em tudo. Ah lembranças, quando eu me encontrava perdida em pensamentos, Derek chega e desconecta-me deles. Nem tinha percebido que já tinha chegado à escola.

_Senhorita Tompson? – disse ele sorrindo e vindo ao meu encontro.

_Oi! Cumprimentamos-nos como de costume. – Não me chame assim. – rimos juntos.

_Já arrumou as coisas, para a sua mudança?

_Com certeza, não vejo logo a hora de partir, mas confesso que sentirei sua falta.

_É, eu sei que vai. Impossível não sentir, confesso também que sentirei a sua.

_O olhei de cima em baixo, arqueei a minha sobrancelhas esquerda e disse - Mas como você é convencido!

_Eu?

_Ahn. Você vai lá comigo, pegar o ônibus?

_Não sei, fiz um compromisso com a mamãe hoje, não tenho certeza se vai dar para ir.

_Não, tudo bem! Olha não quero perder o contato com você. – ele olhou para mim e sorriu mais uma vez. - Também não, mas vamos fazer o seguinte, sempre lhe enviarei noticias, por cartas, e-mail, ou outro tipo de contato, e você fará o mesmo, vai me contar tudo, quero detalhes, da cidade, do colégio novo, dos colegas de tudo, englobe tudo e me fale. Quem sabe eu num apareço por lá?

_Nossa! Sério? Você faria isso? – perguntei alegre, por ouvir aquilo. – seria ótimo você aparecer por lá.

_Quem sabe?

O sinal para entramos na sala toca, estava muito ansiosa para me mudar logo, não via à hora de sair daquela escola, nunca mais ver aqueles idiotas menos o Derek, claro! E ter uma nova vida. Na outra cidade eu poderia até ter mais amigos, não que eu faça questão disso, mas seria uma boa, um amigo a mais para conversar nunca é demais. Não prestei naquele dia, atenção em se quer uma só palavra em que aquelas pessoas disseram, eu só pensava na mudança só na mudança, estava obcecada por isso. Morar com a minha mãe! Isso me faria bem, experiência nova, morei a minha vida inteira com o meu pai, desde os meus 2 anos de idade, eles nunca foram casados, foi uma relação amorosa desinibida nada comprometedora, que acabou gerando uma conseqüência. EU. Foi assim que me contaram, mas uma conseqüência boa, lógico! Meu pai não aceitava a idéia deu ser criada por outro cara, isso porque 1 ano depois do meu nascimento, minha mãe se casou, e o meu pai? Hum, este está solteiro até hoje, acho que puxei a ele, não suportamos a idéia de nos prender a uma só pessoa, mas ele é SAFADO, fica com qualquer vagabunda que encontra, eu não, não me interesso por ninguém, nem pelo meu próprio sexo ah isso é óbvio, apesar disso ser praticamente normal nos dias de hoje. Então, o trato era eu ser criada por ele até os meus 17 anos e depois disso, se eu quisesse me mudava para a casa da minha mãe, que foi o que eu quis. Meus pais nunca foram daqueles de se brigarem, entrar na justiça e tudo mais, não! Eles tentavam da melhor forma resolver o que tinham que resolver, para futuramente não trazer complicações até para mim mesma. Acho que é por isso que eu os amo, ah! Nossa! Tinha até me esquecido, vou ter até um irmão, mas por parte de mãe, o óbvio! O nome dele é David, David Breitner Júnior ou DJ como prefiro chamá-lo, não herdou o meu mesmo sobrenome (pais diferentes). O meu? O meu nome é Annie Todestako Tompson, para os íntimos apenas Annie, para os demais, senhorita Tompson, o TODESTAKO herdei de minha mãe e TOMPSON logicamente do meu pai! Ter um irmão? Como seria essa sensação, será que era boa? Bom, não sei, irei saber quando encontrá-lo, aliás tenho que comprar alguns presentes, pelo menos nisso terei que gastar minha economias, se continuar assim ficarei milionária. Eu estava voando em pensamentos, até que novamente Derek me desconectou deles.

_Annie? Você está em que planeta agora? Ou cidade. - Derek disso isso em tom de ironia. – respondi-o a altura.

_Provavelmente em Marte, quando me formar mudarei para lá. Cidade? A que eu vou morar em Marte mesmo.

_Hum, percebi-se! Hein! Vamos a aula acabou você tem que ir logo senão vai perder o ônibus.

_Ah? Já? - Nossa! Ainda bem! - Vem cá, me dá um abraço apertado. – Nos abraçamos intensamente, como se fosse um abraço de namorados, me sentia assim, depois de anos e anos de amizade e alguns beijinhos. – ah! Como eu vou sentir saudades, mas tenho certeza que verei você logo, nem que eu venha te buscar para conhecer lá ou você ir por conta própria, como preferir, só sei que você vai.

_Veremos como vai ser.

_Agora tenho que ir mesmo. Tchau! Adoro você!

_Também! Se der eu apareço lá na rodoviária.

_OK! Tchau!

Fui, mas sentia com o coração apertado, por deixar meu melhor amigo assim. Não olhei para traz, para não bater a vontade de voltar, eu realmente gostava de Derek, alguém como ele, jamais encontraria. Mas logo me perdi novamente em pensamentos, não estava acreditando no estava acontecendo, mudança finalmente, algo diferente aconteceria em minha vida, por mais radical que pareça e eu odiasse isso, mas valeria apena.

Cheguei em casa e logo subi para o quarto, acabar de preparar as minha coisas, estava igual um louco procurando drogas, revirava tudo a procura do meu único Ipod, não poderia esquecê-lo, caso contrário a viagem seria um tédio absurdo. Mas achei, guardei-o em meu bolso, peguei o meu notebook da Apple guardei em sua mochila apropriada e desci levando todas as minhas coisas que cabiam em apenas uma mala, até parece. Eu não era como aquelas patricinhas loucas que só vivem de roupas, sapatos e demais acessórios, as roupas são apenas para cobrir o corpo, e qualquer uma fazia isso, portanto só tinha as roupas necessárias. Meu pai até se sentia orgulhoso disso, não gastaria muita grana com isso, eu só exigia algo de melhor qualidade quando se tratava de eletrônicos, como meu notebook, meu Ipad, Ipod, dentre outros.

Sentei na sala e fiquei esperando da boa vontade do meu pai, e ele vir para me buscar, parece até que temos pensamentos ligados, não demorou muito e ele chegou.

_Finalmente!

_Ô filha desculpa! Fiquei...

_Não, tudo bem! Estou de brincadeira com você! – rimos juntos.

_Pronta?

_Prontíssima.

_Então vamos.

_Sim, vamos! - quero aproveitar cada, minuto de minha nova vida, pensei.

Pulei para dentro do carro, e meu pai arrancou. Recostei-me e fiquei a olhar para a janela, observando Nova York, lembrando de quando eu era criança, quanta coisa passei por aqui, as lanchonetes que fui com meu pai, nossas diversões, tudo. Poderia até sentir saudades, mas poderia sentir se Forks fosse ruim, caso contrário, nem sentiria tanta falta assim, quer dizer, apenas do meu pai e do Derek, mais do Derek, porque o papai, sempre estaria me visitando, mas bem que... ah deixa isso quieto, sei que não dará certo, pelo que conheço desses dois, hum. Quando chegou à rodoviária, me bateu a tristeza e uma vontade de chorar, não foi possível segurar a lágrima, involuntariamente ela desceu e meu pai sentindo o mesmo, mas sem chorar disse que logo me veria. E que como eu sou, que me acostumaria rapidinho com a distância, e que também eu tinha a mãe, de certa forma, essas palavras dele me acalmaram um pouco. Engoli o choro e o lhe dei um abraço forte abruptamente. E fui em direção ao ônibus que estava quase de partida, não olhei para traz novamente para não sentir a mesma vontade de voltar. Entrei no ônibus e procurei logo a minha poltrona a de n° 26 praticamente a ultima, tive a sorte de sentar na janela, não gostava muito de pessoas passando e se esbarrando em mim.

Acomodei-me na poltrona confortavelmente, peguei alguns livros nos quais estava levando, para se caso não houvesse lá, eu não sabia, ter aqueles para ir lendo até providenciar outros. A capa do livro parecia interessante, tinha prendido bastante a minha atenção, “Soul Love – À noite o céu é perfeito”, esse era o nome dele. Liguei o meu Ipod baixinho para que não pudesse incomodar minha leitura, e comecei a lê-lo. A viagem foi tranqüila, dormir a maior parte dela, o ônibus fez a sua ultima parada, na qual eu deveria descer. Mesmo estando dentro do ônibus um pouco aquecido, pude perceber o tempo frio que estava lá fora, então procurei logo o meu suéter, e desci as escadinhas. Quando avistei um homem com o jeito e aparência de “gay” pulando feito louco e gritando o meu nome, fui logo ao seu encontro. Eu estava rocha de vergonha pelo escândalo que este estava fazendo.

_Senhorita Annie Tompson?

_Sim, sou eu!

_Bom, queridinha, a sua mãe não pôde vir, ela está muito ocupada, fazendo os preparativos do casamento. Então ela me pediu para que viesse buscá-la. Vamos?

_Dei um sorriso meio sem graça e desajeitado, por não conhecer o sujeito e pelo seu escândalo, não tinha nada a perder, então o segui.

Ah! a minha mãe era organizadora festas, desde a organização dos bolos e doces até a preparação da festa mesmo, esse era o sonho realizado, ela tinha seu próprio negócio, uma micro-empresa, mas esse sonho se limitou com o do papai que por vários outros motivos não se deram bem. O nome do sujeito é George Luttrel, ele realmente era gay, tinha até namorado, que se chamava Robie Williams, George era o melhor amigo de mamãe, um pouco parecida comigo, a diferença é que o meu era homem mesmo. – dei uma risadinha discreta - ele me ajudou com a mala. Logo chagamos no carro, era um fusca meio acabado entre o ano de 1969 a 1972, por ai, não entendo muito de datação de carro, mas ele era isso por fora, por dentro era até meio aconchegante. Ele guardou minha mala no porta-malas, enquanto isso eu entrava no carro, na parte de traz do passageiro. Até que partimos. Ele foi tagarelando da rodoviária de Forks até a casa da mamãe. Eu não prestava atenção em uma só palavra que ele dizia, preferi observar a minha nova cidade, as pessoas, os comércios, as escolas e a que apresentar melhor aparência seria onde eu ia estudar, meu ensino tinha que ser dos melhores. Mas as aparências enganam, tenho que investigar primeiro, aparência não tem nada a ver mesmo, mas enfim isso seria depois das minhas curtidas férias. Até que passamos em frente à micro-empresa da senhora Breitner minha mãe. O slogan é bem legal e chamativo, de aparência muito sofisticada foi então que percebi, a empresa da mamãe era a única ali, então está ai o porquê do tamanho sucesso, mas também ela realizava muito bem o seu trabalho, mas passamos direto e fomos para casa. Eu estava terrivelmente cansada, queria chegar lá e me jogar na cama e só acordar no outro dia, tudo ilusão, a minha nova casa estava incrivelmente cheia de gente, bagunça pra lá bagunça pra cá, bolos, doces, sujeira e tudo mais. Fiquei chocada com o tamanho agito, eu achando que aqui seria mais tranqüilo.

A casa era muito linda, dois andares, enorme, com um jardim maravilhoso, no qual me apaixonei a primeira vista, tinha um quintal enorme também, aliás, tudo na casa era grande. Peguei minha mala e fui em direção a porta da frente, que quando me aproximei, ela se abriu abruptamente, minha mãe saiu de dentro gritando e pulando feito uma maluca, me abraçando, beijando e me puxou para dentro da casa, apresentou-me para um pessoal com qual trabalhava, não fiz muita questão de cerimônias e pedi logo que me mostrasse o quarto. Subi um lance escadas cansativas, até o quarto no qual ficaria, era bastante aconchegante, cama de casal, lençóis brancos como gostava, uma mesa para o meu notebook e para os meus estudos, um criado-mudo ao lado da cama, um banheiro só pra mim, claro! Tapetes as redores, um guarda-roupa enorme, como se eu fosse ter a quantidade de roupas que caberiam nele, a janela era para o jardim da casa, pensei comigo. – ótimo, acho que ficarei bem aqui – com a porta fechada abafava um pouco o barulho de lá de baixo.

_Acho que vou ficar bem aqui, nessa imensidão. – ironizei um pouco.

_Ah vai sim tenho certeza filha, bom tem toalhas ali na gaveta na parte mais baixa do guarda-roupa caso você queira tomar um banho, tem xampu no banheiro, sabonete, tem em pedra e liquido, tem os dois, ai você escolhe, tem...

_Tá mãe! Tá bom irei ficar bem aqui, pode ir fazer o seu trabalho eu me viro...

_OK! Se precisar de alguma coisa é só me chamar.

_OK! Pode deixar.

Minha mãe me deixou sozinha naquela imensidão do quarto, ele era enorme mesmo, algumas coisas minha mãe deixou para providenciar depois da minha chegada, ficou com medo de colocar algo que eu não gostasse. Coloquei minhas coisas em cima da cama e fui admirar um pouco o jardim pela janela. Tinha bastantes árvores aos redores das cercas de madeira fazendo assim um pouco de sombra, continha uma grama verdinha em toda área, iluminada pelo sol, flores em alguns cantos, mesas com cadeiras em algum espaço do gramado imenso, até que eu avistei o meu irmão. Hesitei em gritá-lo, mas depois percebi que estava muito cansada, pois tinha acabado de chegar de viagem, sai da janela para que ele não me avistasse e fui em direção a minha mala. Tinha que arruma as minhas coisas naquele “mostro” de guarda-roupa, guardei peça por peça, objeto por objeto, mas mesmo assim, sobrou espaço para mais 2, aquilo era enorme.

Estava muito frio naquele dia, tempo sempre nublado, e na maioria das vezes tínhamos chuva. Então procurei logo tomar um banho longo e quente, e me aquecer na minha nova cama. O banheiro era normal, continha o necessário. Arrumei o que faltava para completá-lo e entrei debaixo do chuveiro incrivelmente maravilhoso e quente. Demorei um pouco, pois, a água estava um delicia, enxuguei um pouco os cabelos para secá-los, não queria correr o risco de morrer eletrocutada, vesti meus trajes íntimos e pulei na cama. Não demorei muito a pegar no sono, dormir até o outro dia. Acordei com o barulho das arrumações de minha mãe, já tinha feito as entregas e agora era hora de arrumar a casa. Minha cabeça estava um pouco latejando, tinha dormido mais do que o necessário, procurei o analgésico que tinha na bolsa, tomei-o e desci para o café, escovava os dentes depois do café, assim ficava com a boca limpa e com bom hálito. Tinha uma mesa farta de alimentos, café, leite, sucos variados, pães, cereais, frutas, muitas coisas, inúmeras. Ah e tinha a minha vitamina favorita, exatamente do jeitinho que gostava. Vitamina de morango sem açúcar. Tinha também o meu sanduiche favorito, sanduiche de peru, ah esse eu gostava mesmo de comer. Enfim, tomei o meu “café” o subi para o meu quarto, estava a fim de tomar um banho quente e longo para relaxar e sair, conhecer então a minha nova cidade. Fiz isso, vesti qualquer roupa, não me importava nem um pouco com estilo, peguei meu Ipod, desci e avisei a mãe que estava saindo. Sai caminhando sem rumo, ouvindo minha seleção de músicas preferidas. O dia estava lindo, o céu aberto, com um sol maravilhoso. Observava de relance as casas próximas à minha, algumas antigas, mas muito bonitas, outras luxuosas, e outras simples, mas bem aconchegantes todas com um gramado lindo, verdinho. Mais a frente já se encontrava os mercados, mercearias e outros pontos de comércio. O cinema, uma das minhas melhores distrações. Enfim, nada tão diferente de Nova York, no entanto eram mais simples é claro, do jeito que eu gostava. Observava as pessoas e seus comportamentos, algumas calmas, outras estressadas; o que era de se assustar, outras “aparecidas”. Enfim, pessoas que eu não me relacionaria muito bem. Seria apenas um “oi” e nada mais. Até que avistei uma banca de revistas e livros, aproximei-me. Observei, até que achei alguns livros interessantes, como: Amor à primeira vista; A Cabana; Adeus, escola; esses realmente me chamaram a atenção, dei uma risadinha discreta. Um moço da banca, barrigudo e de barba mal feita, mas gentil se aproximou e disse:

_Gostou do livro mocinha?

_Sim. Quanto é?

_US$ 9,99.

_Nossa! Barato. – balancei cabeça com aprovação – Vou levar esse, “Amor à primeira vista”. – saquei uma nota de US$ 20 e o entreguei, recebi o troco e continuei caminhando.

Li sua sinopse, me parecia bem interessante, mas isso até eu me dar conta que já estava bem distante de casa. Mas nem me importei, precisava de um momento, sozinha, e aquele era o melhor momento para isso. Procurei ficar com os pensamentos limpos e livres. Investiguei saber onde era a praia, tive noticias que era boa para se caminhar na areia molhada, descalça, e com aquele friozinho bom. Enfim, me ensinaram e fui logo a sua direção. Realmente era muito bonita, à areia... Mas o tempo já havia se fechado de novo e o frio não colaborava, estava de bater o queixo, de tanto que estava. Fiquei por ali pouco tempo e fui embora. Não estava nem um pouco preocupada com as horas, aliás, detestava relógio, confesso que me preocupava um pouco em chegar atrasada nos devidos compromissos, mas depois pensava, chegar no horário é para fracos, os bons sempre se atrasam.

Pude perceber que já estava quase na hora do almoço, tratei de voltar logo para casa, pelo menos aqui teria que almoçar no horário (mães). Voltava distraída como de costume, ouvia as músicas e viajava em pensamentos, até fechava os olhos para curtir mais elas, até esbarro em um garoto idiota, era até bonitinho, mas o que ele falou comigo, me fez queimar a sua “beleza” em ódio:

_Opa! Olha por onde anda garota.

_Desculpe. Estava distraída.

_É pude perceber a sua distração. - disse em um tom de ironia. Não quis respondê-lo para não me rebaixar ao nível, mas sai de certa forma envergonhada, pelo fato dele está acompanhado de outras pessoas idiotas como ele, e rirem do que ele me disse.

O meu dia “perfeito” foi pelo ralo só pelo fato de ter que passar por aquilo. Apesar deu ter passado por coisas bem piores, bem mais vergonhosas. Saber também que eu conseguiria dá uma resposta bem superior à dele e o deixar totalmente sem graça diante dos seus amigos, mas o meu humor tinha se perdido totalmente só de olhar para a cara sínica daquele garoto idiota. Então procurei deixá-lo para lá e voltar logo para casa.

(continua...)

Lu Soares
Enviado por Lu Soares em 31/10/2010
Reeditado em 01/11/2010
Código do texto: T2588793
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