Tempo de uma nova caminhada
Eu caminhava como de costume na cidade. Foi quando a vi. Linda como sempre. Do seu lado um homem de seus 35 anos. Meus ombros caíram. Desfaleci naquele momento. Mera desilusão. Meu tormento. Ela não me viu. Andava feliz, mãos dadas as dele. Eu ao relento. Ainda só. Não queria mais ninguém. Somente ela. Minha garganta deu um nó. Engoli seco. Lembrei de minha aliança. Olhei pros meus dedos. Nada! Só lembrança. Aquilo ainda mais me entristeceu. A avenida por qual andávamos estava lotada. De um lado eles, do outro eu. Carros trafegavam entre nós. Pessoas por todo lado. Andei paralelamente evitando que eles me vissem, com cuidado. Mas parecia não precisar, pois eles não paravam de se falar, de se olhar. Me deu saudade. Me deu raiva. Vontade de atravessar a rua. Toma – la! Beija – la! Mas não. Pensei no por que. Tanto tempo juntos e de repente fim. Eu não amo mais você! Eu confuso sem entender. O que eu fiz? Parecia tudo bem? Ela chorava. Não é culpa de ninguém. Apenas acabou. Eu não aceitava. Insistia. O que quer que eu faça? Diga e eu prometo mudar. Ela lá, inerte. Eu desesperado. Você me aquece! Não podemos nos separar! Você é ótimo como está. Não me conformava. Mas então... Ela me interrompeu. Não fomos feitos um pro outro. E eu não sei a razão. Ela se foi. A perdi. Parei de pensar e novamente os vi. Estavam parados em frente a uma loja de enxovais. Dois anos haviam se passado, nada mais. Eles entraram. Eu refleti. Dois anos, e ainda estou assim! Uma luz. Amadureci. Eu a amava. Ela estava feliz. Era tudo que eu precisava.
E foi naquele momento que eu descobri que estava pronto para uma nova caminhada.