RELACIONAMENTO
Um relacionamento novo é sempre uma incógnita. É como se a gente chegasse a uma cidade onde não conhecemos as ruas e avenidas. A gente olha para um lado depois para outro e fica sem saber como seguir, se para a direita ou para a esquerda. Não sabe se sobe ou desce a rua. Deve ser assim que se sente um deficiente visual num lugar novo. Em matéria de relacionamento, no entanto, somos todos cegos. Cada pessoa é um mundo novo e diferente de tudo que conhecemos e tudo que é novo nos assuta um pouco. Pode ser bom, mas também pode ser mau. Por isso mesmo temos que ir tateando, pisando devagar como se estivéssemos em um terreno minado. As bombas podem explodir a qualquer momento e uma explosão sempre causa muito estrago.
Quando conheci Ricardo eu usei esse critério. Fui com muito cuidado. Ainda estava machucada, com feridas abertas pelo último romance.
Ricardo era um homem amável, sempre gentil, atencioso, inteligente e gostava das mesmas coisas que eu.
Contou-me que era engenheiro e que trabalhava muito. Muitas vezes tinha que viajar a trabalho e que só poderíamos ter um romance se eu pudesse entender a sua prolongada ausência, sempre que ele tivesse uma obra distante.
Pensei comigo mesma - é melhor ter uma companhia de vez em quando do que viver sem carinho algum.
Nos amávamos sempre que podíamos. Ele era um amante admirável. Levava-me à loucura quando me beijava a nuca, os ouvidos, a boca e os seios. Ele tinha sempre a delicadeza de me deixar gozar quantas vezes eu quisesse antes de chegarmos juntos ao climax, que era sempre uma explosão de fogos.
Quase todas as vezes que vinha me ver, trazia um presente. Nada de muito caro; uma revista, uma caixa de bombons, uma flor ou simplesmente uma concha bonita que conseguira em alguma praia distante.
Era difícil não gostar dele e eu ia me apaixonando a cada dia.
Ele gostava de comer bem e eu já estava me especializando na arte culinária para agradá-lo. Muitas vezes ele vinha me buscar para levar-me a um restaurante e eu lhe fazia uma surpresa, servindo-lhe um jantar delicioso que eu mesma havia preparado, com todo prazer para aquele homem que estava preenchendo a minha vida como nunca antes alguém o fizera.
Estávamos juntos havia 7 meses quando ele deixou uma mensagem na secretaria eletrônica. Estava partindo e não voltaria mais.
Fiquei surpresa e triste ao mesmo tempo. Liguei para ele, mas já não o encontrei. Na secretária dele apenas uma mensagem: Voltei para o meu planeta de origem, nunca mais voltarei.
Ele nunca me pareceu um ser de outro planeta. Acho que ele é simplesmente louco, tão louco que tem medo de ser feliz. Ou será apenas um covarde?
Um relacionamento novo é sempre uma incógnita. É como se a gente chegasse a uma cidade onde não conhecemos as ruas e avenidas. A gente olha para um lado depois para outro e fica sem saber como seguir, se para a direita ou para a esquerda. Não sabe se sobe ou desce a rua. Deve ser assim que se sente um deficiente visual num lugar novo. Em matéria de relacionamento, no entanto, somos todos cegos. Cada pessoa é um mundo novo e diferente de tudo que conhecemos e tudo que é novo nos assuta um pouco. Pode ser bom, mas também pode ser mau. Por isso mesmo temos que ir tateando, pisando devagar como se estivéssemos em um terreno minado. As bombas podem explodir a qualquer momento e uma explosão sempre causa muito estrago.
Quando conheci Ricardo eu usei esse critério. Fui com muito cuidado. Ainda estava machucada, com feridas abertas pelo último romance.
Ricardo era um homem amável, sempre gentil, atencioso, inteligente e gostava das mesmas coisas que eu.
Contou-me que era engenheiro e que trabalhava muito. Muitas vezes tinha que viajar a trabalho e que só poderíamos ter um romance se eu pudesse entender a sua prolongada ausência, sempre que ele tivesse uma obra distante.
Pensei comigo mesma - é melhor ter uma companhia de vez em quando do que viver sem carinho algum.
Nos amávamos sempre que podíamos. Ele era um amante admirável. Levava-me à loucura quando me beijava a nuca, os ouvidos, a boca e os seios. Ele tinha sempre a delicadeza de me deixar gozar quantas vezes eu quisesse antes de chegarmos juntos ao climax, que era sempre uma explosão de fogos.
Quase todas as vezes que vinha me ver, trazia um presente. Nada de muito caro; uma revista, uma caixa de bombons, uma flor ou simplesmente uma concha bonita que conseguira em alguma praia distante.
Era difícil não gostar dele e eu ia me apaixonando a cada dia.
Ele gostava de comer bem e eu já estava me especializando na arte culinária para agradá-lo. Muitas vezes ele vinha me buscar para levar-me a um restaurante e eu lhe fazia uma surpresa, servindo-lhe um jantar delicioso que eu mesma havia preparado, com todo prazer para aquele homem que estava preenchendo a minha vida como nunca antes alguém o fizera.
Estávamos juntos havia 7 meses quando ele deixou uma mensagem na secretaria eletrônica. Estava partindo e não voltaria mais.
Fiquei surpresa e triste ao mesmo tempo. Liguei para ele, mas já não o encontrei. Na secretária dele apenas uma mensagem: Voltei para o meu planeta de origem, nunca mais voltarei.
Ele nunca me pareceu um ser de outro planeta. Acho que ele é simplesmente louco, tão louco que tem medo de ser feliz. Ou será apenas um covarde?