Todas as palavras que nunca foram ditas

A rua estava movimentada, os carros passavam com alta velocidade diante dele, o barulho, a poeira, as pessoas, nada o incomodava tanto quanto o silêncio que permanecia em seu coração.

Sentado ali, naquele banco, o único que restara em uma praça, a única lembrança de um amor ali vivido e destruído... Amor que passou tão brevemente quanto a luz e foi tão intenso quanto o fogo.

Fogo que gelou sua alma, gelo que derreteu seu coração... Amor que o fez feliz, felicidade que o deixou na solidão.

Em uma carta, ele escrevera todas as palavras que nunca foram ditas, mas que gritavam em seu peito... Em suas mãos, trêmulas e frias, ele jogava fora seu coração.

- Senhor... Você poderia sair, temos que terminar de tirar os bancos...

- Claro... - Ele respondeu. Se levantou e foi andando... Já distante, voltou-se novamente para aquela praça, e viu, no banco que estava sendo retirado, a sua carta... Agora rasgada e suja.

Teve vontade de pegá-la, mas no caminho tropeçou em algo.

Uma parte de se coração estava ali, jogada, suja, despedaçada... Pegou-a entre as mãos, decidiu que queria juntar novamente cada parte, cada pedaço esquecido nos cantos do mundo.

Procurou, e quando estava quase completo, avistou um pedaço em um jardim...

Quando foi pegar, uma mão foi de encontro a dele.

- Desculpe... Pensei que fosse meu... - Os dois falaram juntos. Nos olhos dela encontrou o que faltava... Sentiu o coração bater novamente em seu peito

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 26/09/2010
Código do texto: T2521285
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