Um conto de amor atravessado

Poderia descrever o amor que tive, que eu tenho e que eu vou ter cada vez mais como um presente divino, lindo, perfeito, meigo e suave, um sonho simplesmente infinito, um caminho feito de nuvens e rosas. Mas eu sei que na verdade a palavra amor significa muito mais do que isso, significa mais do que todos os sentimentos possíveis e impossíveis, todas as loucuras reais e imagináveis, todas as perguntas e respostas.

Por isso hei de usar o termo nosso amor, com um pequeno adendo: nosso amor atravessado (é claro você minha namorada atravessada sabe do que eu estou falando). Mas como eu presumo que outra pessoa vai ler e partindo desta idéia, vou mostrar que o amor tem seus diversos lados e são seus vários lados que o fazem eterno. Ele é mágico, mas além de magia, às vezes ele cria uma valsa com um toque cômico, ele tem seu toque informal, sua cumplicidade para de vez em quando o casal para e rir da vida como crianças, é ai que começa a história.

Primeiramente como é que se pode passar quatro anos com a pessoa amada ali do lado, e nem sequer imaginar que era ela. Fazendo uma confissão, eu achava ela linda, mas normal. E ela me achava um cara normal e você sabe, nós tão normais assim, bem que graça tem o normal?

Mediante isto ela, digamos minha conhecida, achou um cara anormal (aliás, bem, bem não normal, mas isto não vem ao caso) e eu também (que fique bem explícito, uma outra, não outro). De qualquer forma tristeza vem, tristeza vai, alegria chega (ou não), alegria vai.

Um belo dia fazendo outra confissão ao leitor, um dia que não tinha flores no ar, passarinhos não cantavam (se cantavam eu não escutei) e o sol não brilhou mais forte, eu olhei para ela e pensei, ela até que é interessante. Você leitor deve pensar que este pensamento normalmente leva a desgraça, mas não foi este o caso e antes de continuar queria agradecer a outra não normal, pois teve um pequeno acaso indireto nisso.

Ela de conhecida virou amiga e foi no início, lá no início que começamos a atravessar as coisas. E a vida, atravessada do jeito que é tratou de dar os retoques. O que era um programa de família, de ultima hora virou um programa de famílias e de mais ultima hora ainda um programa de eu e ela, dela e de eu (amigos, para ser honesto mais ou menos amigos).

Pois é a minha pequena idéia de convidar ela (mais ou menos amigos) acabou por mudar, iluminar, colorir, pintar e atravessar a minha vida. A princípio um almoço, que virou lanche da tarde, café da tarde, jantar, e por fim o dia todo. Vou fazer um convite a você leitor, sozinho ou não, passe um dia inteiro com alguém que não te conhece, ou no final do dia você quer se suicidar ou bem você sabe.

Daquele atravesso veio o primeiro encontro (fique bem entendido de amigos) e adivinhe? Eu não fui, não avisei, não fiz nada. Quem sabe, talvez seja por isso que ela se apaixonou por mim (provavelmente não). Desculpa vai, desculpa vai, desculpa aceita. E de repente lá estou eu naquele desespero, pensava nela o dia inteiro, não ele é só sua amiga, vai ser sempre assim mesmo ela tendo um sorriso doce, uma voz suave, olhos verdes cor de mel e um jeitinho que é só dela, vocês vão sempre ser só amigos. Quer saber de outra coisa? A vaca já tinha ido pro brejo, eu estava com aquele sorriso besta, o os olhos brilhando, eu amava ou gostava.

Eis que chega o dia de falar isso, e se eu pudesse descrever de alguma forma, definiria assim: foi esquisito. Pra começar a minha capacidade e a dela de dar indiretas e se esquivar se mostrou extraordinária, mas eu sabia eu tinha que ser macho, é meu amigo leitor dói ser macho.

Pronto falei, nossa eu falei, Meu Deus eu falei e agora?(coisa de adolescente, ou não) pois bem ou eu levo um toco, ou como diria Louis Armstrong eu vejo a vida em rosa. Nenhum dos dois, ela respondeu a última coisa que eu iria imaginar e por isso vou deixar para a sua imaginação leitor adivinhar ou inventar a resposta. Só saiba que foi esquisito e de esquisito para diferente, de diferente para único, de único para especial, de especial para maravilhosamente perfeito é um passo, ou descompasso no nosso caso.

Ela me ama, ela me ama, tenho que admitir que deste dia em diante existe uma melodia constante, são musicas, letras de amor, que me guiam em todo canto, que corrompem cada centímetro do mundo, em algo mágico, louco e sem sentido, como cores que flutuam pelo ar trazendo o cheirinho dela.

Passa dias, vai passando, você sabe o que tem de fazer, mas é claro, tem aquele medinho. Ela briga você sofre e num belo dia fala; - Não é hoje (ahan). Passa dia vai passando, encontros, desencontros, e o é hoje chega.

Você vai ate lá, atravessa a cidade, calo nos pés, sol infernal, mas vale muito mais que a pena, pensa em mil e uma coisas para falar. Você leitor já deve imaginar, a voz não sai e o pedido vira algo bem digamos não muito emocionante, a resposta? Não sei(é claro que ela não sabe ela esperava mais de você). Na volta para casa, reflete mil e uma hipóteses no caminho de volta, e a única possível é sim você é um idiota. O telefone toca e voltamos ao atravesso, vamos falar com os pais, como? Bem domingo à noite na igreja, no meio de todo mundo parece uma boa opção, não parece? Sendo uma boa opção ou não foi assim que a vida brincando com nosso atravesso tratou de escrever nossa história.

Nem parece que se passaram três meses, mas se passaram. De atravessos após atravessos, fizemos o nosso conto de fadas, e eu amo ela demais (esquecendo de você leitor e terminando o conto). Minha pequena a vida há de ser atravessada, a vida há de ser nós dois, a vida há de ser o amor.

LH nossa história de amor
Enviado por LH nossa história de amor em 22/09/2010
Reeditado em 23/09/2010
Código do texto: T2513904
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