AMOU PARA POR AMOR ENTÃO AMAR
 
Era um casal feliz. Viveram intensamente um amor por sete anos e decidiram formalizar a união.
Foi um lindo evento em que os quatro filhos pequenos desfilaram no tapete do altar antes da noiva que lindamente entrara para consumar a união que tinha tudo para continuar perfeita.
Toda a família ali, nenhum convidado faltara.
A história do casal comprovava de que o destino havia unido almas gêmeas para toda a eternidade e nada quebraria aquela aliança.
Helena era solteira quando teve o seu primeiro filho de um relacionamento relâmpago.
Após quase dois anos, esperando que um dia iria encontrar novamente o pai do menino e com ele formar uma família de verdade, descobriu que estava sozinha em seu sonho.
Foi então que conheceu Frederico. Ele era tão gentil com ela e com aquela criança. Eles conversavam muito, pegavam ônibus juntos e riam de tudo.
O amor invadia a alma do casal tão sorrateiramente que foram se aninhando e tiveram mais três filhos.
Um dia, Helena sentou no colo de Frederico e, com jeitinho, convenceu que já era o momento de formalizar o óbvio.
Eram felizes na cama; assistindo televisão; fazendo faxina em casa; quando, durante o fim de semana, iam ao clube com as crianças; faziam massagens, riam muito juntos.
Eles se amavam.
Mas, Frederico cedeu ao alcoolismo.
Dizia que, quando estava muito feliz, afogava-se na bebida; e, quando muito triste com lembranças de um sofrido passado; bebia para anestesiar o sofrimento.
Por causa dessa opção desastrosa, tudo começava a ruir.
Não suportava mais as brincadeiras das crianças em casa e sempre reclamava.
Assim começou a se isolar cada vez mais. Não queria sair e nem participava de nada que envolvesse, principalmente, os filhos.
Helena, às vezes, depois de muitos discursos, conseguia convencê-lo a participar de algum evento na escola.
Mas tudo terminava sempre de forma desastrosa.
A deformação do caráter foi tão grande que Frederico propôs que Helena deixasse os filhos e o acompanhasse em outro lugar bem distante onde viveriam somente eles dois.
Pouco a pouco foram se distanciando. Helena ficava dividida entre o amor pelo marido e pelos filhos.
Frederico amava a todos mas sua doença o corroía e confundia todo o seu sentimento.
A separação foi inevitável, mas necessária.
Essa é uma história da união de um casal por amor, mas também foi por amor que se separaram.

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