O MITO DE EROS E PSIQUÊ


 
Afrodite: deusa da beleza, mãe de Eros
Eros: deus do Amor, também conhecido como Cupido
Psiquê: mortal, moça de rara beleza. Seu nome significa Alma


 
Conta o mito que Afrodite, irritada com a beleza de Psiquê, mandou  que seu  filho  Eros lhe atirasse  flechas  para  que ela se apaixonasse pelo ser mais horrendo que houvesse. No entanto, foi ele quem se apaixonou, talvez por ter sido atingido acidentalmente por uma de suas próprias setas e por isso não as atirou para mais ninguém. Assim, enquanto as irmãs de Psiquê se casaram, nenhum homem se aproximava dela, embora fosse lindíssima. Seus pais, então, procuraram  ajuda dos  oráculos, que  os orientaram a deixar Psiquê  vestida  de  noiva no  alto de um rochedo, onde um  monstro terrível  viria buscá-la. Mesmo sofrendo com o destino da filha, seguiram as instruções. Logo depois um vento forte a carregou  delicadamente  pelos ares até o fundo de um vale. Atordoada e exausta, Psiquê adormeceu.

Quando despertou, viu-se num castelo todo de ouro e pedras preciosas, onde tudo era mágico. Portas que abriam sozinhas, objetos  que lhe sussuravam o que deveria saber... Em seus  aposentos, ao se deitar, sentiu  a  presença  de alguém  que  só  poderia  ser aquele  predestinado pelo oráculo: o melhor e mais carinhoso dos maridos, que ela entretanto jamais  poderia  ver, senão o perderia para sempre. Embora  não vendo seu rosto, sem saber se era um monstro ou não, ela viveu  dias  felizes, pois  ele lhe transmitia a sensação do mais profundo amor.

Com  o passar do tempo, porém, Psiquê começou a sentir saudades de seus  pais e pediu para  visitá-los. O marido relutou, os oráculos previram que a viagem traria péssimas conseqüências, mesmo assim ela conseguiu a permissão. E foi levada pelo vento.

Percebendo-a tão  feliz, suas irmãs ficaram com inveja e tentaram prejudicá-la, incentivando-a a desobedecer a promessa feita ao marido, de nunca olhar seu rosto. Morta de curiosidade, tomou a decisão na volta ao castelo. Assim que  ele  adormeceu, acendeu  uma vela. Maravilhada com a linda figura a seu lado, perdeu-se em sonhos... e de tão embevecida, esqueceu-se da vela  e deixou que um pingo caísse sobre o peito de Eros, que acordou com a dor. Entristecido pela quebra da promessa, ele foi embora. Sozinha, abandonada, Psiquê passou a vagar pelo mundo. Sofreu, pagou  penas, até que  se entregou à morte  e caiu num sono profundo.

Eros  também sofria e não suportando mais ver a esposa passar por tantas dores, implorou a Zeus  que tivesse compaixão. O deus  dos  deuses  permitiu, então, que Eros com uma de suas  flechas  a tirasse do sono eterno e eles se uniram no Monte  Olimpo.

A partir desse casamento Eros e  Psiquê – o Amor e a Alma – permaneceram unidos para todo o sempre.




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"L´ENLÈVEMENT DE PSYCHÉ"  DE WILLIAM BOURGUEREAU