Saudade infinita, amor maior.

Nesse dia de janeiro, fazia exatamente um ano que eles não se viam. Um ano que passou tão rápido, mas tão devagar. A vida era corrida que mal dava tempo para respirarem. Em contrapartida, a saudade era tão grande e o amor ainda tão vivo que pareciam ter passado um milênio separados, não um ano.

Luana estava extremamente inquieta. Não conseguia ficar parada, por mais que quisesse. Agora que eles finalmente estavam prestes a se ver, parece que o relógio rodava mais devagar do que nunca. Cada segundo parecia ser uma hora e cada hora, um dia. De noite mal pregou o olho. De dia olhava para o seu relógio de pulso de 5 em 5 minutos.

‘Daqui a mais uma hora eu estarei abraçando ele, só mais uma hora’, ela pensou. Era verdade. Ele já estava no avião e em uma hora eles se encontrariam.

Tomas também estava inquieto. Tinha a mesma noção de tempo que Luana. Não conseguira dormir nem por um segundo na véspera de sua viagem. Já estava com a mala arrumada há uma semana, tamanha a ansiedade. Não queria esquecer nada. Tudo seria perfeito mais uma vez.

No avião tentou ouvir música, ver um filme, jogar um jogo... qualquer coisa que fizesse o tempo passar mais rápido, mas nada disso parecia funcionar. Contentou-se então a ficar sonhando com sua amada que tanto lhe fizera falta no ano que se passou.

Faltavam 15 minutos para o avião dele aterrissar, como dizia o enorme painel e a menina já estava no aeroporto. Se olhou no espelho umas 20 vezes nesse tempo. Compulsiva. ‘E se ele me achar feia agora? E se a gente não se amar mais? E se ele não tiver vindo no avião?’

O avião pousou.

Que angústia.

Queriam se ver. PRECISAVAM se ver.

Se ter.

Luana olhava impacientemente para a saída de passageiros. Procurava desesperadamente seu olhar, seu sorriso.

Tic Tac.

Porque o tempo não passava?!

Até que ela o viu. Seu coração começou a bater freneticamente e um sorriso em sua face se abriu. Instantaneamente uma lágrima correu de seus olhos. ‘Ele veio!’

Então ele a viu. Não conseguia crer que aquela era a mesma menina que tanto amava. Estava tão linda, perfeita. Seu olhar se iluminou e ele sorriu também. Sorriu como há tempos não sorria. Sorriu como só sorri com ela.

Não conseguiam desgrudar os olhos um do outro. Caminhavam mutuamente ao encontro da pessoa amada.

Parecia que o mundo tinha parado.

Nada mais existia ao redor deles.

Abraçaram-se, sem dizer uma palavra. Só se sentiam. Seus corpos juntos mais uma vez. Seus perfumes se misturando no ar. Tudo finalmente parecia estar no seu devido lugar.

- Você não acredita o quanto eu senti a sua falta. – Ele diz, quebrando o silêncio.

Olham-se profundamente.

Então, seus lábios sorridentes se unem num beijo.

Quanto tempo ficaram se beijando? Não o sabem. Só os céus sabem o quanto esse tempo foi infinito e breve para eles.

Agora nenhuma das brigas ou desentendimentos que tiveram no ano que estiveram distantes fazia alguma diferença. Restava dentro deles apenas as boas lembranças e amor, amor, amor.

-Eu te amo demais. – ela disse.

-Do nosso jeito incrível. –ele respondeu.

-Sempre.

-Eu amo bem mais.