O CIÚME QUE TENHO DE TI...

 
Ela sentia um ciúme que lhe consumia a alma, acelerava seu coração, anulava sua lógica. Um ciúme irracional, que ela não sabia de onde vinha, criando em sua mente imagens, roteiros, situações com começo, meio, mas sem fim.
Essa possessão que lhe causava desconforto só de pensar que um dia ele havia tocado um outro corpo, beijado outra boca e, porquê não, amado outra pessoa. Quem deu a ele esse direito, já que desde sempre ele era seu ? Pois então...ela tinha ciúmes do passado dele e também do presente, se ao seu lado ele não estivesse.
E do futuro, não tolerava pensar que ele pudesse compartilhar seus sonhos com alguém que não fosse ela. Nem que planejasse trilhar caminhos que não fossem ao seu lado.
Esse era o tormento que muitas vezes a invadia, mas ela não se permitia deixar pistas. Não, ela não podia revelar seu segredo...essa fragilidade que a atingia de uma maneira tão súbita, tão surpreendente, não podia ser demonstrada. Logo ela, que sempre fora tão segura de si, tão independente em relação aos seus sentimentos...então,  disfarçava a revolução que acontecia dentro de si com a cara da serenidade, irmã gêmea da confiança que fingia sentir nele.
E ele, tolamente,  acreditava, pois ela encenava muito bem a paz de espírito que deixou de sentir desde o dia em que o conheceu.  
GEORGIA GALEGA
Enviado por GEORGIA GALEGA em 26/08/2010
Reeditado em 26/08/2010
Código do texto: T2460172
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