Para viver um grande DESamor.

- Vieste Só?

- Em corpo e alma.

Mais corpo que alma. Sentia que eu perdera tudo: Ego, AlterEgo e Id. De resto, sobrou-me a alma, que se preocupou durante alguns instantes com a singularidade daquela pergunta, mas a semântica que lhe envolvia era algo perturbador. Um turbilhão de imagens a confundir a minha mente, e um discurso comprometedor a soar em meus ouvidos, sobre um grande amor corrompido, rasgado e gentilmente dilacerado pelos olhos negros da pantera que desfez a calma que fazia de mim seu habitat.

Uma vez descrente, passaria a sentir o meu desprezo por aquilo que chamam de "amor". Da solidão, fiz minha poltrona, a partir da qual assisti, no majestoso palco da vida, uma ostentação de luxo e extravagância, que me causavam excessiva indulgência pelas miseráveis feras que se diziam protagonista daquele teatro. Sentia a necessidade de me fazer atriz.

Sustentarei o tédio dessa vida com um fósforo, cujo fogo potencial executa somente o aceder de um cigarro, símbolo da solidão. Render-me-ei a uma gradação, do carinho à traição, atuando poeticamente como um ser antitético. E àqueles que ainda não foram alvos do “amor” alheio, que apedrejem e escarrem, antes que sejam iludidos com afagos e beijos. Pois, as aparências enganam tantas vezes...

- Neste caso, ofereço-te a minha companhia, para a volta.

- Agradecida, bom moço.

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