Apenas Diga Sim

Há muito tempo atrás, em uma época de feudos e senhores feudais, existia uma bela garota. Seu nome era Fantine e ela era muito feliz e alegre. Não muito alta, mas magra, com cabelos castanhos e olhos cor-de-mel. Fantine levava uma vida muito boa, pois seu pai possuía um grande e poderoso feudo. Ela tinha a vida como à de uma princesa. Não totalmente porque nunca poderia viver feliz para sempre com seu príncipe encantado. Fantine era loucamente apaixonada por James. Um servo do feudo de Dante, pai de Fantine. James cuidava dos cavalos e era a razão pelas cavalgadas matinais de Fantine. Ela ia ao celeiro todo dia apenas para ver seu grande amor. Fantine não sabia se James sentia a mesma coisa por ela, mas caso sentisse, ela ficaria preocupada: Dante nunca permitiria um namoro, ainda mais um casamento, entre um servo e a nobreza. Nunca. O sonho de Dante era ver a única filha casada com Amadeu, nobre do feudo vizinho, pois assim a filha teria muitas riquezas. Ela já estava de casamento marcado. Fantine sempre obedecia ao pai, mas faria de tudo para não se casar com Amadeu.

Certo dia, quando Fantine estava indo ao celeiro, percebeu que James não estava lá. Isso não era normal, pois todos os dias pela manhã ele penteava e botava a cela no cavalo de Fantine e então a recebia com um largo sorriso no rosto e dois copos de suco nas mãos. Hoje não. Fantine então, desanimada, montou em seu cavalo e saiu para dar sua cavalgada. Ela passou por sua casa, viu de longe a igreja e continuou pelo seu caminho de sempre. Quando passava pelo campo, viu a árvore que sempre via. Mas ela estava diferente. Havia alguém lá. Era James. “O que faz James em baixo da bela árvore em meio ao campo?” pensou Fantine. Ninguém ia naquela árvore, muito menos os servos do feudo. Fantine viu que ele estava fazendo alguma coisa com as mãos, mas como a árvore estava longe ela não conse... “Um sinal! Eis que James está chamando-me. Mas será isso verdade?” Ela olhou para trás e para os lados. Não havia mais ninguém. “Deve estar chamando-me. Mas o que James me falará? Eis que hoje o dia está diferente.” Aos poucos Fantine se aproximava e podia ver o largo sorriso no rosto de James. E dois sucos em suas mãos. Viu também uma toalha vermelha na grama, com um belo café da manhã e flores coloridas. James a ajudou a descer do cavalo e disse:

- Minha intuição estava correta, minha mente não enganou-me: sabia que você viria.

- Você sabia? Porque estamos eu e você, aqui, em meio ao campo?

- Queria dizer-te algo.

- Pois fale. Estou ansiosa, isso é inesperado.

- Sente-se – eles se sentaram na toalha vermelha – vim aqui, pois sabia que você passaria pelo campo. Escute com atenção porque tudo que dizer-te-lhe-ei é verdadeiro.

- Certo. Mas antes, permita-me elogiar este belo café-da-manhã. Está divino!

- Muito obrigado. Mas continuarei – James aproximou os olhos verdes dos olhos cor-de-mel de Fantine - Fantine, desde que te conheci, soube que havia perdido meu coração. Você o roubou. Sei que isso não é certo, pois seu pai não aprovará, mas eu te amo. Eu te amo e isso é tudo o que eu realmente sei – James então aproximou seu rosto ao de Fantine. Aquilo era um conto de fadas. Ela não acreditava. “Isso é impossível. James me ama. E meu pai o matará.”

Fantine estava sentada em sua cama escrevendo em seu diário: “Existem muitas coisas que eu gostaria que James soubesse. Como, por exemplo: o sorriso dele me leva a outro planeta. Será que ele sente essa magia no ar? Deve ter sido o jeito como me beijou. Apaixonei-me mais ainda quando o vi esperando lá. Hoje foi um conto de fadas.” No rosto de Fantine havia um sorriso que não saíria facilmente. Ela dormiu por algumas horas, mas acordou surpresa quando escutou pedras batendo em sua janela. Fantine se levantou e abriu a janela.

- O que fazes aqui?! Está tarde e sabes que meu pai o matará se vir-te aqui. Vá embora.

- Desca Fantine – Ela olhou para baixo. Aquilo era loucura. – Por favor desca – Fantine botou o corpo para fora da janela. Viu que havia uma escada, ergueu um pouco o vestido e então desceu silenciosamente.

- Isso é loucura. Se meu pai descobre-nos, matará não apenas você.

- Está tudo bem. Nada mais importa além de nosso amor. Suba. – James a ajudou a subir no cavalo branco e eles partiram. Depois de alguns minutos eles pararam no jardim e desceram.

- James, eu te amo. E por isso temos de fugir. Eu estarei esperando, tudo o que faremos é correr. Apenas diga sim.

O dia amanheceu e Brigite, serva de Fantine, entrou no quarto de Fantine. Abriu as cortinas e gritou:

- Lenvante-se. Vamos Fantine, levante-se. Não lembra-te de que hoje você experimetará seu vestido de noiva? – Fantine não havia lembrado de seu casamento marcado para dali à dois meses com Amadeu.

- Ah não... Brigite, sabes que não o amo!

- Pois amas a quem então?

- Promete não contar a ninguém?

- Sim, minha senhora.

- Amo a James. E fugirei com ele.

- James?! Estás louca?!

- Claro que não. Ele me ama e é tudo o que realmente importa para mim. Quero viver para sempre ao lado dele. Não quero as riquezas de Amadeu, quero ser feliz ao lado de quem amo.

- Deves estar com febre. Seu pai nunca permitiria!

- Por isso fugiremos. Quando ele perceber, já estaremos longe. E você não contará isso a ninguém Brigite.

Fantine arrumou-se e foi experimentar seu vestido de noiva. “Gastam dinheiro à toa. Se soubessem que este casamento não acontecerá, desistiriam” pensava ela equanto via sua imagem no espelho. O vestido era branco e justo do busto até a cintura e logo abaixo desandava em enormes saias rendadas com muitas camadas de deferentes tecidos. Havia pérolas ao longo do vestido e ela estava linda. “Nunca o usarei.”

Ela foi o mais rápido possível ao celeiro para falar com James. Lá estava ele, com um sorriso largo no rosto mas com mãos vazias.

- Achei que não virias por isso levei o suco até a cozinha. Podemos busc...

- James espere. Desculpe-me por não vir antes, mas queria relembrar-te de que tenho um casamento marcado com Amadeu. Temos de fugir logo.

- Amadeu? Do feudo vizinho?!

- Este mesmo. Por isso temos de fugir esta noite.

- Tens certeza? É muito perigoso. Se seu pai desco...

- Nada mais importa além de você. Se meu pai descobrir, já estaremos longe e então ele não poderá fazer nada. Apenas diga sim.

- Está certo. Mas fugiremos amanhã, assim terás mais tempo de arrumar suas coisas. E então planejarei tudo. Me espere amanhã às oito horas.

- Esperarei. Te amo.

- Te amo mais. – Eles se despediram com um beijo rápido e então ela saiu. “Tenho muito o que fazer.”

Eram sete horas e quarenta minutos. Fantine estava pronta. Deu uma última olhada no espelho. “Me enganei quando disse que não o usaria. O vestido está pronto e seria uma pena se não fosse usado. Esta é a ocasião perfeita.” Ela ainda tinha alguns minutos e então sentou-se na cama e escreveu em seu diário: “Hoje será um conto de fadas. Estarei ao lado de meu verdadeiro amor pelo resto de minha vida. Esse amor é difícil, mas é real.”

Fantine escutou batidas de pedra em sua janela. Era ele. Abriu então a janela, jogou sua mochila e desceu.

- Vamos.

- Antes de partirmos queria fazer uma coisa – James se ajoelhou e tirou um anel do bolso – Case-se comigo Fantine. Eu te amo e isso é tudo o que eu realmente sei. Você é tudo o que importa para mim. Apenas diga sim.

- Oh, Isso não pode ser real! Sim. Sim. Sim. Eu te amo. – James colocou o anel no dedo de Fantine e levantou-se. Ela se jogou nos braços de James, pois só ali sentiria-se segura. Quando Fantine acabou do subir no cavalo, tudo aconteceu.

Eles escutaram apenas dois tiros antes de mergulharem em uma escuridão profunda e sem volta.

Beverly
Enviado por Beverly em 03/08/2010
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T2416441
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