Romance padrão
Romance padrão
Eis que John e Raika estavam envoltos no doce que era do ósculo de seu encontro continental, e ela precisava de alimento com esse tempero. Ele a disse que ela era tudo de sua vida, apesar de pensar em Raimunda, com quem tinha adulterina relação. Doce Raika, sempre tão virtuosa na relação com seus próprios princípios, achou que esse encontro era eterno, que John era um homem de legiferantes opções diversas dos outros. O clima era quente, mas frio externamente, os cabelos de Raika estavam como o sereno daquela cidadezinha onde moravam, como se na serra dividissem a curva do horizonte, e seus olhos sedentos por beijos eram espelho daquele lago cristalino da ingenuidade. Já John pensava sempre em fantasias que eram quase parafilias, prontas a dilacerar a carne mais acessível, como um lobo voraz que somente se satisfaz o seminal ou sanguinário resultado.
O encontro se deu da seguinte forma: ele chegou de moto na estrada que vinha, mas que não era caminho para nada. Rua sem saída, era o mapa que levava a casa de Raika, onde o solo é sem pegada de pneus. As árvores centenárias faziam o aconchego da sombra, os pássaros cantavam o inverno que chegara. John chegou atrasado, descabelado e com perfume estranho a Raika, talvez de outra menina. Raika achou ser apenas de mãe ou irmã tal odorífico desvio, mas percebeu que era quase rosa o cheiro daquilo. Também rosa era a tez da face dele ao ser inquirido sobre onde estava, mas ele sempre com evasivas. Todos os homens que Raika conheceu eram verdadeiros, mas eram apenas seu irmão e seu pai. Ela sentia sempre tanta alegria em pensar o melhor do que o mundo babilônico, e, perdia-se no seu olhar lânguido e despreocupado. O pai era um homem antigo, daqueles que se esconde por trás dos sentimentos e trabalha para compensar a frustração. O irmão era um religioso, que escolhido foi pelo destino para ser o que a inspiração lhe mostrasse. Ambos gostavam de ver Raimunda, mas ela era daquele tipo de mulher sensual e sensorial, que perdeu a conta dos homens que teve a semente em sua boca. Mas antes que eu esqueça do encontro, Raika e John ficaram juntos mesmo assim, pois era claro que John tinha antes transado com Raimunda, mas que apenas a nossa inocente Raika não percebia, pensando em filho, em casamento, esquecendo do armamento que lhe era sobreposto. Ainda com o cheiro em suas entranhas, John não se deixava levar por toques mais íntimos e foi logo embora, apesar do longo beijo que tiveram. A moto, uma 450 cilindradas, tinha o tanque já na reserva, e parece que Raika era assim também colocada no banco. Ela ficou em casa, voltou as tarefas que sua mãe lhe obrigara a fazer, pegou no rolo para fazer massa de macarrão, trocou um pau por outro.
Já era noite e John recebeu mensagem em seu celular de Raimunda, ela dizendo que queria de volta o seu poeta. Mas que verso se pode recitar quando o fogo toma os desejos mais secretos? A Raimunda tinha um namorado por semana, sempre quando bebia cachaça, sempre quando não comia banana. Outra fruta procurara em sua imaginação, e se perdia. Seu namorado não sabia de nada, era um tal de Joshua, que era apaixonado ainda por ela. Ela tinha cabelo não muito arrumado, seios quase grandes, estatura média, mas a sua marca era o descontrole, como agulha em vitrola velha. Nunca lembra o eu faz e nas festas enche a cara, faz da pombagira a sua divindade. E o John era agora seu caso diferente, um caso que ela não esquecia como os outros, aquele que fazia lembrar de que esperança há fora da divagação....
Continua..