O Conto da Macieira
Um menino chamado André que sempre passeava no meio das plantações de uva de seu pai, era apaixonado por uma velha macieira (Pode acreditar, a natureza é esplendida.) situada bem no meio da grande vinícola (Na Itália, as vinícolas são imensas e as crianças costumam brincar entre elas.).
Ele, todas as tardes, ao chegar da escola, terminava seus afazeres e se encaminhava para a velha macieira, na verdade uma árvore por ele nomeada amorosamente de "Grandinha". Lá se encostava e ali ficava às vezes adormecido, às vezes conversando com a mesma.
A amizade que o menino desenvolvera pela árvore era tão imensa a ponto de fazê-lo sofrer quando chovia, pois, seus pais não o deixavam sair à chuva para encontrar com sua tão grande amiga.
E nesse ritmo o menino cresceu, conheceu outros amigos e amigas e se apaixonou por uma donzela, filha do dono de uma vinícola não muito distante. Todos sabem que, a não ser em raros casos, em todas as relações há divergências de assuntos e opiniões e, numa dessas, André se entristeceu profundamente (Quem já não ouviu falar da sensibilidade Italiana?! Eu mesmo o sei, tendo parentes dessa pátria, admito quão são sensíveis e emotivos, talvez mais que latinos!) e foi se recostar em sua amiga (Uma macieira, devo novamente ressaltar, no meio de uma vinícola imensa! Macieira que já não dava maçãs fazia tempo, muito embora continuasse ali, alimentada por não sei o quê, com um objetivo que não sei qual!). E ali ficou e chorou, lamentou e, adormeceu, talvez, no clamor da própria tristeza, o sono se tenha revelado como um ajudante, um calmante para tão agonia!
Verdadeiramente esqueci de contar que, durante toda a sua vida, mesmo com novos amigos e amigas, André jamais deixou de visitar a "Grandinha", mas, vamos à forma interessante como ele acordou deste sono tão molhado de lágrimas.
Prepare um grande sorriso, eu vou contar!
Ele acordou com uma maçã caindo em sua cabeça!!! E detalhe, ele não se machucou! Seja por que crescera e ficara mais alto, ou seja, por algum milagre, André levou uma grande e linda maçã bem no meio de sua testa e permaneceu vivo (Não se pode negar que viu estrelas antes de acordar, já estava sonhando mesmo! Mas certamente acordou tonto!).
Ele, de momento, talvez mediante a fina dor que se apresentara, sentiu um pouco de raiva da árvore amiga mas, depois, olhando atentamente para ela, percebeu que ela estava repleta de maçãs, olhou para o chão e, nenhuma havia caído. Erguendo a maçã diante dos olhos, deu uma grande mordida e riu de sí mesmo. Em seguida, abraçou a "Grandinha" e lhe disse: - Minha amiga, você floresceu só pra me tirar da minha tristeza e me fazer rir. E eu entendi o seu recado "Grandinha".
Com ela ficou até ao alvorecer, quando, deu mais um abraço em sua amiga macieira e, por incrível que pareça, naquela mesma tarde (Na verdade até ele ter chegado aonde foi já se tornara noite.) se encaminhou para a residência de sua donzela e para ela pediu perdão. Sem entender ela o abraçou. Antes de se despedir para ir embora, ele lhe disse, olhando bem fundo naqueles bonitos olhos azuis: - Uma grande amiga me ensinou com a própria amizade que temos, eu e ela, aquela macieira da qual eu havia te falado, que, o nosso Amor é mais forte que qualquer divergência, é mais forte que o tempo e que, por te amar, eu sou capaz de mesmo ferido, retornar para te abraçar. (Detalhes que o André ganhou o maior presente da noite! O olhar mais apaixonado que ela já lhe dara.).
* Uma amizade verdadeira é aquela que é cultivada por toda a vida, independentemente das amizades novas que, porventura, surgirem. E ainda que em silêncio, essa amizade verdadeira permanece presente, ouvindo, acalentando. E mesmo sem palavras com um gesto faz uma coisa grandiosa, capaz de mudar uma vida. Capaz de preservar um grande Amor... E é assim com os amores, aquela pessoa que foi constituída por Deus por companheira ou companheiro. Permanece presente, Às vezes em silêncio, até demora para se expressar, mas está ali, sem nunca deixar de estar e, com um gesto, é capaz de mudar o mais profundo do entendimento, o mais profundo ser...