AMOR AOS 86 ANOS

ESTÓRIA DE JANJÃO E ETELVINA.

Nem sem por onde começar é um desses causos que enriquece a vida da humanidade.

Etelvina viúva de um antigo milionário sempre gostava de dar umas namoricadas desde a época que era casada. Os filhos e filhas fingiam não saber de nada bem como o seu marido. A vida lhes corria translúcida e maravilhosa quando ele cardíaco fora tentar uma cirurgia de colocar um pequeno balão nas artérias mais comprometidas com o colesterol.

A notícia deste procedimento cirúrgico lhe chegou por intermédio de uma revista e ele de pronto procurou o Dr. Zerbini lá de São Paulo a fim de se submeter a uma operação dessas. Sempre muito realista e passando dos oitenta e dois anos despediu dos familiares e amigos acalmando-os é uma operação de rotina, mas ele sabia dos riscos que se submeteria, mas como ele muito debilitado, falara dIscrente a alguns se não for posso morrer a qualquer hora e se for posso fazê-lo tentando a operação. Pelo sim pelo não vamos lá. Não deu outra foi a óbito durante a cirurgia.

Isso aconteceu há uns quinze anos. Etelvina ficou muito deprimida, pois se preparavam para comemorar a Boda de Ouro no casamento.

Mas como ela sempre se cuidara muito bem vivendo uma vida social intensa, até parece que não envelhecia, trasparecendo-lhe sempre os traços de uma mulher bonita.

Entre a solidão e a depressão encontrara um paliativo em reuniões de um clube onde a melhor idade se diverte. Ela avista um cavalheiro que também a olha com insistência. Daí a pouco estavam dançando, rodopio pra cá rodopia pra lá, aperto de mãos e logo logo rostinho colado. Dançava-se um bolero e nos mais idosos exerce uma força danada.

Assim do flerte ao namoro foi um pulo e do namoro ao "nomorido" um pulinho. Essa contra dança já faz dois anos. Bem a família dela deixa pra lá, é a família dela. Ele com cinqüenta e cinco anos também têm família, mas como a estória não é da família, vamos deixar pra lá.

A estória continua em rodopios e não obstante o que pensa às famílias, fale como disse o poeta Vinicius de Morais, "que sejam felizes eternamente enquanto durar".

Observação:

0 "eternamente" chegou em 15 de fevereiro de 2011 quando etelvina foi a óbito com 86 anos. Aliás esse nome é falso e o verdaeiro

é Stela Dalva, a Estrela da Sociedade que perde uma das maiores Anfitrianas que se pode conhecer.

Goiânia, 30 de ABRIL de 2010.

Goiânia, 15 de fevereiro de 2011.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 30/04/2010
Reeditado em 17/02/2011
Código do texto: T2229685
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