SURPRESA NO AMOR
Os dois se conhecem há tempos. Pelo menos uma vez a cada trinta dias se encontram. Deste modo a amizade não esfria. Tímídos, a cada encontro, a conversa demora para engrenar. As vezes o silêncio perpetua. Naquele encontro em especial, ela o percebe mudado. Um amor perdido, o encaminhou direto aos braços da solidão. Neste instante, sentado perto da sua melhor amiga, ele sente estar muito sozinho. Os olhos derramam palavras secretas. Como foi imbecil procurou em outras mulheres; o que estava o tempo todo ao seu lado? Ela sempre o esperou!
Lembrou da leitura, sobre o dia do beijo no blog de um poeta; a quem admira por sua escrita intimista, reveladora de sentimentos e valores muitas vezes paradoxais.
O sábio, poeta escreve sobre a história do beijo. Escreve em sua crônica que; os romanos difundiram o beijo; como o conhecemos nos dias de hoje. Um tal, imperador romano dividiu o beijo deste modo: alguns nobres podiam beijar os seus lábios, outros que não contam com tanta riqueza e poder; suas mãos. Já, os pobres súditos; seus pés.
E rotulam as formas das beijocas: o 'basium', entre os conhecidos; o 'osculum', entre os amigos; e o 'suavium', ou beijo dos amantes."
Pensa no beijo. Levanta e arrodeia a mesa. Cria coragem. Ela, o olha assustada. Sente que ele está mais maduro. Decidido! Forte! Procura suas mãos. Renova a sua vida a partir do amor contido nos seus olhos. Nos seus lábios, entreabertos procura o fogo da alma. Sucumbe ao beijo!