OS LENÇÓIS DE COPACABANA



O dia amanheceu chuvoso, frio a cidade toda nublada encharcada, o avião que trazia Ericsson ao Rio de Janeiro, havia atrasado duas horas por questões meteorológicas e porquanto disto, só conseguira chegar às quatorze horas. Havia no ar indícios de possibilidade de chuvas ainda mais fortes impossibilitando que aquele encontro tão esperado, acontecesse.

Renata telefona várias vezes para Ericsson naquela segunda-feira, pedindo que não viesse para o Rio, mas, não consegue em nenhuma das vezes, falar com o namorado. Cada vez mais ansiosa Renata, por volta das quinze horas consegue falar com o namorado e vai logo avisando:

Amor, estou desde cedo tentando falar com você, quero pedir que não venha para o Rio de Janeiro, hoje por aqui parece ter havido um dilúvio além do mais amor, não sei se por ficar tão ansiosa, minha menstruação adiantou veio hoje cedo, logo que acordei. Ericsson responde que já está no Rio de Janeiro, instalado em um hotel em Copacabana e que devido às chuvas, iria deixar o que tinha de fazer no Rio para o dia seguinte, mas, o mais importante de tudo que seria encontrá-la, não queria adiar.

Amor estou menstruada! Não queria encontrar com você no nosso primeiro encontro assim desse jeito, queria poder me sentir livre para que pudéssemos nos amar completamente.

Ericsson brinca dizendo que nem as chuvas fortes nem um mar vermelho inteiro iriam impedir dele ver sua namorada naquele dia e dá para Renata, o endereço do hotel onde está hospedado. Pede para que ela tome um táxi por volta das vinte horas e que quando chegasse se apresentasse como sua namorada, pedindo que a anunciasse ao hóspede do apartamento oitocentos e cinco.

Renata ainda tentou argumentar, mas, diante do namorado já estar no Rio de Janeiro e depois de tanta determinação, aceitou fazer o que Ericsson lhe havia pedido.

Ericsson conheceu Renata numa feira de automóveis em São Paulo. Ela recepcionava os clientes de uma famosa marca de automóveis, ali trocaram olhares, sorrisos, simpatias e logo depois estavam numa lanchonete dentro do próprio evento conversando. Na ocasião trocaram também telefones, e-mails, passando a conversarem quase que diariamente através do Skype.

Havia três meses que se conheciam, mas, parecia que já eram íntimos há muito tempo. Era visível a vontade que um sentia do outro era também notória a quantidade de amor que se espalhava em telas, todas as vezes que estavam juntos.

Às vinte horas e vinte três minutos o interfone do apartamento oitocentos e cinco toca, Sr. Ericsson a Senhorita Renata, está na recepção, Ericsson avisa que é para deixar a moça subir.

Ericsson sabia praticamente de todos os desejos de Renata e havia preparado para ela alguns mimos. Sobre a mesa próximo a porta, deixou um buquê de rosas vermelhas que fora entregue para ela assim, que ouviu o bater na porta.

As rosas eram lindas, mas Renata, nem teve tempo de admirá-las. Os dois se apertaram num abraço prolongado seguido de um beijo intenso. Na cama, pétalas de rosas foram cuidadosamente deitadas Ericsson, sabia que Renata amava rosas e que tinha a fantasia de um dia, entrar num quarto sendo carregada ao colo do seu amado e se juntar às rosas, estrategicamente arrumadas na cama.

Ericsson fora minucioso, depois do beijo segura Renata nos braços, entra porta adentro e na impetuosidade dos desejos, quando se deram conta, estavam se amando sobre os lençóis brancos salpicados de pétalas vermelhas. Foi tanto amor, foi tanta vontade que tudo acontecera de como Ericsson havia previsto. Nem as chuvas nem aquele mar vermelho todo impediram de provocar no casal todas as vontades que um amor intenso propõe.

Foram prazeres ininterruptos beijos inseparáveis, foram sentimentos jamais sentidos lençóis, jamais tão bem marcados.
 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 12/04/2010
Reeditado em 20/03/2012
Código do texto: T2192201
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