Une suíte de l'amour (mini conto)
Através da janela, o mundo se mostra gelado. O fogo crepita na lareira. O porta retrato, logo acima faz com que ela, o veja ali na sua frente. Parece tão real. Seus pés, se arrastam pelo tapete de flocos brancos amontoados por sobre as calçadas. O frio magoa a sua alma. A despedida a arrasou. A sua boca rachada pelo frio raspou nos seus lábios. Ela sentiu a volúpia em que ele a beijou. O que modificou o amor? Ele a via agora como uma qualquer. Virou as costas e caminhou em direção ao carro. O seu uniforme vermelho e branco, o destoa de todos os outros homens, que correm do frio. Ele em passos largos se distancia dela. Sente que nunca mais vai beijar aqueles olhos azuis. Pela honra do seu pai precisou ficar noiva de Ricardo. A crise financeira e a má direção do seu pai; o arruinou! Aceita o compromisso sem amá-lo. O calice de licor a esquenta e a amordaça. Uma fagulha cai sobre os seus pés. Queima! Enrola o porta retrato em um papel camurça. Segura firme rente ao coração. Suspira e o guarda no fundo da gaveta. No quarto ao lado o seu pai ouve a Filarmônica de Israel. Os violinos soluçam na Suite do Bailado 'O Lago dos Cisnes'. Será que Tchaikovsky carregava um amor verdadeiro , enquanto compunha a suíte? Quer acreditar que sim! Os seus pés através da sua imaginação desenham “pas de deux”, “pas de burrè”, “grand jetès” sobre o piso da sala. O fogo crepita na lareira. Seu corpo estremece. Sepulta para sempre o amor!