Sem titulo

Não me agrada começar uma narração pelo habitual “era uma vez” me parece muito formal, ou infantil, sendo que há entre nós certo grau de intimidade, sendo também, você minha leitora fiel, como eu sou seu, prefiro começar de uma maneira que me veio não por experiência em escrever, mas por palavras de um grande amigo, que diz: “Não comece uma historia por aquilo que chamamos de inicio, comece sempre pelas circunstancias exatas” (Joás Bonfim). Disto podemos ter certeza que, se não for certo dará a narrativa um tom de documentário, e em terceira pessoa como me rege os costumes. Em sumo posso relatar assim:

Em verdade nada haveria de mais em um casal de namorados falando a distancia, por habitual empecilho que desde a amizade os vem separando, mas, o que nunca foi motivo para que o nosso “Romeu” a deixa-se de amar, em nada haveria de mais, por motivo de um mês de namoro, que leva o nosso amante como em todas as outras noites cair em desejo de ouvir a voz da mulher amada, nada haveria de mais, se fosse apenas mais uma paixão de adolescência, nada haveria de mais se tivesse sido correspondido desde o momento em que se sentiu atraído por no caso, nossa “Julieta”, hei de lembrá-los caros leitores que existem por si, paixões, amores e sentimentos sem nome, sem tamanho, sem limite, que provém antes de uma amizade opulente, e, mais ainda verdadeira, de um amor não correspondido, de uma historia que nos lembraria até mesmo Jô, e porque não?...

Certo, voltando a nossa historia de Romeu e Julieta a brasileira, nossa dama e nosso cavaleiro estão no momento em uma situação de namoro a distancia, mas, que por dois motivos, não tão distantes um do outro, o primeiro: existe algo que não se pode chamar de amor, por amor, todos amam, eles sentem um pelo outro, algo que se diferencia nada de mesmice, mas, vamos chamar de amor, para não complicar as coisas.

O segundo motivo; é que existe a globalização, recursos, meios de comunicações. A esta altura nosso Romeu se vê no privilegio de pensar em nossa Julieta dia e noite, sonhando ou não, hoje se correspondem, de corpo e alma, no prazer de amar, e tão jovens já conhecem os dois lados da moeda, chamado amor, o lado que sofre, e agora o lado que vive, é feliz, e se faz feliz por outra pessoa. Mas, também a essa altura, ambos conhecem e entendem a agonia da saudade, e de que ele provém também neste momento, ambos riem para via, comemoram, porque hoje para os dois tal sentimento deixou de ser motivo de sofrimento, porque há pouco tempo se descobriram amantes, porque a muito lutaram contra e a favor do que queriam, e hoje, mesmo longe um do outro, podem dizer que a distância se resume aos corpos, só, somente aos corpos.

Acho que exatamente agora caros leitores, voc~e se pergunta: “quem é o nosso Romeu?” e “quem é nossa Julieta?”.

Nosso Romeu nada mais é do que aluno da escola técnica, hoje com seus 17 anos, aos 14 sal de São Luis, onde foi educado, natural do estado do Pará, mesmo nada sabendo a respeito de lá, cabe dizer que não é nada antural sua personalidade, mas, a titulo de Romeu que aqui lhe é atribuído é mérito de seu romantismo, no real é A. P. de Miranda, mas, aqui é Romeu, o mesmo para Julieta, que não é Julieta, mas, K. P. F. Costa., Natural de São Paulo, agora residente em Imperatriz, tem hoje 15 anos e é de uma jovialidade inestimável.

Exatamente em janeiro de 2004, Miranda teria vindo para somente passar as férias em Imperatriz, mas tendo em vista as oportunidades profissionais que a cidade podia lhe proporcionar, acabou ficando, e digamos que a primeira impressão da idéia de férias prolongadas não lhe agradou mas, embora tenha deixado uma legião de amigos em São Luis, naquele mesmo mês a idéia de umas férias um pouco maiores na capital comercia do estado, passou a ser um pouco agradável, por conta de uma amizade inesperada, um desses acontecimentos que nos mudam os rumos da vida, antes ele não imaginava uma cidade sem mar, sem os vários amigos dos quais pode-se destacas Allan Kardeck e Lucilia, mas, só que, porém, a amizade inesperada virou paixão, atração ou sei La o que, ainda muito desgostoso da vida, tendo em face ilusões e decepções, custava acreditar nas pessoas, nada que alguém de personalidade única não pudesse mudar, a amizade foi crescendo, seus sentimentos por ela também.

Passaram se meses, nosso Romeu havia tomado por si, que estava amando sua melhor amiga, e, que além de não ser correspondido como queria, teve várias vezes que ouviu dizer que amava outro, certo, nada de mais se ele não fosse seu vizinho. Caro leitor daqui algumas partes entenderá o quanto se torna cômico em uma situação narrada, mas, nada cômodo para quem vive esta situação, mas tudo tem seu significado, nada mais perfeito que o planejamento divino.

Não pela beleza, embora ela seja linda, um pecado de mulher, não pela simpatia, embora tenha um sorriso lindo, mas sim, pela maneira com que toca, com que muda, o pensamento, por ter tudo na dose certa, ele descobriu que era amor, e que desta vez, já não era uma palavra vazia, e sim amor de verdade. O jovem amava e já tão cedo sabia a dor de não ser amado, embora tão feliz por tal graça ter-se dado por alguém tão linda, especial, inteligente e amável, o nosso Romeu não a queria possuir, a queria feliz, era realmente amor de verdade, esse mesmo amor alado teve as asas cortadas quando de nossa Julieta ele não teve o mesmo amor.

No decorrente ano nosso Romeu passou as férias em São Luis, reviu todos os amigos, tomou uns banhos de mar, serviram-lhe para descansar um pouco o coração, mas, ele não hesitou em voltar para Imperatriz, então se aproximava o fim do ano, em ironia da vida, ele fez um exame para uma escola longe dali, em outra cidade e por mérito próprio foi selecionado, optou por ir, três anos ou mais fora o fariam bem, ou não. Mas com certeza esta opção mudaria sua vida. Veio o natal, o fim do ano, ao final do ano ele pôde concluir que foi um bom ano, de certa forma mesmo não sendo correspondido, nosso Romeu conheceu a mulher de sua vida, deu um grande passo em sua vida, embora no momento não tivesse o que mais queria ter ao seu lado, mesmo assim não se arrependia de ter tomado tais decisões, tais como, ficar em Imperatriz e ir para Araguatins.

Chegou o ano de 2005, o mesmo mês de Janeiro, logo nosso Romeu viajaria, e quem poderia dizer o que o aguardaria? É ninguém mesmo, ninguém...

Com o ano de 2005 vieram vitorias e derrotas, tentativas de esquecer nossa Julieta, inúteis, completamente inúteis, embora desse vontade de ir até ela e gritas. Eu te amo! El não podia, existia algo ali, entre eles, algo que me ponho a chamar de respeito, segundo a índole dele era respeito, segundo seu coração era um amor verdadeira, que por esse amor ele aprendera a aceitar, esperar, mesmo não entendendo sua situação, por amor, “é ter com quem nos mata lealdade”, é sofrer em prol da felicidade alheia. O ano de 2005 ia se passando, veio as férias de julho, desta vez ele ficou em Imperatriz, curtiu bem, na medida do possível, e novamente o nosso Romeu olhava nossa Julieta de longe, admirava, amava, desejava, e só, mas, não significa o fim só o começo, só!

No mês de agosto à volta as aulas, logo chegou o fim do ano, nas férias de dezembro, “Romeu” viajou para São Luis, sua madrinha, que desde a morte do mar ele a chamou de mãe, perguntou-lhe se ele não queria transferir a matricula para São Luis, sem saber o porque El disse não, bom, são os planos divinos, logo tudo se explica. Chegava o ano de 2006, outro mês de janeiro, outra volta às aulas, já este ano “Romeu” se tornou mais presente, passou a ir mais a Imperatriz, a cada volta, Julieta o abraçava, o chamava de “amor”, mas, amor de amigo. Desde que se conheceram, adoram sentar para conversarem, morriam de saudades um do outro, acredito que a esta altura “Julieta” já havia percebido quais eram os verdadeiros sentimentos de “Romeu” por sua pessoa, e se o fizesse não seria de espantar, pela transparência de nosso “Romeu”, o mesmo a amava cada vez mais, de maneira abnegada, carinhosa, de maneira que amou em silencio, e deixar acontecer naturalmente se é que devesse acontecer, essa é a melhor frase. O que acontecia é que a amizade não podia ser desfeita por uma tentativa de “Romeu”, era esse o medo dele, ale de que ele sofria porque o coração de “Julieta” era de alguém que não lhe amava, que não dava o seu devido valor. E o amor de “Romeu” ia se afogando em impossibilidades, enquanto seu futuro era escrito, e mal sabia ele que nome Deus havia escrito em caminho.

Por volta de abril de 2006, não me cabe a lembrar o dia, nem a memória ajuda, agora, “Romeu” e “Julieta” ficaram, nada a dizer, apenas que, foi algo vazio, distante, por muito...

Daí por diante “Julieta” começou a expor sua situação, Romeu varias vezes disse Eu te amo! Para Julieta sem poder ouvir o mesmo, mesmo com esse imenso amor, Romeu nunca exigiu nada de Julieta...

Vieram às férias de Julho de 2006, Romeu abriu Mao de suas férias em São Luis para ficar ao lado de Julieta passaram-se as férias e no ultimo dia eles foram ao cinema e seria a ultima vez que Romeu diria EU TE AMO! Para Julieta, não com palavras, mas com um bombom de chocolate, pois era notável a paixão de Julieta por chocolate, entregou-lhe uma carta como fizera várias vezes naquele ano, foram varias declarações de amor, e só. No dia seguinte ele viajou, mas 10 dias depois voltou, ele ainda amava muito, e crescia a cada dia seus sentimentos por Julieta, mas, ele se viu sem esperanças, e não a queria fazer sentir culpa, então estava desistindo de seu amor maior e verdadeiro mesmo querendo amar, desejava apenas que Julieta fosse feliz, e só.

Ele novamente viajou, nestas idas e vindas, ele sofria no embarque, a cada minuto de distancia, mas, sabia que não era justo que ela o amasse por força de seu amor, só que ele não sabia o que era iminente a partir daquele momento.

Logo nosso Romeu viu Julieta começando a gostar dele, lutando e com medo de perdê-lo, é notável que ele tenha dúvidas e por muito Romeu era refém de seus sentimentos, ele teve ciúmes após receber as ultimas noticias que aqui não cabe dizer. Então Julieta tece uma decepção por conta das duvidas de Romeu, Romeu até bem previa essa reação, pois bem conhecia Julieta, mas para não fugir de sua personalidade teve que ser sincero, expondo o que pensava, logo ela entendeu, os dois gozavam de uma ansiedade sem tamanho de se reencontrar. Maktub (estava escrito)

Romeu finalmente retornou, se reencontraram, no de seguinte conversaram, se entenderam, em meio aos abraços aconteceram uns beijos, logo após em meio à insegurança Romeu fez-lhe uma pergunta: Quer namorar comigo? Daí seriam dias felizes, e quem sabe algumas discussões, nada de mais julgando se um namorado ciumento, mas logo ele teve que retornar então agora viver na saudade e na culpa de uma escolha, a cada retorno uma emoção impar é sentida, feriados vem e vão, e assim é a historia. Logo Romeu retornou, só, somente para ver a mulher amada, e desta vez, no reencontro somente o silencio, nada de palavras, o que logo se entende...

Certo dia Romeu pôde ouvir Julieta dizer que descobriu que o amava, e finalmente ele pôde dizer que é correspondido, que é feliz, pelo fato de ser amado, e agora poder dizer Eu te amo! Sem o medo de magoar Julieta. Em fim, a historia não termina por aqui, e como não são amplos os meus talentos de escritor, eu não sei como concluir, mas por índole, nunca encerraria essa narrativa com um “e foram felizes para sempre”, pois não me é conveniente, e seria muito normal tendo em face esta historia nada normal, concluo que aqui esta não cabe, mas cabe dizer que, hoje são felizes grãs a luta, e insistência, e como diria outro amigo. “Só o tempo é capaz de ajudar a entender um grande amor” (desconhecido)

Só sei que ontem Romeu e Julieta completaram um mês de namoro e Deus abençoe para que dure muito mais, e se nada de mais há em ter Romeu ligando para Julieta se lembre da historia e reflita para saber se realmente não há nada de mais nas saudades entre Romeu e Julieta.

Autor: Ademilson Pires de Miranda.

Data: Outubro de 2006.

drynhwit
Enviado por drynhwit em 22/03/2010
Código do texto: T2153086
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