Conte estórias de ninar
O corpo espantado pede estórias de ninar.
Os homens estão desatentos às alegrias do hoje.
Queria influenciar o ritmo das estacas batendo no chão.
Mas nem cessam, só rimam, lamentos, lentos, ventos, tormentos.
O templo em Nova York está gelado, o casaco já está na mala da
sala de estar.
O amor pediu licença e foi-se embora. Agora é hora do jantar.
Mas amanhã, quando amanhecer no fim de tarde,
Levo a vodka escondida no vidro de perfume
E vou ser a mulher mais radiante em outra cidade.
Livre para amar, livre para servir no templo do Buda.
Onde mulher será bem vinda.
Já é tarde, balbucio e contemplo as uvas.
Durmo acordada na chegada sem espera.
O silêncio do aeroporto está cansado de trajetórias sem rumos.
A vida clama e estende, é rebelde, e por mais que queira desistir,
Vibra o calor do sol dentro do meu coração Moicano.
Moreno, vem de longe me ver, sinto sua falta.