A Mais Pura Forma de Amor - VI

Suas pálpebras se abriram lentamente, mesmo sabendo que aquela ação seria inútil. Era apenas um reflexo, como se o ato de abrir os olhos tragasse a realidade e afastasse o mundo dos sonhos.

Porque no mundo físico, a racionalidade tinha que deveria imperar, mesmo para aqueles que a desafiavam com sua simples existência.

Águia a princípio estranhou o fato de sua cabeça estar apoiada em algo macio – há anos que ele não sabia o que era um travesseiro – mas ele logo compreendeu do que se tratava, e por isso não conseguiu evitar um leve rubor em suas bochechas ao perceber que estava deitado sobre as coxas de Carlo.

Imediatamente desejou que Carlo estivesse dormindo, de modo que o vampiro não pudesse ver sua patética demonstração de vergonha. E para seu alívio, o vampiro estava mesmo dormindo, fato perceptível pela falta de movimentos por parte da mão que repousava delicadamente sobre sua cabeça.

O lobisomem não deixou de sorrir. Não apenas pelo ato de carinho do vampiro, mas principalmente pelo ato de confiança, uma vez que durante o dia Carlo era tomado por um sono profundo que parecia não se quebrar por nada. Saber que ele aceitava o risco de ficar tão indefeso perante um lobisomem, mesmo após ter visto do que um é capaz... Ainda mais quando o lobisomem em questão ainda mantinha sua horrenda forma natural... Aquilo era quase que uma honra.

Pela primeira vez em sua vida, Águia não se sentiu um monstro detestável, e isso o deixou muito feliz.

Tentou se levantar, mas não conseguiu. Seu corpo doía horrores, como nunca doera antes. Conformou-se então em apenas se sentar sobre o chão rochoso, que o levava à conclusão de que estavam em uma caverna. A princípio ficou aliviado por Carlo ter tido a ‘sorte’ de achar aquele lugar, mas ao se lembrar melhor do que acontecera na noite passada, sentiu-se verdadeiramente agradecido ao Unicórnio Negro. Certamente fora o grande espírito que mais uma vez o ajudara a salvar seus olhos.

Apesar de toda sua dor, prostrou-se e beijou a terra, em sinal de gratidão à Mãe Gaia por ter lhe mandado tão preciosa ajuda.

O Unicórnio Negro, que prestava atenção em Águia, pareceu satisfeito com aquele ato, e deixou então que aquele Theurge sentisse sua benevolente presença, e com isso chegasse até a se sentir melhor fisicamente.

-Obrigado por ter ajudado esse idiota... –Sussurrou para o grande espírito, o qual se aproximou e encostou seu sua cabeça à de Águia, em clara demonstração de afeto.

Águia mais uma vez sorriu. Ele não tinha o costume de sorrir, mas até que estava gostando daquilo.

Forçou então um pouco seu corpo a fim de assumir sua forma hominídea. Pela temperatura do ar, deduziu que logo anoiteceria, e por isso talvez fosse melhor esperar pelo despertar de Carlo em uma aparência um pouco mais agradável.

E como seus instintos raramente falhavam, Carlo não tardou a acordar, indicando que o sol finalmente se punha.

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, cada um escorado em uma das paredes opostas da caverna.

-Como você está se sentindo? –O vampiro foi o primeiro a falar.

-Não muito bem, e você?

-Melhor que você, eu acho...

-Você está com cheiro de sangue... –O lobisomem comentou.

-Está na minha roupa, mas meus cortes estão quase cicatrizados, diferente dos seus... –Comentou, finalmente se movendo, engatinhando mais para perto de Águia, erguendo um pouco a camiseta dele para verificar os profundos cortes na barriga. Não fizera isso na noite anterior por falta de tempo, além de que os pêlos da forma crinos atrapalhavam a visão, mas o importante era que pelo jeito, nenhum órgão havia sido afetado. –Você tá todo lascado... Acho que as cicatrizes vão ficar feias...

-Eu não me importo com beleza... –Resmungou, evitado um gemido, enquanto Carlo tocava com cuidado em um dos seus ferimentos mais profundos.

-Imaginei que não mesmo... –O vampiro concordou, observando que o abdômen dele já era ornado por várias cicatrizes. –Mas é melhor cuidar mesmo assim... Se eu tivesse o material para dar os pontos...

-Não precisa.

-Claro que precisa! Você pode morrer de hemorragia se isso aí abrir mais!

-Vai cicatrizar rápido, não se preocupe...

Carlo ficou emburrado a princípio, mas pareceu acatar.

-Tudo bem... Fica aí deitado, que eu volto já. –O vampiro pediu sério, já se direcionando à saída da caverna, mas parou ao notar que Águia o seguia. –Eu disse para você ficar.

-Você não manda em mim, e além disso, aonde você pensa que vai?

-Eu vou procurar um rio. Quero trazer água para você beber e para lavar esses ferimentos.

-Eu vou com você.

-Não. Você fica. –Carlo disse autoritário.

-Eu já disse que você não manda em mim.

-Não quero mandar. Acontece que você não está em condições de ficar andando por aí.

-Primeiro: Eu não estou inválido. Segundo: Você não sabe onde fica o rio. Terceiro: Se por um acaso, depois de muito vagar, você encontrar o rio, são grandes as chances de você se perder e não conseguir voltar. Quarto: Se por um acaso mais absurdo ainda você encontrar o caminho de volta, você não tem nenhuma vasilha para trazer a água pra cá. Quarto: Você é fraco. Se você achar outro Garou, você morre.

Carlo raciocinou um pouco a respeito daqueles argumentos, e vendo-se sem condições de contestar os primeiros, apelou para o último.

-E você acha que nesse estado você consegue proteger alguém? –Perguntou em tom inegavelmente debochado.

-Consigo.

Carlo não conteve uma risada baixa.

-Assim? Todo esfolado? –Riu um pouco mais.

-Eu conto com uma grande ajuda.

-De quem?

-Dele. –Águia respondeu simplesmente, apontando para o nada.

Pelo menos o nada era tudo que Carlo poderia enxergar.

-É, campeão... Acho que você bateu feio a cabeça ontem... –Falou um tanto sarcástico, um tanto preocupado.

-Deixa de ser idiota. Você viu que aqueles dois Garras fugiram de mim, mesmo eu estando quase caído, não viu?

-Sim, vi... –Respondeu um tanto incerto.

-Pois é, foi por causa dele.

-Dele quem?

-Do Unicórnio Negro que está bem ali.

O vampiro estava prestes a acrescentar o adjetivo ‘insano’ aos tantos que já atribuíra a Águia, mas desistiu de fazê-lo ao se lembrar do símbolo que surgira não mão do lobisomem na noite anterior. Olhando de um certo ângulo, e utilizando um pouco de imaginação, parecia até ser um unicórnio – desenhado por alguém sem o mínimo de habilidade, mas ainda assim um unicórnio.

Além disso, se existiam coisas como vampiros e lobisomens, o que impedia unicórnios invisíveis de existirem também?

Bufou contrariado, e então deu o braço a torcer.

-Certo, ‘bora... –Falou um tanto emburrado, oferecendo seu ombro para Águia. –Em que direção tá o rio?

-Esquerda.

-Como você sabe? –Perguntou desconfiado.

-O vento me disse.

-Ótimo... –Resmungou cínico, pensando que o mundo deveria estar de pernas para o alto, uma vez que estava sendo guiado por cego.

Obviamente, não comentou aquilo. Estava começando a acreditar que Águia fazia jus ao seu nome, e de fato tinha uma visão extraordinária, embora incompreensível. E teve um pouco mais de certeza em sua suspeita quando se deparou com um riacho de águas cristalinas, que belamente refletiam a lua e as suntuosas árvores ao seu redor.

Para completar a cena, inúmeros vaga-lumes voavam baixo, dando a impressão que o céu tinha se cansado das alturas, e simplesmente resolvido descer.

-Cara... Esse lugar é lindo! –Carlo falou empolgado, se aproximando ainda mais da beira do riacho e passado seus dedos pela superfície a calma daquele verdadeiro espelho, e com isso dando origem a algumas ondas.

Águia apenas sorriu, e, seguindo com cuidado, sentou-se ao lado do vampiro, também passando sua mão pela água.

Carlo viu então pela primeira vez o sorriso do Garou.

Era um sorriso tão pequeno, tão singelo... Mas tão lindo! Parecia irradiar mais luz que Lua. Talvez até mais luz que o próprio Sol. Acima de tudo, era raro, e por sua raridade se tornava ainda mais especial. E por isso Carlo se sentiu exaltante, afinal, ele era merecedor daquele sorriso.

E naquele sorriso ele sentiu que podia se perder.

Só notou que estava olhando para Águia com cara de besta quando o lobisomem desfez o sorriso e juntou água em suas mãos, a fim de bebê-la.

-Ah, Águia, tira a camisa.

-Hum? –O outro levantou uma sobrancelha.

-É que ontem eu não consegui olhar direito seus ferimentos. Aquela sua forma é muito peluda, e me dá calafrios... –Comentou, já ajudando o outro a despir seu tórax.

-Você acha aquela minha forma grotesca? –Perguntou baixo e grave, sem esconder um certo pesar em sua voz.

-Não que seja grotesca, mas é que me dá medo... –Carlo respondeu incerto, notando rapidamente que havia pisado em um terreno frágil.

-Entendo... –O Filho de Gaia falou em um sussurro, sem conseguir esconder certa tristeza em sua voz.

Carlo ficou sem saber o que dizer, então resolveu fingir que não era nada, e tentou agir naturalmente.

-‘Bora, deixa eu te ajudar... –Comentou, ajudando Águia a despir-se. –Nossa, que legal essa tatuagem... –Comentou surpreso, vendo o desenho que uma grande ave de rapina, que com suas asas abertas cobria quase todo o peito do lobisomem. –É uma águia? –Perguntou, enquanto seus frios curiosos dedos tocavam levemente os contornos dos profundos cortes localizados sobre a asa direita do desenho. Era uma pena, certamente ficaria uma cicatriz ali.

-É sim... –Mais uma vez o Garou apenas sussurrou, dessa vez sua melancolia sendo originada por uma desagradável nostalgia. –Era o totem da minha antiga matilha.

-Totem?

-Bem... Vejamos... Um totem é um patrono espiritual, um espírito que aconselha e ajuda seus protegidos. Alguns totens são ligados a matilhas, caerns ou, mais raramente, a alguém.

-E como eles ajudam?

-Eles dão conselhos, guiam, unem a matilha, e às vezes até emprestam seus poderes à ela.

-Então o unicórnio que você falou é um totem?

O Garou sorriu, voltando-se à direção de onde sentia a presença do grande espírito, e então acariciou a cabeça do Unicórnio Negro.

-É... Parece que ele resolveu me ajudar... –Comentou sereno, mas verdadeiramente feliz. Como um Theurge, ele sabia como era raro um espírito mais poderoso se afeiçoar a um individuo apenas, então ele se sentia realmente honrado em ter aquele totem o orientando. Geralmente apenas os espíritos do vento que o ajudavam e o guiavam, mas como eles eram muito brincalhões, às vezes não eram confiáveis.

Já o Unicórnio Negro lhe transmitia muita confiança e carinho, assim como os magros dedos de Carlo, que repletos de delicadeza lavavam seus ferimentos com a água cristalina do lago diante deles.

-Ah, que legal... Mas o que aconteceu com a Águia? –Perguntou. Como sua atenção estava totalmente voltada aos cortes presente no peito do outro, não viu como o semblante do Garou repentinamente se tornara pesado e penoso.

-Ela me baniu, no momento em que eu matei o alfa da matilha. –Águia respondeu com um pesar tão grande que Carlo até se assustou, olhando imediatamente para o lobisomem, espantando-se com a expressão transtornada que ele sustentava.

Embora Carlo estivesse curioso, definitivamente não teria coragem de perguntar a respeito.

Mas o fato era que Águia há muito tempo guardava aquela culpa dentro si, assim como guardava sua fúria. Aquelas duas quase o sufocavam a cada dia, era muito difícil lidar com elas, especialmente quando elas eram jogadas em sua cara, exatamente como acontecera em sua luta com os Garras Vermelhas.

E por isso ele não conteve a louca e perigosa vontade de desabafar.

-Eu sou o que chamam de Impuro. Dentre os Garou, existem duas raças legítimas: os Lupinos, que nascem como lobos, e os Hominídeos, que nascem como homens. Eles permanecem em sua forma natural até seus corpos se desenvolverem, e então poderão mudar de forma, variando de homem até lobo. Essas raças são originadas pela relação que deu origem ao indivíduo, se o Garou copulou com um humano, ou com um lobo. Mas algumas vezes os Garou copulam entre si, o que é proibido, e quando isso acontece, nasce alguém como eu... Um Impuro...

-Mas... –Carlo permaneceu por algum tempo em silêncio, tentado formular uma pergunta q não agredisse o outro. –Mas o que diferencia um impuro dos demais?

-Nós nascemos na forma entre o homem e o lobo, o que é chamado de crinos. Por ter nascido em uma forma anormal, eu acabei matando minha mãe durante o parto. Além disso, todo impuro nasce marcado por um defeito, e o meu são meus olhos. Para os demais da minha espécie, eu sou uma abominação. Eu sou fruto de um pecado, e por isso não tinha o direito de nascer. Eles dizem que além de inútil, minha existência é uma afronta à Mãe Gaia... –Águia disse por entre os dentes. Seus olhos se encontravam fortemente fechados, assim como seus punhos. Uma tentativa de conter o ódio que parecia crescer dentro de si a medida que se lembrava de cada uma das barbaridades que já lhe haviam sido ditas.

Sentia-se prestes a fazer alguma besteira, mas ele sentiu as mãos de Carlo tocando as laterais do seu rosto.

-Deixa de ser besta... –O vampiro falou docemente, de modo que não soara nada ofensivo. –Você não é inútil... Mesmo sendo cego, você se vira super bem, e até me salvou daquele bando de lobos loucos. E eu tenho certeza que a tal da Gaia gosta muito de você...

Águia quase sorriu, encantado pela doçura presente na voz e nos gestos daquele vampiro, mas logo a realidade lhe invadiu, impedido-o de levar a sério aquelas carinhosas palavras. As dificuldades pelas quais passara acabaram por lhe tornar alguém amargo e incrédulo.

-Não... A Mãe me odeia... Eu sujei minhas garras no sangue outro Garou, e isso não tem perdão...

-Mas quais foram seus motivos...?

-Meus motivos? –Águia pensou repleto de melancolia à medida que cada lembrança dolorosa das inúmeras humilhações que sofrera vinha à tona. –Meus motivos foram muitos, mas nada justifica meu crime.

-Mas você acha que não merece perdão?

-Não... Definitivamente não existe perdão para mim.

-Pois eu não acho... Tudo tem perdão, desde que exista arrependimento verdadeiro... E digo mais! Você já até foi perdoado.

-Do que você está falando?

-Você acha que a tal da Gaia teria te mandado um unicórnio invisível se ela não te amasse? –Perguntou com um sorriso vitorioso, radiante.

Era uma pena Águia não poder ver aquele belo sorriso, mas pelo menos Carlo pôde ver o discreto sorriso que se formou nos lábios do Garou.

-É... Ela deve gostar mesmo de mim... Ela me mandou olhos...

-Olhos?

O Garou não respondeu, apenas continuou com seu pequeno sorriso, enquanto seus ferimentos eram tratados com muito cuidado.

-Águia...

-Hum?

-Você não tem vontade de ir para cidade?

-Lá não tem nada para mim...

-Tem agulha e linha de sutura... Faria um grande bem para esse bando de corte...

-Eu cicatrizo rápido... Além disso, você está me ajudando.

-Você não deveria contar com a minha ajuda...

-Por que não? –O Garou perguntou erguendo uma sobrancelha, não compreendendo o motivo daquilo. Eles estavam se dando bem, não estavam?

-A gente devia ser inimigo, não devia? –Carlo perguntou um tanto receoso, enquanto seus dedos e seus olhos tinham atenção totalmente voltada agora para a perna de Águia. Os cortes haviam reaberto graças aos esforços da última luta.

-Eu devia ter te matado assim que nos encontramos, mas depois eu notei a Mãe Gaia gosta de ti. O Unicórnio Negro veio me ajudar só porque eu queria te proteger.

-Mas porque ela gosta de mim? Eu sou um amaldiçoado, como todos os vampiros...

-Por que você ta falando isso?

-Porque, mesmo sendo grato a você e gostado da tua companhia, minha maior vontade é te morder... Sem noção, Águia, eu tô com muita sede...

-Eu posso conseguir um animal...

-Não, você não pode. Você mal consegue andar... E além disso, eu não agüento mais sangue de animais... Eu preciso de sangue de gente, entende?

-Não. Não entendo.

-Eu sei que não... –Comentou tristonho. –Claro que não me entende, pois eu sou um monstro...

Águia pareceu sentir no âmago de sua alma a tristeza daquele vampiro, e aquilo o deixou repleto de compaixão, ao ponto que ele chegou a pegar a mão de Carlo entre as suas.

-Você é tão monstro quanto eu.

Carlo sorriu.

-Cara... Explica como a gente pode se dar tão bem? –O vampiro perguntou um pouco envergonhado, puxando sua mão. As mãos de Carlo eram tão quentes que pareciam que iam queimar a sua. –Digo, você quase me matou anteontem, mas eu nem fiquei com raiva, saca?

Águia sorriu.

-Que bom que você não guardou mágoas.

-Mas cara... –Sussurrou, aproximando-se ainda mais do outro, de modo que sua boca quase encostou-se à orelha dele. -Eu ainda quero teu sangue... Quero mesmo... –Falou manhoso, sua voz rouca e sensual chegou a provocar deliciosos e perigosos arrepios pela nuca de Águia, mas então o Garou arregalou os olhos, surpreso com aquela atitude, e então pousou suas mãos suavemente sobre os ombros de Carlo, afastando-o de si com delicadeza.

O vampiro, envergonhado, murmurou um pedido de desculpas e se afastou um pouco mais de Águia.

O fato era que o cheiro dele estava deixando Carlo louco.

O silêncio se fez incômodo por um bom tempo, até que Carlo tomou uma atitude: Pulou no rio.

-O que você ta fazendo? –Águia perguntou com uma sobrancelha erguida.

-Esfriando a cabeça. –O vampiro respondeu um tanto risonho. –Entra também! -Sugeriu.

-Eu não. –Águia foi categórico.

-Tá com medo, é? -Provocou, jogando um esguicho de água gelada no Garou com a mão. –Entra logo!

-Eu não. Aainda estou machucado, e o sangue vai chamar a atenção dos Aligátores(1).

-Aligátores?! Tem aligátores aqui!?! –Carlo perguntou assustado, já nadando para a beira do rio, muito apressado.

Mas parou ao ouvir o riso debochado de Águia.

-Ora seu! –Exclamou falsamente irritado, chegando mais para a beira. –Você vai me pagar!

-Ah, é? Como? –Desafiou.

-Assim! –O vampiro falou de repente, puxando o outro para dentro do rio. Águia nem conseguiu tempo de reagir.

-Minhas roupas! –O Garou exclamou falsamente irritado. –Você é muito infantil, sabia?

-Sabia! –Carlo respondeu orgulhoso, rindo.

E o riso do vampiro foi seguido pelo riso do lobisomem.

(1) Alligator mississippiensis – Trata-se de um crocodiliano (parente do jacaré) encontrado apenas na parte sudeste do E.U.A. – Golfo do México, Texas, Oklahoma, Louisiana, Mississipi, Alabama e Flórida, bem como Arkansas, Geórgia e as Carolinas. Machos adultos medem de 4,0 a 4,5m (há relatos não confirmados de indivíduos medindo de 5 a 6m); as fêmeas nunca excedem os 3,0m – o suficiente para engolir o Carlo...

Ryoko
Enviado por Ryoko em 17/03/2010
Código do texto: T2143539
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