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UMA VIDA ILUMINADA!
Depois de tempos sombrios, finalmente abriu as janelas. Da casa e da vida. Admirou a claridade sentindo quanto tempo desperdiçado na escuridão instalada, a qual se permitiu ter por companhia a solidão. Havia esquecido como era belo viver e respirar bons ares.
No reflexo da vidraça espelhada, viu pelas janelas dos seus olhos o quanto de si desejava liberdade para trilhar outras histórias, ir para novos rumos. Apreciou o próprio sorriso e a luz intensa do olhar. Gostou de ver a face bem disposta, traduzindo como estava seu interior. Pronto para portas e janelas abertas do viver!
Um sentimento invadiu-lhe o peito. Assustou-se e ao mesmo tempo que uma sensação agradável enchera seu coração de alegria. Surpreendeu-se por ter se esquecido o quanto era bom experimentar aquele sentir. Era a felicidade voltando fazer morada em seu coração. Novamente o peito enchera de luz e alegria por aceitar a claridade, o brilho, as cores e os variados sons do mundo!
De repente foi tomada por uma avalanche de pensamentos alegres. A sensação era que todqs as boas ideias acumuladas estavam sendo derramadas de um só vez em sua mente. E gargalhou. Liberou todo o contentamento aprisionado na antes triste alma. A felicidade não cabia em si e dentro da casa, então saiu para o quintal dizendo em alto tom:
- Voltei! Voltei a ser eu, livre, segura! Estive na redoma com o amargor que minava minha vida. Estou de volta para horas, dias e momentos alegres!
Havia mesmo magia naquele quintal, as flores nunca estiveram tão perfumosas e coloridas, nem o céu coloriu-se antes de intenso azul. O Sol ardia como um coração apaixonado. Anne e o Sol irradiavam raios de paixão pela vida. Ambos celebravam mudanças.
Era como se o espectro de Anne tivesse ganho vida ou que o fantasma tivesse partido deixando a mulher viver outra vez. Havia luz e cor. Som e movimento. Amor e alegria. Sonhos e esperança. Era a vida acontecendo naquela casa e na alma daquela mulher renascida. Corajosa e fortalecida!