Hoje ao recordar de tantos amigos e amigas de faculdade tive uma noite, na qual me deixei levar pelos encantos da lua, e o doce saber de estar junto à madrugada, e sendo assim junto a ela apanhar o sol com a mão. Nada pra mim, naquele momento era tão somente sonho, eu estava ali lendo um livro de Carlos Drumond de Andrade, e assim também esperando a chegada de Laura, uma amiga que já há algum tempo não lhes via, e, portanto estava ancioso.
Pois ela tinha me telefonado a noite, dizendo que chegaria pela manhã, e que se possível a apanhasse na rodoviaria. A saudade daquela amiga talvez falasse bem mais alto que o desejo de me encontrar novamente com Laura, uma jovem de pele morena, e olhos castanhos amendoados, uma moça bem falante e extrovertida, porém não gostava tanto de ir para baladas, algo tão comum dentre tantos jovens.
No tempo que cursavamos a faculdade, era uma menina que no alto dos seus dezoito para vinte anos, sempre estava rodeada de bons amigos, e outras garotas de sua idade, eu com certeza era aquele que depois de muito tempo ter andado por este mundo, vi-me de encontro numa sala de aula, já depois de meus quarenta e poucos anos, depois de ter estudado e me pegado com todos os santos para assim conseguir um lugar ao sol.
Enfim, me dirigi para a rodoviaria, olhei pro relógio e vi que teria que esperar pelo menos uma meia hora, até o ônibus chegar. Era uma viagem de mais ou menos seis horas, descendo e subindo algumas elevações, vendo o dia raiar, e um pouco do belo litoral nordestino. Até que por fim, depois de um tempo, ela chega, me abraça e me beija como sendo bons amigos, e entramos em meu carro indo direto para minha casa. Nossas conversas eram sempre rápidas através de sites de relacionamentos, ou mesmo via algum Messenger destes da vida. Quase todos os dias, então por isso, num momento que ela viu ser oportuno, perguntou se poderia vir a minha casa, e como naquela época, ainda me encontrava só, não vi o porquê de não aceitar a sua vinda a minha casa. Porém, não sabia que ela tinha saído a pouco de um relacionamento, e que queria de alguma maneira sair um pouco da cidade onde residia.
Mesmo assim, falou um pouco desta pessoa, de como era certamente o comportamento deste, e me perguntou até mesmo se por acaso eu não recordava dele, já que ela o conhecera no mesmo curso que cursavamos e na mesma faculdade. Mesmo assim não recordei, procurei, como se procura algum arquivo numa pasta de PC, mas minha memória já não se encontrava tão boa; quanto antes. Laura sabia que eu gostava de ler e de escrever, sempre leu meus poemas através de uma página para escritores, e sempre deixava algum comentário como quem sempre entendesse o que queria dizer.
Até que nos esbarramos, e neste esbarrão, trocamos nosssos olhares, indo mais a fundo. E tudo assim de repente dentre nós aconteceu, não sei qual realmente era a intenção de Laura, mas senti seus desejos aguçarem, vindos à flor da pele, e assim, levando-nos a nos entregarmos, ali mesmo. E depois de termos nos entregados, adormecemos abraçados, e vi que ela por muito tempo esperara por este momento, momento tão desejado, e imaginado por nós dois.
Eu já com uma idade bem superior, deixe-me envolver pela sedução daquela menina, daquela menina que tanto me fizera imaginar que em algum lugar eu teria direito a algum lugar, onde o sol pudesse apenas abrilhantar, nos convidadando para adentrarmos felizes numa praia onde tudo era porque não belo e muito formoso diante um sol da manhã, banhando-nos com águas mornas como estas de toda região nordeste.