ELA ENLOUQUECEU. 02 PROCURA-SE MARTA ( LICIA FALCÃO ) .CONTO
O dia amanheceu ensolarado.
A natureza verde compunha um estupendo quadro à visão de todos.
Dona Marina preparou o café da manhã da família e chamou a todos.
Toda a família compareceu, nem o mais novo membro, o netinho Bruno, de dois meses , deixara de atender ao chamado da matriarca da família.
Dona Marina, já preocupada, perguntou:
-Onde está Marta?
- No quarto, minha sogra.Ela me disse que não vai descer, porque não quer comer.
Dona Marina iniciou a refeição com a família, e depois subiu ao quarto de Marta.
- Marta! Marta! Abra a porta minha filha. Vamos conversar.
- Hoje não, mãe. Quero ficar sozinha.
- Então vou trazer o seu café.
- Não, mãe! Estou sem fome e quero ficar sozinha. Dá pra você entender isso?
- Está bem, filha, mas desça quando quiser!
Dona Marina ficou preocupada e muito chateada com a situação.
Discutindo o assunto, todos, acharam melhor chamar o doutor Aroldo, médico da família .
Quando o doutor Aroldo chegou, subiu imediatamente para o quarto da moça.
- Marta! Aqui é o doutor Aroldo. Preciso vê-la e falar com você, minha filha!
- Doutor eu já disse que estou bem e não quero ver ninguém.
- Quero só ter "um dedo de prosa" com você.
- Já teve doutor, acabamos de completar a nossa conversa .
Doutor Aroldo conversou com os pais da moça e achou melhor ficar por lá até que ela resolvesse abrir a porta.
Entardeceu. O sol dourado e triunfante escondia-se atrás dos verdes montes. As águas do mar ficaram totalmente douradas e os sulcos das ondas chegavam à praia e lembravam os bordados que Marta fazia.
Doutor Aroldo resolveu com os pais da moça, acionar o hospital.
Chamaram a ambulância, que quinze minutos após, chegava à casa.
O doutor Onofre, que veio na ambulância, tentou fazer com que Marta abrisse a porta:
- Oi menina talentosa! Quero comprar um dos seus bordados!
- Silêncio!
- Eu vim dos Pampas para comprar bordados e você não vai me atender?
- Silêncio!
Doutor Aroldo tentou, dona Marina, sr. José,, irmãos, cunhadas, mas o silêncio continuava.
Em uma conversa rápida, resolveram retirar a fechadura da porta.
Enquanto isso, Marta fizera um amarrado de lençóis, pulara a janela e fugira só com a roupa do corpo.
Aquela moça bonita e talentosa tomara o mundo sem destino e sem mais nada.
Assim que conseguiram abrir a porta, o desespero tomou conta da família.
Procuraram Marta em cada canto da casa, do quintal e do bairro.
Desolados, resolveram fazer então um cartaz e espalhar pela cidade: PROCURA-SE
.MARTA. ELA ENLOUQUECEU.
Enquanto pregava os cartazes nos lugares mais frequentados da cidade, a família quebrantada, questionava o porquê daquele terrível acontecimento. O quê teria levado Marta a esse estado de sofrimento tão cruel?
Licia Falcão Rodrigues da Silva
NÃO PERCA O TERCEIRO CAPÍTULO DE: "ELA ENLOUQUECEU". A DOLOROSA PROCURA DA FAMÍLIA DE MARTA.