A gente se engana.
Quando eu me declarei, eu imaginei que viveria um sonho irreal. Mas, foi diferente! Foi real e não foi o que eu esperava. Em questão de segundos, tudo aquilo que eu esperava para mim estava partindo - se ao meio.
Tudo começou quando a conhecí...fazia frio e era uma tarde cinzenta. Eu passava pela padaria e ela sorria como se estivesse visto algum tipo de palhaço. Nossa, foi instingante a forma que nos mantínhamos ligados um ao outro.
Ela estava morando próximo a minha casa e eu nunca havia a visto.
Começamos uma amizade a longo prazo, saíamos, e tomávamos sorvete. Existia uma espécie de laço entre nós. Quando eu estava em casa, a observava pela janela e via uma linda menina, sentada em uma cadeira branca, lendo um livro, e o que me fazia sonhar, era vê-la fazer movimentos com a boca, como se estivesse vivendo o que estava lendo. Ela chorava, ela ria, ela levantava e andava por toda a varanda.
No dia em que eu resolvi me declarar, a menina me disse: Estou partindo, sinto por você.
Ou seja, ela não sofria nada.
Passaram-se anos e a varanda da casa onde ela morava foi destruida, e com isso, os meus sonhos também.