contos de amor

O invencível e a vencida se encontram ás vésperas do fim, tudo antagônica e nostalgicamente igual, porém desta vez com um clima de despedida tão arrasador que não permitia o reencontrar dos olhos com a serenidade ou o fervor de sempre. Ela estava sentada a beira da rede olhando para o céu, entretida em seus pensamentos que a cada pulsar de seu coração sofriam uma reviravolta total. Ele estava pensando nela, sentado em sua cadeira e rodeado de pessoas como de costume, não se preocupava, nunca se preocupou em perdê-la, talvez nunca tivera noção das dimensões dos sentimentos que ela guardava a seu respeito.

Outrora já separados, ela sofria com a distância e com a saudade que deixava em seu coração um vazio que era preenchido com horas de devaneios regados às músicas em francês que ele sabia que eram tão marcantes em cada momento da vida dos dois. Ele divertia-se com seus amigos e mal pensava em outras coisas a não ser nos muitos afazeres da frenética vida de um abastado social. Ela chorava e ele sorria, ela sonhava e ele fingia, ela amava e ele era frio, fútil e frívolo, e mesmo assim era inevitável não amá-lo por que era imaculadamente bom aos olhos dela.

Ela sempre soube como ele era, e ele sempre a conheceu como jamais outra pessoa a conhecia, porque frente a ele não existiam máscaras que não desabassem de seu rosto. Seja a máscara fria que ela tentava passar ao seu respeito nas inúmeras vezes que decidiu esquecê-lo ou seja a máscara que encobria o amor entre eles. Ela nunca esperou nada dele além de falsas palavras que por sua vez expressava um sentimento falso, porém esperava que ele entendesse o carinho que a mantinha a seu lado quando todas as pessoas começaram a agir com reciprocidade à sua falsidade.

Ele esperava dela o mundo.

Ela o esperava, apesar do mundo... e o ciclo vicioso se completa

Sah
Enviado por Sah em 26/12/2009
Reeditado em 27/12/2009
Código do texto: T1995761
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