QUERER É VIVER

Alguns tempos atrás Áureo teve uma recaída destas que levam o sujeito ao inferno, havia anos Áureo estava sem beber havia se casado com Matilde que no passado também foi alcoólatra os dois se conheceram em um boteco da Oiapoque quando saciavam a dor da perda da dignidade. Ele a convidou para ir ao cinema ali perto no cine México para assistirem um filme de amor, mas que na verdade era um bang bang destes que os tiros furam ate as toscas poltronas da sala.

Ela sorriu-lhe tinha um sorriso muito bonito em seus bons tempos trabalhou na galeria do ouvidor de vendedora de roupa chiqui. Já Áureo trabalhou no banco congresso andava bonito pelas ruas da cidade era desejado por todas as mulheres, mas um dia tudo despencou em suas vidas Matilde engravidou-se do gerente de loja em que trabalhava, como ele era casado Matilde perdeu o homem o emprego e depois o filho que aos oito meses se enforcou com o cordão umbilical dentro de sua barriga e ela passou a acreditar que o anjinho se suicidou foi por causa de seu pecado e ninguém tirava de sua cabeça que anjos não se matam, mas em vão Matilde se entregou aos devaneios da bebida. Áureo foi acusado por seu gerente de um desfalque em seu caixa, mas tudo não passou de uma vingança do gerente que o amava e por ele era rejeitado, pensou em matá-lo, mas depois lembrou-se de sua mãe.

Ficou preso dois anos e jurou que quando saísse iria fazer a cabeça do danado, mas ao sair da prisão soube que seu algoz tinha morrido de sífilis, mas e daí Áureo não mais conseguiu emprego, então foi para a boemia vivia do carteado que aprendeu a jogar na prisão e foi se degradando cada vez mais ate se transformar naquele traste de homem. Agora estava ele ali sentado na cadeira do cinema com uma degradada como ele. ela já tinha lhe contado a sua historia e ele a dele. Eles choraram juntos ate o termino da sessão mesmo com tantos tiros e sangue se enamoram e ali dentro fizeram um pacto de lutarem juntos por um fio de luz ele procuraria uma quarto para os dois e trabalharia de camelo e ela se propôs lavar roupa para fora e assim desfizeram a sociedade com o diabo.

Com dois anos já tinham comprado um barraco na pedra polida e no ano seguinte nasceu João seu primeiro filho e como eles choraram de alegria brindaram com kisuko e torrada de água e sal, tudo bem o importante é que eles estavam vivendo.

Mas Áureo se sentia as vezes vazio passava perto do bar e algo o chamava tão fortemente, mas ele resistia.

. Eis que um dia áureo não suportou a pressão e caiu em tentação, entrou no bar todos ficaram calados olhando a sua queda ele olhou para todos e pediu bem alto;

---O Vicente me de uma garrafa de coca bem geladinha para eu levar pra minha Matilde.

Isso para a decepção geral dos clientes que esperavam dele a maior tragedia de sua vida, pois Aureo e Matilde não podiam tomar coca tinham gastrite decorrente dos anos de bebedeira.

Chegando em casa Matilde lhe disse;

---Querido só esta vez , pois não quero Joãozinho viciado em refrigerante somente suco natural.