MISERAS MIGALHAS DE AMOR

MISERAS MIGALHAS DE AMOR

A vida é ingrata, nossos sentimentos mais ingratos. Às vezes queremos algo morremos por determinados objetivos, mas que nada somos incontroláveis, nefastos e monstros de nossos dias. Passamos o tempo todo nos resguardando contra as tentações

Mas que nada somos vulneráveis.

Eu conheci um homem que trabalhava como segurança em um prédio do centro de Belo horizonte, sujeito quieto de poucas palavras e olhar perdido na porta de vidro mas que em seus devaneios era a porta de sua cela interior.

Tudo ao seu redor era chama sem fim, por vir toda amanhã ele queria ver a noite o vento e o gemido da serpente assoprar em sua direção, mas dentro dele voava algo um vácuo algo queria ao menos dentro dele gritar.

Seu nome era... isso não vem ao caso agora. Nada o espantava, nem as impurezas das virgens ou verso ao avesso do lado de fora. Não dizia mais que há um AS na manga da camisa, ao longe se afugentava como a uma leoa no areal do Quênia que fazia o inverso de tudo que pensava. Navegava em seus ternos delírios que sabia das poucas palavras.

Tudo que sabia das poucas palavras e os raios do seu inferno; Nem as estrelas se importavam que navegasse sem saber nas águas por meros fins. Ele pensava que a cor da morte era cinza e cinza o terno que nos levará da vida como terna era a vida a cor da eternidade violeta e

Violeta era o amor de seu irmão Teófilo que era poeta que morreu de gripe A.

Caminhava por tristes tardes dispensando o riso das rosas na palidez do seu rosto

sempre descia uma lagrima as velas que ao seu mar imaginário punha teus olhos sobre mim pedia um pouco de calor e luz e a saudade presa a rocha diluída pelo sol.

Respirando o abandono, mas pobre de Teófilo que em excesso sabia amar e dizia;

---“Não te imploro as flores com o peso da pedra de moinho, mas flores sem cheiro de sangue. Sigamos as ruas, elas estão indomáveis a nossa espera. Nos hotéis baratos,

um cheiro de incenso resvala a vidraça e é outubro as folhas caem furtivas em teus cabelos. Ando sobre teus caminhos e uma lâmpada leve perfume a noite. Na penumbra dos vales vi teu rosto não sou poeta sobretudo tive medo destes versos que te enviei.

No fundo sou espantalho homem sussurrante e vinho evaporado do cantil de quem segue as trilhas do inferno. Olhos sem sonhos no reino sem rei. Estou cantando

o sonho da morte em passo crepuscular; se fosse o desprezo, ainda a chama de seu olhar e flexível do seu vulto quando na pupila vi uma imagem no coração. Sem amor, ou caminho as coisas tais tocam em ritmo lento aonde os remendos que ainda não sei,

em todo perigo não fugiria a mim comigo qual como pássaro sofré.

nestas águas vãs, vai dia trás dia, águas que vi e mudo fiquei isto era doença

sem cura! Quando meus cabelos Carrega-os teus sou como o céu por vaidade.

um engano aos teus olhos carrega os outonos de meu ser; A morte porque embrulhada é instável, a nova que vaga nos astros! Não pensas tu com este teus olhos esse palhaço com febre se extinguiu para a alma simples e vergonhosa ter vivido nas distantes terras

dormindo, que conversara com estão dormindo a vida.Tendo sido a vida como cardumes nas veias humanas. Minha alma corre como o Eufrates quando

canta canções de ninar. Olhei para seu seio e minha alma se tornou profunda

pelo outono e o abandono chora a horas outrora vou-me pra lá em lamentos profundos.

Minha alma de quando soa com a loucura de outrora e vou á voar pela vida

como folha seca brilhando vai a paz, raras são as flores que circundamos jardins do

infinito.Toda paz no cais, aonde barcos do fim do mundo levam toda a luz que

pintei de azul. Os azuis nos azuis. Azul na colcha dos sonhos. Eu vi teus olhos no incêndio do crepúsculo e manhãs que toquei o indefinido do teu caminhar nas nuvens, gesto que se confunde com teu corpo nas cores chocolate!

Aonde anda a verdade entre os homens?

Será em sua gruta mental?

O que é o homem?

Escravo de seus desejos e vaidades?

Quais são as verdades que nos cercam?

As mentiras que herdamos?

De onde viemos?

Do desejo incontido de um ser infinito ou

da seiva molhada de orvalho?

O que é o amor?

Será um ato tão insano que nos faz chorar, sorrir, matar, dar vida

Ou dormir dentro de um misero barril num canto qualquer da cidade

Repleta de luzes artificiais?

Para onde vamos?

Será que para uma caverna de ratos ou uma cidade imaginaria?

Porque trabalhamos?

Se é que existe o sono?

Aonde mora todas as repostas,

antes de fazermos todas as perguntas

Bosques e labirintos, conflito nas asas da liberdade aflitas,

Lábios matutinos, gemidos, amor ao inverso, gritos, corpo, aonde andas

Corpo toc... Tu me vês, mas não sinto te sou apenas alma e em frangalhos

caminha o espírito.

Seus olhos melindrosos cor de pétalas de papoula e coragem para viver no sangue.

“A família é o vaso sagrado que Deus nos deu para cuidar e nos gritos do silencio

vem o inverso em altos e baixos como mística mulher com uma rosa na mão sem a força de dizer as dádivas da alma a dor do poeta a ararinha azul”; pensava.

Quantas perguntas sem destinos tendo a arte de ser.

Quando menino oferecia flores em troca de algum pão, que dava gritos de dores no apagar do sol. Beijava o frio da terra em busca de abrigo, como profeta andaluz era mais um filho adotivo do infinito.

Nas estrelas as almas gemiam de dor, vertiam ao mar como destino de homem qualquer. No alvo o vulto contemplava os corpos em chama á pedirem passagem para o inferno.Nos bancos da praça um vento lateral gritava em versos que trafegavam pedindo Socorro... Na harpa do amor corpos ardentes amam-se em notas junto ao farol.

Uma linha de cerol um banco e o pé de pau eis ai as gerações dos delírios. Queria lambuzar a boca em qualquer manga labial.

Em meio ao prumo um cheiro de rosa á pintar seus sonhos mundo afora, que mudo cavalgava o corpo de aço inox com cheiro de florada.

De artimanhas aos dilemas despejavam nas tavernas de Avalon as macelas de sua verdade. Magia profunda nos atalhos de um imundo corte medular no palácio do calango dos sertões em escalada de vícios sinistros que se ligavam a mera estrada de vento.

Usava uma tarja preta no caminho sob a escada de Jacó que em fúria doava palavras aos corações quebrantados do pó da fé. Semente da purificação forja dos delírios, neve sem rumo á parir um ser alado no jardim dos seus desejos de prisioneiro á clama na solidão uma porta aberta para o vôo de algum albatroz.

Aquela garça gemia na vertente do lago querendo ser livre para voar e falar de amor é como cantar ao vento. Em cada gole de cicuta a utopia de respirar em teus jardins aonde alma e carne sangravam, amar apenas amar era tão forte!

A paz na alma na hora H, fé e coragem em seu véu um refugio andava pelo intimo que

fazia dançar a valsa poética como a flor no abismo á espera da lagrima contida

do silencioso amor.

Nas límpidas matas um profano perdão, mor de bailarina em teus gritos a tempestade pede passagem e vai gemidos. O eco das almas molhadas do orvalho em bêbadas palavras a luz do penhor. Na flor da pele um labirinto de paixões, fazia a colheita da madrugada e arava para plantar as sementes em movimento num cio com gotas do limbo. Alcebíades declamava as ruínas evidentes;

---Na carnificina

o canal do panamá,

Sonhos de viver

Idiotologia de homens

Ou psicopoetria

Em companhia de flores?

Medo de viver

Uma balada na praia deserta

Ri o Cantangaço seu

demônio noturno.

As mulheres da madrugada

á sol a pino,

e o cio da morte

grita palavras azuis

aos parias perdidos.

O desespero das gaivotas

Ao verem monges e carrascos,

Simplesmente a sorriem para as borboletas

Da Irlanda ao se porem a voar,

Blecaute junto a alma

Na floresta os campos de trigo

Formam esculturas de carne,

É a cor em decadência.

Os anjos do asfalto

Pedem flores e velas,

Um fogo sagrado

Ilumina os tambores de Manhattan.

Vêem mais uma

Manhã em chamas.

A alma peregrina

Beija a borboleta sem asas

Em fuga pela solidão.

Teófilo como sempre a espreita e gritava ao amante.