RESTABELECENDO VIDAS
Há uns dezenove anos, Maria teve a felicidade de conhecer e conviver com Clara.
Clara, mulher casada, mãe de duas filhas pequenina. Sempre que se referia a elas, dizia: - São minha alegria, dádivas que Deus me deu. Estava sempre presente na vida religiosa, familiar e escolar.
Clara tinha grandes problemas, mas sua fé e entusiasmo eram admiráveis.
A cidade onde moravam eram muito pequena. Todos se conheciam. O centro era a pracinha da igreja. As pessoas conversavam, crianças brincavam. Descendo se dava com uma rua paralela de chão. Seguindo reto avistava a vila. Naquela época as casinhas eram minúsculas, as paredes se confrontavam. Nos fundos faltava privacidade. Seus moradores necessitavam de afeto, atenção, amor alimentos... Mas ali havia também, brincadeiras e grandes risadas. As crianças brincavam com bolas improvisadas, os cavaleiros passavam a galope sacudindo a poeira, cachorros latiam e galinhas cacarejavam a procura de alimento. Era bem movimentada a rua da vila.
Clara gostava de fazer visitas naquelas imediações. Se algum desses irmãos especiais fosse se casar, ela organizava o chá de panela; se tivesse uma mulher grávida, o chá de berço não era diferente: providenciava convites, solicitava enxoval para o bebê, doações de berço, colchão, cômoda...
Clara sentia uma grande felicidade em fazer isso, pois sabia que estava colaborando para o início de uma vida a dois.
No final de cada chá, Clara carregava a filha mais nova no colo, pegava na mãozinha da mais crescida e seguiam aquela rua comprida de chão. Elas voltavam para casa.
Os anos se passaram. Às vezes, Maria é surpreendida com os gestos solidários de Clara.
Graças ao Mestre Jesus, Clara planta esperança e amor, planta sonhos que se tornam realidade; luta em pró da caridade. Ela bem sabe que fora da caridade não salvação.
Essa história foi baseada em fatos reais.