brigas de casal
Anabela até tentava entender o porque Marcelo falava com ela naquele tom, com aquela voz,se ela sabia que estava certa.Na verdade nunca tinha brigado com o namorado,sempre se entenderam muito bem,mas naquela manhã tudo mudou.
Mudou porque Anabela já estava contida de tanta raiva, de muita mágoa e uma hora ou outra sabia que ia estourar.
Bem,foi isso que aconteceu!
Aquele Sol escaldante do dia dez de novembro,Anabela completamente descrente em relação aos seus sentimentos,resolveu desabafar e falar tudo o que estava guardado.Também pudera,nos ultimos dias vinha suportando muita coisa e sempre fingindo estar tudo bem para não magoar Marcelo.
E Marcelo?
Ah, o Marcelo desligado como sempre não a deixava em segundo plano em sua vida, mas sim em ultimo.Perder para o pai, a mãe, o filho, o cachorro,gato e papagaio já é complicado, mas perder pra todo Mundo e ficar lá, no ultimo lugar na vida do outro não é uma coisa muito fácil de se aceitar.Isso demanda muita prática e paciência.
E foi por isso que disse de uma vez só tudo o que estava entalado na sua garganta, e disse que Marcelo tinha pouca ou nenhuma boa vontade com ela, que estava cansada de suas atitudes e que faltava muito pouco pra terminar o que havia acabado de começar.
Mas Anabela naquele momento havia se esquecido de que uma palavra dita no momento errado pode causar um rompimento.
E foi isso que aconteceu...
Marcelo se sentiu um nada, terminou o namoro deixando Anabela desconsolada.
Anabela sentiu ódio do namorado, mas as vezes é preciso "engolir seco",esperar o outro se acalmar pra poder conversar e encontrar uma solução. E foi o que ela fez.
Apesar de passar a noite inteira em claro chorando,se lamentando e tentando ir lá no início pra ver porque a briga começou e entender que tinha que ceder,valeu a pena.
Valeu a pena porque aquele conselho que ouvia dos avós de que o tempo é o Senhor da solução dos problemas,é verdadeiro.
O dia amanheceu e com ele veio também as esperanças.
Anabela conversou com o namorado e sentiu naquele momento que os dois não estavam afastados por opção,mas sim por circunstâncias que fugiam ao controle dos dois. Sentiu também que o sentimento que nutria por Marcelo era incomum,por ser único.
Resolveram continuar...
E quer saber?
Sabe aquela sensação que a gente tem quando a paixão está se transformando em amor?
Foi exatamente assim que Anabela se sentiu quando fez as pazes com Marcelo.
E quer saber de mais uma coisa?
Anabela e Marcelo se esqueceram dos problemas,viveram e os enfrentaram de cabeça erguida.Afinal de contas,nada aqui é perfeito e se fosse estariam não na Terra,mas no Paraiso.
E Anabela compreendeu depois da conversa que teve com o namorado, que Marcelo não era o seu Principe Encantado.
Marcelo é homem,um ser humano com a personalidade forte,cheio de carências e dificuldades,acertos e erros,mas que ela amava demais e era com ele que queria ficar,não por um momento ou por um certo tempo, mas pra sempre,por toda a eternidade.
E Marcelo entendeu depois da conversa que Anabela era sim uma menina mimada,orgulhosa,mas que só queria ter uma chance de ser feliz,tomar sorvete de ameixa,morango,baunilha,creme,abacaxi,côco,chocolate,flocos,de casquinha,cascão,banana split,sundae e milk shake.E tinha que ser com ele. As pessoas passaram a se sentir felizes com a felicidade dos dois.E morderam a língua todos que disseram palavras torpes e que de alguma forma os prejudicaram.
Da mesma forma Anabela e Marcelo fizeram planos,viajaram sem destino,atravessaram fronteiras. Conheceram o Japão,a India,Indonésia,a Africa e planejam ir a Lua em 2016.Viram juntos e de perto a alegria e a tristeza,a pobreza e a riqueza.Passaram um dia no parque. Marcelo andou na roda gigante,na montanha russa,brincou de balanço, ele era assim.
E Anabela continuou a amar Marcelo,cada dia mais,como se este fosse o último dia de sua vida e mesmo no constante confronto de ideologias, em meio a um relacionamento complexo,os dois passaram a se entender melhor dia após dia,porque o sentimento que os dois sentiam era verdadeiro, um amor inefável que se faz presente até na ausência.