Reencontro

[...] Fechara o tempo. Mal sabiam quantos minutos teriam até sentir a chuva tocar o solo naquela tarde de verão. A exaustão tomara conta dos jovens que passara o dia brincando no parquinho, mas cada qual com sua diversão. Olhares se cruzavam volta e meia entre as tentativas de exibicionismo um para o outro nas trapalhadas das brincadeiras entre os diferentes grupos de amigos. Olhares dispersos e tímidos entre cochichos de amigas que revezavam na gangorra comentando sobre os meninos e suas "molequices" de correr atrás do outro coleguinha para lhe chutar a bunda. Crescia então um amor inocente entre ela que não tirava os olhos daquele que hora corria, hora fugia.

Passara horas até que no entardecer daquele dia, ficara esperando timidamente na balança - enquanto observava o crepúsculo entre um céu cinzento - se ele viria até ela. Para sua surpresa, sentara na balança ao lado, sem dizer uma só palavra durante minutos. Num momento em que tomou coragem, murmurou algo da qual ela não respondera. Num passo repentino, levantou-se rumo a sua casa com o chamado de sua mãe, que anunciava a chegada da chuva que era visível do segundo andar do apartamento.

Restava apenas ele na balança cumprindo então o que talvez ela esperasse: Um por do sol com uma chuva de verão? Nunca soubera ao certo.

Mas acreditava mais tarde ter entendido e atendido as expectativas daquela menina que talvez só quisesse ele ao lado dela naquele momento como uma forma de avaliar sua nobreza, coragem e caráter. Ao menos, dez anos depois num reencontro inusitado, tivera sua resposta. Hoje, são felizes com apelidos carinhosos e mimos... Debaixo das cobertas. Crianças, Tsc! Tsc! [...]

Hugo Cesar
Enviado por Hugo Cesar em 17/11/2009
Reeditado em 17/11/2009
Código do texto: T1927961
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