Liturgia Febril...

Acordara entusiasmada.Afinal era domingo,o sol brilhava e o encontro era certo, marcado.

Ele pontual.Ela mais ainda.

Ansiava agora os domingos como um faminto deseja um prato de comida.

Tomou um demorado banho,secou os cabelos e escolheu um vestido,florido,mas discreto.Um tanto decotado.

Muito bom ,chamaria atenção para os seios.Colocou uma sandália de saltos finos,alta.Isso fazia com que sua bunda empinasse.

Maquiou-se,perfumou-se e saiu.

Coração aos solavancos,como os saltos na calçada,toc,toc,toc.Isso a irritava,mas hoje não podia,não.

Nada a atrapalharia.

Caminhando chegou até a porta.Local combinado,entrou.

Escolheu um lugar mais a frente.Ainda estava vazio.

Chegara cedo demais.Melhor assim,pensou.

Daria para desacelerar os batimentos e concentrar-se no que iria dizer a ele.Ou nada diria.

De súbito,o local encheu-se.Sentiu encolher-se aos olhos da gorda senhora que a fitava severamente.

Parecia que todos ali sabiam exatamente o que ela pensava e sentia.Uma gota de suór escorreu-lhe pelas costas e arrepiou-se.

Há dias estava em estado febril.desde que separara-se não tinha tido mais nenhum encontro e isso incomodava-lhe as entranhas.

Pensando nisso apertou bem suas pernas e sentiu que algo molhara sua calcinha.Imaginou que todos voltavam para ela e a condenavam.

Suas faces queimavam.

O desejo aumentando,delirando com o encontro.

Súbito ele entrou.

Louro,alto,olhos azuis.Descendência européia.Mãos enormes.Voz rouca,olhar fixo nela.

Imaginou a mão dele em seu corpo e mais se contorceu.

Aquilo ja estava ficando perceptivo para aos que ao lado dela estavam sentados.

Mas controlou-se.Ainda não era hora.

Pacientemente,esperou que a missa acabasse e todos saíssem da igreja.

Dirigiu-se até ele e sem nada dizer atirou-se.

Beijou-lhe a face,os cabelos,a boca enquanto sua mão percorria o resto do corpo.

Encontrou-o,teso,duro de tesão.

Ela então encostou-se mais.levantou o vestido e ofereceu-se.

Úmida,latejante.Puxou a calcinha para o lado e ali na sacristia,sem trocarem uma só palavra se entregaram ao amor,gozaram,saciados.

Aliviada,recompôs-se,ajoelhou-se, beijou sua mão,pediu-lhe perdão e saiu da igreja.

Galopando feito mula-sem-cabeça alegre voltou para casa.

Sabia que o próximo domingo seria diferente.

Versosdeamor
Enviado por Versosdeamor em 08/11/2009
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