Adeus
"- Não, por favor, não chora assim.
- Então fica... - eu levantei a cabeça pra pedir olhando nos olhos dele.
- Não posso! - Agora foi ele quem abaixou a cabeça.
- Por que? - eu tinha medo da resposta.
- Porque eu te amo demais. - ele levantou meu queixo com as pontas dos dedos."
Eu sabia o que devia fazer pra impedir, todo mundo ia ficar bem , talvez eu não. Bastava uma ligação tudo ia ser resolvido, ia ser melhor pra todos. Mas eu não podia, preferia não ter ele porque me amava demais do que não ter ele porque me odiava.
"- Não se esqueça de mim - Ele parou na porta do ónibus pra dizer, com a mochila nas costas, e eu vi nos olhos dele, além da nascente de uma fonte de lágrimas se enchendo, eu vi sinceridade naquilo."
E não consegui dizer nada, as palavras ficavam sufocadas na minha garganta, e minha mente e visão estavam embaçadas demais. Passei as mões nos olhos e minha visão ficou mais nítida mas minha mente continuava turva. Quando a porta do ónibus se fechou foi como se eu tivesse parada nela na hora que fechou, eu estava partida ao meio.
"- Ei, eu volto pra te buscar - ele gritou da janela e isso me deu impulsonou pra dizer: EU TE AMO! - mas não sei se ele escutou ou se conseguiu ler nos meus lábios."
Meus olhos seguiram os deles que se afastavam com uma velocidade que me deixou sem ar. O ónibus partiu e meu coração se partiu.