AS NOITES DE ANDAVOUR ; CONTINUAÇÃO...

....Jean me deixou alí....Deitada naquele colchão...O dia já se anuncia-

va. A neve espessa,cobria os vitrais e as janelas daquele bairro !! Pu-

de ouvir a água na tina,e o cheiro dos sais que usava . Eu enrolada em

uma manta de pele;meu corpo ainda nú,podia sentir as minhas entra-

nhas umedecidas....O ambiente era um porão antigo,onde se guardava-

vam livros,quinquilharias,e instrumentos musicais não mais usados.

Até que ele saiu de seu banho demorado.Trazia o peito viril desnu-

do,e a vasta cabeleira loura que lhe caíam os ombros,lhe deixava com

um ar de cavaleiro texano...Ou algo parecido...Não sei !! A mente me

deixava embaralhada,e quanto mais pensava naquela noite anterior ,

mais me apavorava a idéia de que quão vil fui até então !!

Ele nada falava....Só de vez enquando me fitava de soslaio,enquan-

to preparava um chá avermelhado,mas com cheiro bom !! Tirou de sua

capanga surrada uns brioches envelhecidos,e com ar de cavalheirismo

me serviu ainda no leito fétido...Era um chá fidedigno inglês,e apesar

dos brioches estarem dormidos,a combinação foi perfeita. Sentou-se

ao meu lado e ficava alí me olhando com um leve sorriso de canto de boca,que me deixava envergonhada por um instante !! Preparou-me

um banho bem quente,usou aqueles sais de rosas....E me pegando ao cólo,me deitou na infusão barata. Pude então ouvir de novo sua voz :

_Como se chama senhôra ? _ Mal pude responder,e ele já estava novamente entre minhas coxas estremecidas de tesão. Pedi que pa-

rasse....Mas já era tardio meu lamento... Senti seu membro enrijecido

adentrar meu sexo lavado pelos sais !! No agonizante delírio de meus

desejos,empurrei-o de contra a tina,e saltei como gazela amedrontada.

Ao som de seus risos de deboche e de desaponto,pus meu vestido,e

subindo as pressas a pequena escada,sai de porta á fora,com os olhos marejados,e com nojo de mim mesma !!!

A neve estava densa,o frio cortava meus lábios rosados,quando

avistei uma carruagem....Dessas que servem para nos levar a qualquer lugar...Para longe daquele lugar....Para o hotel onde me hospedava na-

quela cidade,que já não era tão estranha aos meus olhos !! As ruas e

vielas agora já me eram familiares,e os caminhos pareciam sempre me levar ao mesmo ponto de partida...O porão e Jean Martin !!! As lem-

branças me consumiam as idéias,e meu sexo me cobrava o membro dele !!! Segui ao meu quarto no segundo andar daquele hotel. Me despi

e tomei um longo banho....O banho mais demorado que já havia toma-

do. Aquele perfume entranhado em minha alma,o sorriso sarcástico em

meus ouvidos...Loucura !!

Adormeci na banheira. As batidas na porta de meu quarto,desper-

tou meu sono.Era o metre anunciando o jantar.Pus um vestido de velu-

do azul,uma estola de pele de carneiro,botas e luvas. O frio estava in-

tenso,e mesmo com a lareira,se podia sentir o frio daquela noite. Nos

foi servido como entrada um creme de ervilhas,e como prato principal,

costeletas de porco ao vinho,com batatas coradas e um vinho de sa-

fra não muito antiga !! O salão do restaurante estava lotado,e os olha-

res eram dirigidos a mim,como figura observada por casais e homens de negócios...

Segue na Próxima...

Perry Mouriath.

PERRY MOURIATH
Enviado por PERRY MOURIATH em 26/10/2009
Reeditado em 18/11/2009
Código do texto: T1888233
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