O homem de vidro (protótipo de Romance)

Sou um Homem de Vidro, metáfora da condição humana, não me quebro, mas acumulo riscos, que ficam marcados em mim, como traços das minhas vivências…

“há amores que podem ser imunes ao tempo, há amores que duram para sempre…”

“Finalmente ao fim de tantos anos descobri porque te amo…”

Há um amor…

Que pede para ser contado

No dia com luz

Que depois de uma noite sem nada

Te encontrei

Finalmente

A meu lado

E esse amor

É como uma espécie de religião

Que necessita de fé

De alguma compaixão

Mas sobretudo

De imensa devoção

Pois se a tua alma

É como um sacrário

O teu corpo

O corolário

De uma busca

Entre o sagrado

E a blasfémia

De uma noite

E mais uma

E outra

Em busca da fugaz companhia

Que nos vapores do álcool

E no fumo de um cigarro

Parecem serem Tu

E era nessas alturas

Que o mundo

Andava ao contrário

Acordando eu

Sem saber

Quem era bem eu

Quem estava comigo

E nem sequer

Me recordar o seu nome

Recordar apenas a dor

De um algo

Que me tornou em pecador

Pois em busca de um ideal

Tornei-me banal

E banalizei

Tudo em meu redor

Num cenário onde te ameaçavas tornar

Em apenas numa recordação

Vaga memória

Algo

Perfeitamente arbitrário

Até

Que por fim

No Dia dos Dias

Encontrar

Os caminhos de devoção

Os caminhos

Que me poderão levar a Ti

Através

Dos interstícios

De um belo sonho

Que se esvaneceu

Mas que de todo

Não (Te) esqueci…

Há um Amor…

Porque no lugar demasiado comum em que por vezes transformamos a nossa vida, há sempre um amor que nos marca, que fica para sempre, mesmo que sobreponhamos sobre ele outros amores, esse amor continua a prevalecer sobre tudo o resto…

E eu nunca fui do tipo de acreditar que as coisas nos acontecem por causa de um qualquer destino, nesse aspecto sou pragmático e acho que os acontecimentos nas nossas vidas surgem por consequência directa ou indirecta dos nossos actos…

Mas Eu e Tu…acho que há qualquer coisa meio determinista no meio da nossa relação, ou espécie de relação no sentido clássico da coisa…

Houve qualquer coisa que me levou para ti no início de quase tudo, me separou e voltou a levar, como por acaso, mas se me fiar numa frase de Einstein “As coincidências são a forma de Deus se mostrar…”, houve qualquer coisa que me transcende que me leva a gostar de tudo, imune aos desamores cíclicos que se abatem sobre nós…

Hoje, na actualidade, e quase em jeito de resumo, não posso dizer que sou teu namorado, porque ambos não o assumimos…Estamos juntos de vez em quando, namoriscando e fazendo amor nessas alturas, sem que me digas nunca que me amas, apesar de eu dizer que te amo…Falamos imenso nessas alturas, mas nunca de nós, nunca do que estamos a sentir, como se isso precipitasse o fim daquilo que nós temos…

Sei que quando estamos a sós, os teus olhos demasiadas vezes estão tristes e distantes, e algumas vezes noto que choras, mas não vale a pena indagar a origem dessas lágrimas no teu olhar negro, pois tentei no início de tudo, e tu disseste bastas vezes “não é nada…”, limitando-me pois a encher-te de afectos e a deixar-te mergulhada nesses teus misteriosos e insondáveis mundos…

Não sei se tens mais alguém na tua vida, pois quando nos juntamos é em minha casa, e quando estamos longe um do outro nunca te telefono, és sempre tu que me telefonas, algumas vezes a horas tardias, só para me ouvir falar, dizer que tenho saudades tuas, dizer que sinto a tua falta, não perguntando se é recíproco, pois receio uma resposta que de todo não queira ouvir, embora saiba que também sentes a minha falta…

Nunca passamos férias juntos, e tu nunca me dizes quando tens férias, eu viajo no verão pela Europa e venho sempre carregado de saudades, carregado de prendas para Ti, e de imensos poemas e contos de amor que escrevo nessas viagens, para Ti, só para Ti, meu amor, dizendo quando nos vemos e te entrego as prendas que pensei sempre em Ti, a cada hora a cada segundo, que ao olhar as estrelas à noite de diferentes países pensar se estarias a ver as mesmas que eu, que o meu derradeiro pensamento ao adormecer e ao despertar vai sempre para Ti; e tu sorris com ternura, não dizendo nada, respondendo ao meu afecto reprimido com doces beijos que compensam a falta que tu me fazes quando não estás…

Nunca me telefonas quando faço anos, nem no Natal…Telefonas quando te apetece, e eu francamente ignoro se saberás realmente a data do meu aniversário…

E penso que é esta tua ausência, distância, este teu mistério que me faz aceitar a nossa “relação” como ela é e gostar cada dia que passa mais de Ti…: antes de Ti tive outras companheiras que eram mais presentes, havia maior reciprocidade com elas, falavam mais, e eu conhecia a vida delas quase toda, mas às tantas tanto afecto sufocava-me e essas relações não chegaram a durar mais do que um ano…Ao passo que contigo…já perdi o tempo que dura o que há entre nós…Penso estar apaixonado pela pessoa que és, pelo que eu conheço de Ti, pelo teu belo olhar negro cheio de enigmas, pela tua rara alegria, pela imensa dor que exibes quando estás comigo, mas também pelos teus mistérios, pelos teus silêncios, pela zona desconhecida em Ti que recusas com ternura que eu conheça…

Há uma parte de mim que dói de ciúme por não saber se tens mais alguém, uma parte que desconfia que me procuras para exorcizar as tuas dores, pois sei bem que és uma pessoa alegre e segura, coisas ausentes na minha presença, como se eu fosse um refúgio secreto para as debilidades de uma super-mulher, que só a mim e perante mim mostra esse lado sensível…Para depois voltares ao mundo como se fosses invulnerável à dor…

Mas há outra parte, a parte mais dominante que não se importa, pois prefiro ter o que tenho de Ti do que não ter nada…

Mas, quando as horas se transformam em dias, e os dias em meses, sem saber de Ti, eu perco-me nas palavras, que surgem então numa torrente interminável, de intermináveis lamentos, eu perco-me nas ruas da nossa cidade, e às tantas dou comigo entre copos e corpos que nunca poderei amar, mas que são uma espécie de panaceia e que temporariamente me fazem esquecer de Ti, para quando surge o dia, olhar de forma inexpressiva essas companheiras, sem saber quem elas são e muito menos o seu nome, com a cabeça a latejar da ressaca e o espírito a lacrimejar de saudades tuas, porque o consolo que busco nas outras, quando tudo acaba amplia ainda mais o amor que sinto por Ti…E arrependo-me, jurando que nunca mais irei repetir o que fiz, e peco, para depois de mais uns meses de ausência voltar a essa forma de vida, que me enoja, mas que foi aquela que me calhou na sorte dos afectos…

E assim dei comigo a envelhecer finalmente, a envelhecer mais ou menos ao lado de alguém, sem que imagine outro futuro, uma outra realidade sem Ti.

Estou naquela idade ideal para arranjar uma família, e Deus sabe como gostava de ter filhos contigo, de os criar com uma centelha do nosso amor, de me completar contigo e com eles, de ver o futuro nos olhos de crianças nossas, mas se nunca aceitas-te passar mais do que umas semanas seguidas comigo, como posso ousar pedir-te para partilhares estes sonhos legítimos, como ousar dizer que te quero comigo até ao meu fim?

Meu Amor…

Amo-te, és a última que amarei, mesmo que repentinamente nos deixemos de ver e de nos sentirmos, pois és Aquela que eu esperei uma Vida, e por isso estou disposto a ter uma Vida contigo, melhor, disposto a ter os Interstícios de uma Vida contigo.

Amo-te

Ontem

Hoje

Amanhã

Depois de amanhã

Para sempre…

Somos

Um

Mesmo

Que separadamente

Meu Amor

Somos

E seremos

Um

Para sempre

“Is it getting better

Or do you feel the same

Will it make it easier on you

Now you got someone to blame

You say

One love

One life

When its one need

In the night

Its one love

We get to share it

It leaves you baby

If you dont care for it

Did I disappoint you?

Or leave a bad taste in your mouth?

You act like you never had love

And you want me to go without

Well its too late

Tonight

To drag tha past out

Into the light

Were one

But were not the same

We get to carry each other

Carry each other

One

Have you come here for forgiveness

Have you come tor raise the dead

Havew you come here to play jesus

To the lepers in your head

Did I ask too much

More than a lot

You gave me nothing

Now its all I got

Were one

But were not the same

We hurt each other

Then we do it again

You say

Love is a temple

Love a higher law

Love is a temple

Love the higher law

You ask me to enter

But then you make me crawl

And I cant be holding on

To what you got

When all you got is hurt

One love

One blood

One life

You got to do what you should

One life

With each other

Sisters

Brothers

One life

But were not the same

We get to carry each other

Carry each other

One”

Por U2

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/10/2009
Código do texto: T1873431
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